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No dia que postei o capítulo anterior, eu disse que se tudo desse certo, o capítulo iria ser lançado no dia seguinte. Bem, DEU TUDO ERRADO. Foi isso, mas aqui está <3


Gwyneth B.





Finalmente, meus olhos se abriram. Piscando contra a luz que me envolvia, como se a claridade já me fosse estranha. Senti meu corpo se mover lentamente, suspenso em algo que era sólido demais para ser ar, e mole demais para ser chão.

Água. Meu corpo flutuava suavemente sobre a superfície de um lago, respondendo aos meus comandos sem hesitar.

Imediatamente coloquei-me de pé no cascalho, água envolvendo-me até a cintura. Tudo naquele lugar era claro e vívido, mas de um modo peculiar. As árvores, as pedras, o próprio lago, colorido de uma forma quase mística.

O encanto pelo lugar durou somente o tempo de minha cabeça começar a racionalizar propriamente. A apreensão veio assim que vasculhei minha mente à procura do motivo de eu estar sozinha em um bosque àquela hora da tarde, e no lugar de uma resposta, encontrei somente um grande ponto de interrogação.

— Que merda estou fazendo aqui? — Balbuciei, olhando ao redor.

Não fazia ideia de como havia ido parar ali, mas eu precisava sair. Pela força do hábito, tentei alcançar meu celular no bolso inexistente do vestido florido, que claramente não fazia parte do meu guarda-roupa. Merda, meu celular não estava comigo, minhas roupas estavam trocadas e eu não fazia ideia de onde estava.

A angústia arranhou meu peito quando comecei a imaginar o que poderia ter acontecido comigo. Com certeza, a pior das hipóteses foi a de que fui levada até ali, usada e depois descartada para morrer afogada como um animal ferido — o que não aconteceu. Imediatamente comecei a analisar meus braços e pernas a procura de qualquer sinal de violência, mas felizmente não encontrei absolutamente nada. Eu não sentia dor alguma e isso era bom.

Azriel. O nome dele me cruzou a mente com certa urgência. Azriel pode me ajudar.

Não hesitei em, esperançosamente, pôr dois dedos sobre a marca em meu pescoço e chamar o nome daquele eu sabia que viria me salvar de onde quer que estivesse. A expectativa de vê-lo aparecer envolto em sombras como um salvador lançou borboletas em meu estômago.

— Az — O chamei, minha voz ecoando como se o espaço ao meu redor fosse vasto demais para ela.

Aguardei ansiosamente, mas para minha estranheza, não houve sequer uma resposta.

— Azriel? — Disse mais alto, ainda esperando-o com uma expectativa quase infantil.

Examinei meus flancos, esperando vê-lo se materializar, o que não se sucedeu.

Porra, aquilo sim me assombrou.

— Alzriel! — Tentei mais uma vez, mais alto, mais urgente.

Nada.

Devo ter passado mais de um minuto naquilo, suplicando, rogando seu nome aos céus até cair de joelhos no chão, frustrada, derrotada. Não só pelo medo do que estaria por vir caso não fosse salva a tempo, mas, principalmente por perceber que Azriel quebrara sua promessa de me proteger sob qualquer circunstância.

Simplesmente não fui capaz de conceber a ideia de que ele tinha um motivo plausível para não vir ao meu encontro quando eu soava tão desesperada. Quer dizer, eu era sua chama, certo? Sua parceira, como ele havia confirmado antes de eu ir parar neste lugar. Então, o que poderia ser mais importante para ele do que a minha vida?

Um bolo de espinhos rasgou minha garganta. E se a precipitação o tivesse enganado? Éramos mesmo chamas equivalentes? Meu coração doía mais profundamente a cada questionamento.

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⏰ Última atualização: Sep 29 ⏰

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The Devil's Dagger • GWYNRIEL AUOnde histórias criam vida. Descubra agora