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Há 5 horas eu estava apresentando um powerpoint a Taehyung e Seokjin explicando porque o nosso rolê de hoje deveria ser em um baile de favela e não em qualquer outro lugar que combine melhor com a nossa condição financeira privilegiada. Não foi tão difícil assim convencer Seokjin, ele disse que tinha um amigo que morava no morro e ia desenrolar pra gente ir. Fiquei me perguntando que amigo era esse e lembrei que Jin é maconheiro e provavelmente esse amigo na verdade é o fornecedor ou sei lá o que. Taehyung foi um pouco mais resistente com medo de morrer com um tiro na cabeça. Isso era um detalhe importante, mas ainda sim eu dei meu jeito de convencê-lo.
Eu tive uma epifania essa semana enquanto rolava o feed do pinterest. Quando você busca sobre o Rio de Janeiro e a estética carioca muitas coisas aparecem, mas é possível notar um padrão entre elas. Cerveja, biscoito Globo, praia, calçadão, altinha, chinelo, blá-blá-blá ... e favela. Eu sempre enchi a boca pra falar que era carioca, mas a verdade é que eu vivo em um Rio de Janeiro diferente.
Eu gostava do conforto, do luxo, do bom e do melhor, mas a vida não era só isso. Na verdade a vida não era isso, principalmente pra maioria da população.
Eu queria me legitimar carioca e obviamente as outras opções eram bem mais fáceis de conseguir, mas tinha algo sobre o baile de favela. Eu precisava ir. Eu precisava ir hoje. Era como um chamado da natureza ou uma intuição muito forte. Seja lá qual for esse sinal do universo ou entidade, eu decidi ouvi-lo.
E depois de três horas lá estávamos e lá estava... o meu sinal do universo todo tatuado, com piercings, segurando um copo de plástico com cerveja barata, camisa de time e uma cara de quem não vale nada. Era ele. Eu quero ele.
Eu passei duas horas com ele na minha mira, jogando toda a minha sedução e investindo pesado em um ritual de acasalamento. Era no mínimo chocante o que ele estava fazendo comigo, mas não deixei meu ego me abalar.
- Tá bom... vou te esperar aqui então.
- Beleza, paixão.
Foi isso que ele disse há 40 minutos atrás depois da minha autoestima, aparentemente abalável, deixar eu ir atrás dele que nem uma cadelinha.
Esse pilantra me deixou de pista aqui.
Inacreditável. Eu, Park Jimin, tomando um perdido de um projetinho de Chico Moedas da comunidade.
- Minnie, já voltou? - Tae pergunta animado enquanto segura um copão com uma bebida que tinha cor radioativa.
- Ah, é que... - minha frase morre no ar assim que meus olhos pousam num casal se pegando loucamente há uns 5 metros de onde eu estou.
- O que? - Tae segue meu olhar e liga os pontos. - Ué, aquele não era o... eita.
- Achei vocês! - Seokjin aparece descabelado, de olhos vermelhos e acompanhado. - O que eu perdi? Esse aqui é o Yoongi. Yoongi, esses são Taehyung e Jimin.
Yoongi não era muito comunicativo, mas era gente boa. Os três tentavam conversar apesar do som alto e eu não conseguia parar de olhar pro tatuado e a menina de cabelos cacheados quase se comendo há uns 8 passos de mim, tão próximos e ao mesmo tempo tão alheios à minha presença. Eu quero ele. Eu quero dele o que ela tem.
- Você conhece aquele cara? - pergunto a Yoongi sem me importar se estou atrapalhando o assunto.
- O que tá com a mina ali de canto? É o Jungkook, por quê?
- Acho que já vi ele algum lugar... - respondo e Taehyung me olha com um sorrisinho, ele sabe exatamente o que estou fazendo.
- Duvido. A não ser que tu ande de mototáxi, eu duvido muito.
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Fala comigo, paixão!
FanficO contraste de classes sociais no Rio de Janeiro sempre foi algo presente da paisagem urbana, notório, mas comum aos olhos que varrem a cidade cotidianamente. Devido a traumas do passado, Jeon Jungkook passou a vida toda odiando a classe alta e man...