Right Where You Left Me.

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               Right Where You Left Me


    Parte 1-

"Amigos se separam, e amigos se casam.
Estranhos nascem, e são enterrados.
Tendências mudam, rumores voam por novos horizontes,
Mas eu estou exatamente onde você me deixou…"

— Vovó?, está me ouvindo? — Chiara segurou o telefone com mais força contra o ouvido, em uma tentativa inútil de entender a cacofonia do outro lado da linha.
— Sim, estou sim meu amor…— A fala foi interrompida pelo barulho da mais velha afastando o telefone para falar com alguém: — Dá para calar a boca um segundo, Estephany? Estou no telefone.
Chiara suspirou sem fazer barulho. Por mais que o barulho e as interrupções de sua tia atrapalhando a concentração da sua vózinha estivessem dificultando a conversa, ela meio que tinha culpa por não ter checado a hora antes de ligar.
— Mamãe está por aí? — ela perguntou, relutante — Ou de repente o vovô? Preciso falar com um deles...
— Sim, os dois estão aqui, seu avô está destroçando uma coxa de frango. — sua avó respondeu. — Espere, vou passar para sua mãe.
Ela soltou um pequeno riso anasalado, enquanto sentia a perna balançar e o pé bater silenciosamente no chão. Conseguia ouvir os ruídos de protesto de seu avô ao fundo da ligação, antes de ouvir a voz de sua mãe.
— Diga, filha. Está tudo bem? —
— Está, mamãe. Na verdade, eu queria pedir pra vocês virem me buscar. Ainda hoje, se possível.
Um silêncio que durou um segundo horrivelmente prolongado se seguiu após seu pedido, e a angústia se espalhou por seu peito por um momento. A voz da mãe foi um alívio dolorido:
— Como assim te buscar? — a mãe perguntou, com nervosismo notável presente na voz. — É por causa do casamento? Você resolveu ir? Seus médicos estão de acordo?
— Na verdade eu ainda não decidi sobre o casamento, não sei se seria muito adequado da minha parte fazer desse o meu primeiro evento pós-manicômio. Acho que poderia ofuscar um pouquinho a ocasião, sabe? — Chiara respondeu, te mando manter o humor. Em seguida, um nó cresceu em sua garganta. — Na verdade, eu só quero voltar para casa, e todo mundo aqui diz que está tudo bem. Pode perguntar a eles a senhora mesmo. — completou, para tranquilizar sua mãe.
Mais silêncio e, dessa vez, parecia vir de todos do outro lado da linha. Escutou um barulho e depois a voz do seu avô, o que a acalmou de imediato.
— Oi, linda, como você está? — ele começou a falar. — Ei, então você quer voltar para casa, né? Seus médicos liberaram você? Porque não disseram nada a gente?
— Oi, vovô. Bem, na verdade eu só perguntei para eles se eu podia ir embora, e eles disseram que sim, então liguei para vocês. Podem vir? — Chiara respondeu.
A conversa toa a deixou impaciente, mas queria uma resposta o mais rápido possível. Precisava de uma resposta, na verdade.
— Claro que vamos, depois que terminamos de almoçar vamos imediatamente ao seu encontro, minha linda. — seu avô lhe assegurou. — E se os médicos realmente aprovarem, eu não vejo motivo algum para que você não volte conosco para casa, certo?
— Certo, obrigada. Vou esperar por vocês. Até mais.
— Ate, meu amor.
Então Chiara desligou o telefone e sorriu para sua amiga enfermeira, que estava ao seu lado e segurando a mão dela, quando percebeu seu nervosismo.
A moça sorriu antes de a deixar para ver seus pacientes, em seguida, Chiara foi arrumar os poucos pertences que mantinha ali. Só para não estranhar tanto o quarto antigo depois de 5 anos neste.     
     
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    Parte 2-
 

— Então ela realmente está liberada? — perguntou Eugenie, pela 3 vez na última meia hora.
— Sim, senhora. Vejam bem. — A doutora Sullivan olhou para a família reunida em frente dela — Chiara nunca mostrou nenhuma resistência ao tratamento, nem risco para si mesma ou para terceiros. Ela simplesmente aceitou que cuidássemos dela nesses últimos anos, praticamente se internou por conta própria.
— Você tem certeza disso, doutora? — a mãe de Chiara perguntou, clara incerteza na voz.
— Olha, eu, pessoalmente, nunca achei necessário que ela estivesse separada da família e dos amigos, acredito que a convivência poderia ter sido muito positiva para o processo de luto dela. — a doutora afirmou. —Foi escolha dela vir e permanecer aqui, não vejo motivos para que ela não retorne ao seio familiar. – A médica estendeu duas receitas ao avô da família–A única medicação que ela toma é algo bem leve, para ajudar no sono, além de alguma vitaminas suplementares.
Depois de uma respiração aliviada dos três responsáveis que vinheram, a medica pediu que eles aguardassem, enquanto saia para buscar a jovem.

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⏰ Última atualização: Sep 28, 2024 ⏰

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