I Can Do With A Broken Heart - Rebi Fanfic

0.5

— Todo mundo aqui já jogou "Caiu Perdeu?" — perguntou Rosamaria
— A gente nunca jogou, mas é só tirar as pecinhas sem deixar cair a torre? — indagou Lorrane
— É, mas não tem nada de "a gente" nesse jogo. — fiz aspas com os dedos. É Cada um por si
— Quer fazer as honrras e tirar a primeira peça? — perguntou Rosa
Ela foi até a mesa e retirou a peça de cima do prédio de blocos, logo depois dela decidimos que seria intercalado entre uma ginástica e uma jogadara.
Eu estou ganhando de todo mundo por enquanto, com 9 pontos; o engraçado é que as minhas colegas de time não quiseram trapacear hoje nenhuma vez só pra fazer bonito na frente das nossas novas amigas. Vamos ver até quando isso vai durar...
— É a vez da Gabi agora — anunciaram
Arregacei as mangas e me concentrei na torre para raciocinar qual bloco iria escolher. Quando vou com a mão na peça em que escolhi, escuto a voz bem baixinha de Rebeca dizer: "Droga! Eu tava de olho nessa..."
Como eu já esperava, fiz mais um ponto no jogo, e antes de voltar para o meu lugar passei perto da Ginástica e meu lado competitivo fez questão de falar mais alto:
— Foi mal, mais essa aqui já era minha sabe como é né, o 10 me persegue — ela me olhou de canto e respondeu de forma rápida
— A tristeza passou rapidinho né, Gabriela?

(•••)

A brincadeira estava se afunilando, já que a maioria das meninas havia derrubado a torre — portanto estavam desclassificadas — Só sobraram eu, Carol, e Rebeca para as últimas rodadas. Carolana foi a primeira a perder e saiu xingando estressada
— Ah mas porque que eu sempre perco essa bosta nas últimas?? Não quero mais saber dessa porra!! Jogo ruim besta do caramba — Thaísa fazia massagem nos ombros dela e pedia pra ela guardar a raiva pra Turquia.
Era a vez de Rebeca, se ela derrubasse eu ganharia, se ela retirasse a pecinha intacta eu teria mais uma chance.
E ela retirou a peça intacta. Comemorou muito, mas não perdeu a chance de vir até o pé do meu ouvido também.
— Eu tenho sete irmãos, uma medalha de prata numa olimpíada pra Simone Biles até vai, mas perder num joguinho bobo desse?
Senti os olhares de todas se voltarem para nós naquele momento, coisa que não aconteceu quando eu fui até ela, mas terminei de escutar o que me disse e me levantei para jogar a minha vez. Cocei a garganta e olhei fixamente para os blocos, me sentindo um pouco alheia ao momento e me lembrando de todo o dia de hoje: o jogo, minha mãe, a entrevista, a derrota, o jogo, meu irmão, a derrota, as meninas chorando, Eu provocando Rebeca, ela me provocando de volta, O Jogo de Depois de Amanhã.
Tirei a peça da segunda fileira com o maior cuidado do mundo, meus dedos estavam tremendo então não conseguia ver se a torre ia cair. Foi só quando tirei a pequena peça, e escutei o grito das minhas amigas é que me dei conta de que havia ganhado o jogo! A emoção foi tanta que eu derrubei o resto das peças por toda a sala e pulei no colo da primeira pessoa que enxerguei, a Carol que me girava feito uma maluca enquanto repitíamos: VAMOS GANHAR, PORRA! VAMOS GANHAR ESSA MEDALHA, CARALHO!
— É, eu acho que a Capitã tava precisando desse gás mesmo, afinal foi pra isso que eu fiz essa festinha! — comentou Flávia
Rebeca apesar de ter devolvido minha provocação parecia contagiada pela nossa comemoração que tinha agitado todo mundo a dançar música brasileira, conversar e dar risada alta.
— Avisa os seus sete irmãos, que os meus quatro também me ensinaram a competir, se a gente tiver enumerado...
Ela riu do meu comentário e estendeu a mão para mim
— Parabéns pela vitória
— Obrigada, cadê minha medalha de ouro em "Caiu, Perdeu"?
— Infelizmente essa medalha eu poderia colocar no seu pescoço simbolicamente, mas eu esqueci no meu quarto.
— Meu Deus você tem noção que falou na maior simplicidade do mundo que esqueceu uma medalhinha de ouro no quarto? Assim, coisa pouca?
— Ah, para! você também tem uma de prata lá em Belo Horizonte
— Mas não é de OURO né? Amerelinho assim nunca...
— Recado anotado medalha de ouro em "Caiu Perdeu".
— Mas você realmente tem quatro irmãos? Achei que era só o Fernando.
— Ah, não minha família é uma bagunça — dei uma risada— meu pai teve mais três filhos fora do casamento com a minha mãe, no total somos cinco: duas meninas e três meninos. Mas eu convivo mais é com o Fernando, fomos criados juntos. Agora a gente se vê só quando a rotina deixa mesmo; mas é sempre como se nada tivesse mudado. A gente é bem grudado mesmo.
Meu celular despertou dizendo que já era hora de voltar pro alojamento e se preparar pra dormir, porque amanhã nós teríamos um longo dia pela frente. Mas confesso que não vi o tempo passar, acho que preciso admitir que também estava precisando desse momento.
— Iiih ah lá o alarme da capetã já tocou pra estragar nossa alegria — Disse Júlia Bergmann
— É o som que eu vou ouvir o dia que eu morrer, alarme do celular de Gabriela, Ô muiê que tem horário pra tudo viu
— Os anjo tudo tocando nas trombeta esse som pra receber minha alma — Completou Macris
— Estão falando muito e andando pouco, pro meu gosto meus amores!
Nos despedimos das ginastas agradecendo pelo convite e convidei elas para o nosso último jogo e trocamos telefone para mantermos contato e marcamos algo mais vezes, talvez no Brasil.
Chegando no corredor dos quartos, que surpreendentemente estavam vazios, Júlia que conversava com Ana Cristina comentou alto:
— É Capitã, agora a graça acabou né? Amanhã é sangue no olho
Olhei para trás e dei um sorriso
— Muito pelo contrário, a graça acabou de chegar pra gente
Escutei os gritos e comentários delas de comemoração e senti meu coração palpitar de alegria por nós, pela nossa capacidade de vencer!

Chegamos a  Mil leituras! Muito obrigada a todo mundo que está aqui lendo esta história, ela significa muito para mim, é a primeira que escrevo em 6 anos... E Gabi tem realmente mudado minha vida para melhor. Essa Fanfic não é uma coisa qualquer, obrigada mesmo 🩵