Rock e Jazz

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Os dedos percorreram a face cansada e esfregaram os olhos dormentes com força. Lee Know suspirava pesadamente enquanto sorvia o último gole de café quente e preto, esperava que aquelas últimas gramas de cafeína pudessem o deixar de pé até o final do dia — ou até as duas da manhã do próximo.

O começo da semana estava sendo turbulento com as muitas denúncias a serem atendidas, mas o árduo trabalho do Lee seria recompensado com suas próximas folgas. A verdade era que descansaria da delegacia para focar em outros trabalhos, o que não o deixava muito tempo livre para descansar a mente.

Changbin havia o cumprimentado mais cedo, mantendo sua postura profissional ao o parabenizar pelo bom trabalho, como sempre fazia, antes de terminar sua carga horária diária. Também tinha o repreendido por deixar suas olheiras crescerem tanto, o desafiou a dormir pelo menos seis horas por noite e ameaçou colocar sonífero em seu café caso ele se recusasse. O Seo era, certamente, um amigo preocupado, mas não sabia muito bem como lidar com a situação.

Kim Seungmin, que achava que um insulto era como um cafuné, menos ainda. Minho contava com ele para levar Felix de volta para casa naquele dia. Não que o Lee mais novo não pudesse pegar um ônibus ou coisa do tipo, mas Minho gostava de o dar carona de carro nos dias que Yongbok não dormia nos dormitórios da faculdade. Know tinha suas dúvidas quanto a Seungmin gostar de si, mas o Kim com certeza era com a cara de seu meio-irmão e Minho não podia ser mais grato.

A tarde estava acabando e o ambiente começava a ficar escuro, Minho se viu sozinho no escritório do departamento. Relatórios de outros casos estavam espalhados por sua mesa, a luz de seu projetor brilhava forte contra seus olhos, que bambeavam exaustos. Passou a mão pelo cabelo, arrumando os fios que tinham escapado da pomada que mantinha sua testa exposta, a outra mão começou a arrumar a gravata em seu pescoço.

Apesar do cansaço e da vontade avassaladora de ir para casa, Minho tinha trabalho a fazer. Um compromisso em específico.

No breu que começava a se formar na sala, Know juntou todos os seus pertences pessoais e organizou com pressa os relatórios nos arquivos do departamento, arregaçou as mangas brancas da blusa social e saiu com a pasta, chaves e terno em mãos. Os oficiais o cumprimentavam conforme ele passava, mas sua expressão fechada e nada mais do que educada não os dava brechas para iniciarem uma conversa. Ao passar próximo do balcão de recepção, o Lee avistou seu amigo de equipe, Kim Seungmin, e desacelerou o passo ao andar até ele.

— Eai, Know — o Kim disse assim que o avistou, parecia dar ordens à oficial responsável pelo turno do balcão.

— Oi — devolveu, apoiando um dos cotovelos no balcão. — pelo menos você não me abandonou aqui. Achei que o Changbin era mais convincente.

— Ele vai precisar de mais do que tem para me fazer cogitar ir para a casa dele, se quer saber — respondeu, deixando uma risada debochada sair. — não duvido que ele tenha aprendido os métodos terríveis de cortejo com você.

— Você me ofende. Não tenho tempo para ser ruim no nível dele.

— Só para ser pior, não é? Deve ser difícil levar alguém para casa, se não tem tempo assim. — brincou, dando um toque no ombro alheio.

— A maioria desiste quando descobrem que eu sou um lunático por assassinatos e sequestros — disse, sorrindo de leve quando o Kim revira os olhos. — uma pena não ficarem até o final 'pra descobrirem que eu sou o policial e não o criminoso.

— Você pelo menos tem uma desculpa melhor do que a do Seo. — ele voltou a conferir algo no monitor do balcão.

— Vou levar isso como o melhor elogio que você poderia me dar. — aquilo fez Kim rir e Minho percebeu que a descontração do outro era exatamente o que precisava. Se aproximou para ver o que ele tanto olhava no monitor. — Algum problema?

Solving a Case In The British Way | MinSungOnde histórias criam vida. Descubra agora