A história de Valentina e Luiza começa na infância, quando se conhecem na escola e rapidamente se tornam amigas inseparáveis. Enquanto Valentina, tímida e reservada, se refugia nos livros, Luiza, extrovertida e sempre cercada de amigos, é o oposto c...
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Basta olhar no fundo dos meus olhos Pra ver que já não sou como era antes Tudo que eu preciso é de uma chance De alguns instantes
Sinceramente ainda acredito Em um destino forte e implacável Que tudo que nós temos pra viver É muito mais do que sonhamos
Será que é difícil entender Por que eu ainda insisto em nós? Será que é difícil entender Vem andar comigo
Vem, vem meu amor As flores estão no caminho.
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Valentina
Quando saí da casa da Luiza, senti que algo em mim havia mudado. Eu estava leve, quase flutuando. Alegre? Talvez fosse a palavra mais próxima para descrever o que eu sentia, mas não parecia suficiente.
Eu, que sempre fui tímida, reservada, me percebia diferente com ela. Era como se, aos poucos, a Luiza estivesse quebrando barreiras que eu nem sabia que existiam em mim.
O toque dela, tão seguro, o abraço que me envolvia com cuidado, o cheiro, o beijo que mexia com todos os meus sentidos... E agora, pela primeira vez, eu senti o prazer de uma forma que nunca havia experimentado antes.
Havia algo de novo e intenso acontecendo dentro de mim, algo que eu ainda estava aprendendo a compreender.
Lea minha amiga maravilhosa, sempre falava comigo sobre essas coisas, sobre sentimentos, mas eu costumava ficar perdida nas palavras.
Nunca me conectei de verdade com as descrições dela. Mas com Luiza... tudo fazia sentido. Ela sabia conversar comigo, sabia me entender de um jeito que ninguém nunca entendeu. E, acima de tudo, era gentil, respeitava meus limites e me fazia sentir segura.
Caminhei pelas ruas até o ponto do ônibus pensando em tudo o que havia acontecido naquela tarde. Meu coração batia rápido, mas não de medo, e sim de expectativa. Sabia que, com Luiza, eu estava pronta para descobrir mais sobre mim, sobre nós.
Peguei o ônibus, e quarenta minutos depois, cheguei em casa. O caminho até lá foi cheio de pensamentos sobre Luiza, sobre o que havíamos vivido. Quando desci, o sol já começava a se pôr, tingindo o céu de um laranja suave.
Ao abrir a porta de casa, fui recebida por uma música baixa vindo da sala. Minha mãe tinha o hábito de deixar o rádio ligado enquanto fazia as coisas, e aquele som familiar me trouxe uma sensação de conforto imediato.
Era como se, após todas as emoções que senti na casa da Luiza, eu estivesse voltando para uma espécie de porto seguro.
- Valentina, você chegou! - a voz de minha mãe veio da cozinha. - Como foi lá na Luiza?