Notas da autora:
⌕
A delegacia estava quase vazia no início daquela madrugada. A fachada coberta por luzes brancas e fracas, apenas uma pequena confusão perto das celas. Um policial conversava baixo perto da porta de entrada com outro oficial, tomavam um café e não pareciam muito incomodados com a temperatura baixa da noite. Os dois cumprimentaram educadamente o detetive que passou por eles com uma pressa incomum.
Lee Know passou tão rápido segurando pelo pulso um acompanhante que mal teve tempo de retribuir o aceno dos dois colegas. Acompanhante esse que não estaria caminhando para dentro de uma delegacia se não fosse pelo aperto forte que quase o arrastava, seus braços tremendo de frio dentro do moletom fino e óculos escuros pendendo no nariz.
A última coisa que Jisung queria para aquela noite era ser arrastado para aquele ninho de policiais, as mesmas pessoas que o olhavam com certa curiosidade e apenas não o estranhavam porque alguém com imponência no lugar, ele supunha, o levava para dentro.
Han queria cuspir em seus sapatos lustrados e sair correndo dali antes que aqueles policiais pudessem o surrar.
Entretanto, Minho parecia extremamente disposto em fazer a primeira sessão de perguntas em uma sala de interrogatório. Quando propôs que Peter devia entrar em seu carro e ficar calado até que chegassem na delegacia, Han praticamente surtou. Primeiro: Lee tirou de si o seu baseado que mal havia queimado. Segundo: delegacia, sério mesmo? Ele achava que tinha deixado bem claro que aquele era um dos lugares que pretendia manter distância.
Mas Minho não se interessou por aquele fato. Aguentou a faladeira e reclamações incessantes, as ameaças e os xingamentos, apesar de querer amarrar aquela boca escandalosa com fita adesiva a todo instante. Com algumas promessas de que não iria entregar Jisung pelo uso de drogas e algumas chantagens de que iria se ele não calasse a boca, conseguiu trazer o estudante para seu local de trabalho.
Os óculos escuros, bem, eles eram para esconder qualquer evidência de que Jisung estava aproveitando uma erva mais cedo.
— Pensa bem no que vai fazer, eu posso te incriminar. — Peter bufou quando foi levado para uma das cinzentas salas de interrogatório.
— Estou lembrado da sua inconveniência — respondeu entre dentes, uma veia de irritação pulando em seu pescoço. A paciência já era escassa, sua cabeça implorava por algumas horas de sono.
Jisung se jogou em uma das cadeiras e rodou os olhos por todos os cantos da sala assim que tirou os óculos e os jogou longe. O baque do objeto contra o piso não devia ser tão alto, mas no silêncio da madrugada aquilo soou como um tambor. Han passou a analisar cada canto da sala, pouco se importando com o olhar rígido que o outro apontava para si.
Bem confortável para alguém que não gostava de delegacias, Minho pensava.
Um guarda calouro apareceu na porta para conferir a situação, Lee explicou muito superficialmente quem Jisung era e o que ele queria com o estudante. Por fim, pediu que o colega o trouxesse um café quente e forte, bem forte, ele explicitou.
— Lee Know — Han falou, como se testasse o nome em sua boca. O detetive o mirou quase que imediatamente e cerrou os olhos para o olhar brincalhão do mais novo.
— Vou te pôr em uma cela se você estiver chapado. — falou enquanto caminhava para se sentar na cadeira livre na sala.
— Cabem dois na cela? Porque você vai comigo. — soltou uma risada ao colocar os dois cotovelos no tampo da mesa, a franja escorregando de sua testa.
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Solving a Case In The British Way | MinSung
RandomHan Jisung, conhecido como Peter Han, é um universitário estrangeiro na Coreia do Sul, um verdadeiro encrenqueiro apegado à festas, álcool e tabaco. Porém, diferente do que jamais poderia imaginar, Han é abordado por um detetive à procura de respost...