Capitulo 22

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Talvez eu esteja em um sonho, um sonho que esperei há meses. E a qualquer momento vou acordar.

Eu sempre esperei que ele aparecesse para mim e diria essas palavras, só que em certo momento eu aceitei que isso nunca sairia de sua boca.

— Não brinca comigo, Amaury - tentei sair de seu aperto.

— Olha no meu olho e vê se eu estou brincando? Eu te amo, Diego, e eu fui um otário por não dizer isso antes.

Ele me ama... Me ama.

Eu olhava em seus olhos que transpareciam verdade.

Puxei seu rosto ao meu, lhe dando um beijo afobado e necessitado, eu sentia saudades dele, de seu corpo, seu toque.

Senti sua língua invadindo minha boca em desespero, suas mãos foram para minha coxa, me erguendo e me colocando em cima da pia.

Separamos nossos lábios e ele foi direto ao meu pescoço, beijando.

Eu estava excitado, quente de desejo, desejo por ele.

— Maury... - gemi em seu ouvido enquanto sentia seus lábios no meu pescoço.

Voltou a me beijar com afinco e eu me esfregava em seu corpo para ter um alívio.

Suas mãos apertavam minha cintura, eu senti tanta falta disso, minha pele queimava de um jeito que só ele conseguia fazer.

— Amaury, você - MEU DEUS.

Nos separamos rápidos ao escutar a voz de Paulo, que descia da pia arrumando minhas roupas, totalmente envergonhado por ser pego naquela situação.

Amaury parecia neutro e eu queria me matar.

— Que foi? - Amaury perguntou calmamente.

— Desculpa, Paulo!

Falei, ajeitando minha blusa com a cabeça baixa ainda, olhei para Amaury, que me deu um sorriso de lado

Apressei meu passo, saindo da cozinha e indo lá para fora, me sentei inquieto ao lado de Lucas.

— Tá tudo bem? - me perguntou, pegando em minha mão.

— Tá sim! - disse rápido com um sorriso nervoso, Lennon, Bruno e Larissa se entreolharam com desconfiança.

— Ué, cadê sua bebida? - Cauan perguntou.

— Ah, acabei esquecendo, falavam de quê?

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Segunda - Feira 11:00

— Desembucha - Bruno perguntou pulando em minha cama  com os outros dois, eu mal havia acordado.

— Fofoqueiros.

Falei sonolento ainda, me sentei na cama coçando os olhos, após o ocorrido, Amaury ficou só mais um tempinho e foi embora, tentava ao máximo não olhar para ele e muito menos para Paulo.

— Você foi fazer um drink e não voltou com o drink, da cozinha até o jardim ele evaporou?

Lennon falou brincando, eu poderia enganar qualquer um, menos eles três.

— Eu e Amaury nos beijamos - falei escondendo o rosto na coberta.

— Igual à água e líquida, isso a gente já sabe.

— Sabem?

— Diego, você voltou com a boca completamente inchada e vermelha, nervoso e o Paulo me contou

— Fofoqueiro - ele já foi contando, meu Deus.

— Vocês conversaram ou algo do tipo?
A pergunta da Lari me acertou.

— Não... eu fiquei com ciúmes do Lennon

— Ah, então funcionou - os dois fizeram um toquinho juntos.

— Pera aí? Era um plano?

— Amigo, ele é sim um grande gostoso que eu faria loucuras - fechei a cara para o mesmo que levantou as mãos em rendição - mas eu sei que você é louco por ele, só está negando isso. É nada melhor do que atacar seu lado ciumento.

Eles tinham razão. Eles sempre tinham.

— Ele me disse que me ama, acredito que tenha sido pela bebida. 

Falei, soltando o ar e abraçando minhas próprias pernas.

— Nem você acredita nisso, Diego, você só quer um motivo para não acreditar.

Suspirei, é isso era verdade... eu estava com medo.

Medo de ser usado de novo, medo de me enganar de novo com Amaury. Foi bonito ouvir de seus lábios, eu te amo.

Eu esperei tanto... mas se esse amor for superficial? Será que esse amor me assumiria para a família? Será que esse amor me levaria para passear, gritaria para o mundo que me ama?

Meu celular apitou, era mensagem de Lucas confirmando nosso almoço juntos.

— Você sabe que ele não quer ser só seu amigo né?

— Amaury disse o mesmo...

— A gente sente, amigo, esses dias uma cadela pediu informação para o Paulo, de longe eu já sabia que era piranha.

— E ele deu a informação? - Lennon perguntou, o olhando.

— Se ele tivesse trocado uma palavra, ele não estaria vivo agora, amor.

————

Amaury.

Abri os storys ele havia ido almoçar com aquele ultrajante, desliguei a tela do celular com uma certa raiva.

— Essa música é muito boa!

Paulo cantava e dançava pela sala,
Leandro lia não sei como com a gritaria toda, e Cauan tomava uma vitamina de açaí.

— Está com cara de que viu algo que não gosto.

Leandro disse, sem nem tirar os olhos do livro que lia.

— Ele foi almoçar com o outro... Sei lá, eu estou confiante de que ele ainda sente algo por mim, só que não sei o que fazer!
Ontem, eu disse que o amava.

Paulo desligou a música na hora.

Cauan se engasgou com a bebida e precisou que Paulo lhe desse um tapa nas costas.

E Leandro apenas ssorriu.

— Até que enfim!

— Quando foi isso? - Cauan perguntou após se recuperar.

— Na casa do Paulo! Na hora que fui buscar as bebidas.

— Eu peguei os dois se atracando na minha pia, NA MINHA PIA!

Fingiu uma cara de choro, às vezes ele é dramático demais.

— E ele reagiu como? - Leandro perguntava.
Me beijou! - eles comemoram com pulinhos
- Meu dimaury tá vivo! - Paulo falou gritando

— Idiota! E ali eu tive a certeza, mas eu preciso agir, fazer algo que demonstre que eu o amo de verdade.

—E tem que fazer rápido, porque o que tem de gavião querendo posar!

Paulo falou, se levantando e voltando para a caixa de som, ligando a música novamente.

— Qual é? Me deem alguma ideia, alguma coisa?

Os dois ficaram em silêncio, só se ouvia Cauan sugando o restinho da sua bebida.

Uma música começou a tocar baixinho.

— Sei lá, Amaury! Mostra que você é intenso, toca Maria Bethânia para ele.

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Já pensou acaba no número 24 ? Número dos gay

𝖬𝗒 𝖳𝖾𝗆𝗉𝗍𝖺𝗍𝗂𝗈𝗇 - 𝙳𝚒𝚖𝚊𝚞𝚛𝚢Where stories live. Discover now