único

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Oie, gente!

Óbvio que tô obcecada por elas, né!

Eu espero que vocês gostem. É minha primeira fanfic das duas, sejam legais!

Beijos.

••

Não é simples e a deixa sem ar. Porque morar aqui é lindo. O sol, o ar mais fresco no fim da tarde, as luzes do céu. Mas Fátima se sente morrendo aos poucos, completamente imersa nas palavras cruéis de Robson. Triste, pequena, completamente perdida.

Ela não conhece ninguém, todas as pessoas são estranhas, sem nenhum um olhar em sua direção. Nada. Fátima permanece no canto das salas, apertando mãos masculinas e sorrindo amarelo para mulheres que nunca viu na vida. É horrível e automático, como sempre foi desde que se casou.

Exceto, talvez, por Diana, que perguntou se ela estava bem. E disse que tinha um ombro para ela. Fátima ri da lembrança, corrige: dois ombros. As receitas, a preocupação com suas lágrimas, o número de seu celular anotado na borda do papel.

Qualquer coisa: me liga.

E a solidão lacerante enquanto Robson está mais uma noite ocupado com algo. Algo que Fátima nunca pode participar, claro. Porque seu corpo não está de acordo, os vestidos marcam, as comidas não são para ela, seus modos não são certos.

Fátima se sente tão inadequada, quase desesperada para agradar. Ao mesmo tempo, a raiva toma seu corpo como uma canção em volume ambiente, lentamente entrando dentro dela.

É horrível. A deixa enjoada, desejando ser alguém que não é. Principalmente quando os barulhos param. Quando, ao fechar os olhos, Fátima quase escuta o barulho do mar. Solitário e silencioso.

Ela pega o papel na mão. As informações irrelevantes, bolinho de maçã integral, salada verde, sopa - ela odeia sopa - mas os números brilhando. Talvez se...

Mas parece muito atrevido, longe da personalidade discreta que formatou dentro de si ao longo dos anos. É contra o que Robson aconselharia.

Quem ia querer ser sua amiga, afinal?

Talvez Fátima esteja tão desesperada que não se importe.

Quando finalmente decide, chama apenas duas vezes antes que a voz de Diana surja, grave e levemente rouca, de um jeito que deixa Fátima desconcertada.

"Alô."

"Hum..." Agora que está de frente com a conversa, não sabe o que dizer. "Alô?"

"Fátima?" Ela pergunta, um pouco mais alto. "Tá tudo bem?"

"Sim... eu..." um suspiro. "Só precisava de uma distração. O Robson saiu e me deixou sozinha."

"Por quê?" Fátima já notou que o tom de Diana muda toda vez que escuta o nome do seu marido.

"Ah, eu não vou muito nesses jantares dele, hum..." Ela diz o mais casualmente possível, mas falha em esconder o descontentamento. "Não posso comer nada, e minhas roupas não são adequadas e..."

"Sinceramente." Escuta a voz exasperada do outro lado, e se pergunta o que isso quer dizer. Um suspiro alto. E alguns segundos agonizantes de silêncio. "Mas me conte, então, o que você tá fazendo?"

"Nada. Esse é o problema." Bufa. "E tá me dando vontade de comer os docinhos da Dhu e não tenho nenhum aqui porque pegou formiga e o Robson viu e já faz dois dias que eu só como folhas de alface."

"Meu Deus, Fátima." Ela mexe em alguma coisa, um barulho de portas abrindo. "Eu tenho uma caixa de bombom aqui. Você quer?"

"Eu não posso."

sonho de amor Where stories live. Discover now