Oie, gente! Veio aí um capítulo que eu gostei de escrever. Amo muito essas três.
Ah, só pra vocês saberem: Orquídea Rosa é a Flor da sedução, ideal para conquistar seu interesse amoroso. Kkkk
Espero que vocês gostem!
••
"Lígia, sinceramente. Eu não sei de onde você tira essas coisas."
Sua expressão é tranquila, quase serena. Claro que sim. Deve ser algum requisito da terapia, Natália pensa. Esse olhar blasé enquanto a paciente sente o mundo afundando sob seus pés.
"Natália, eu apenas perguntei como tem sido sua semana."
Sim. E isso é muita coisa.
Carol, Marina, leitura, uma campanha fotográfica que parece feita para enlouquecê-la.
"Tem sido um caos." Cruza as pernas, tentando se estabelecer entre os fatos e o que mora apenas em sua cabeça.
"E a Carol?"
Natália senta mais reta, as costas completamente apoiadas no sofá.
"O que têm?"
"Vocês estão bem? Como tem sido?"
Não tem. Não muito. Depois do fim de semana e do chororo da Marina, ninguém mais teve paz. A menina parece um carrapato atrás da duas, dez vezes mais focada em passar cada minuto livre conversando e perguntando qualquer coisa a elas.
"Nós estamos bem. Só que..." Natália suspira. Ela odeia falar sobre isso. "Eu... a Marina..."
"Tem sido difícil ficar sozinha com ela." Lígia termina, com pena do desespero em sua expressão, tem certeza.
"É." Natália, que não se importa com quase nada, sente o próprio rosto queimando, o nariz coçando de um jeito esquisito.
As cenas são quase corriqueiras agora. Três dias entre o começo e a terapia. As mensagens. A correria. As flores espalhadas pelo estúdio como se a primavera chegasse também lá dentro.
O momento roubado em um intervalo das aulas de Carol. Era segunda e a tristeza, a vontade de juntar todas as preocupações em uma caixa para que ficassem salvas do olhar temeroso de Natália, parecia vibrar por dentro, enquanto a palavra permanecia escondida, as duas mãos dentro do casaco.
"Eu não queria vir aqui assim, é que..."
Carol parada, preocupada, a expressão quase carrancuda.
"Ei, tá tudo bem." Os dedos no braço de Natália, o carinho. "Como as coisas se resolveram?"
O sorriso que nasceu.
"Muito bem, na verdade." Seus olhos passeando pelo rosto de Carol. A alegria, o brilho quase transbordando. "A Marina só me fez prometer que você não vai deixar de ser melhor amiga dela."
"Mentira!?" E a risadinha fica em sua mente.
Mesmo agora, com Lígia a encarando, curiosa.
"Mas nós estamos bem." Natália justifica, as pernas se mexendo, impacientes. "Eu só queria..."
"Eu entendo, Natália." Lígia anota alguma coisa naquele caderno marrom dela, o que sempre a deixa um pouquinho ansiosa.
Qual será o ultimato? O laudo escondido nas frestas do aro engraçado daquele caderno? A caneta azul? Qual a ideia?
"Acredito que você possa fazer algo com ela, então." Lígia sorri. "Um primeiro encontro, talvez. Creio que vocês não tiveram um."
"Você acha?" Natália morde o lábio, nervosa.

YOU ARE READING
um amor de vizinha
FanfictionSeguindo o conselho de sua terapeuta, Natália decide se mudar da casa do irmão para um apartamento com sua filha, Marina. O que ela não imagina é que Carol mora logo na porta da frente. À medida que Marina e Carol se conhecem e se conectam, sentimen...