Belírio || pjm + jjk

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Estamos em mês de Halloween e nada melhor que uma história de monstro com vampiros (ignora q eu amo esse tema ta?)

Espero que gostem ❤️❤️‍🔥

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" I need a gangsta to love me better than all the others, to always forgive me, to ride and die with me. (...)"
  Gangsta- Kehlani

Grilhões me mantinham no lugar, uma roupa suja de lama, restos de comida e possivelmente merda cobria meu corpo magro, mais magro do que deveria estar. Marcas nos meus punhos, roxas e lacerações, cicatrizes nas costas, marcas quase permanentes no meu pescoço.
Deplorável, mas nunca, nem no maior peso da chibata, eu abaixei minha cabeça. Por que agora o faria?

Conhecia bem onde estava, a opulência do salão de festas de Bös com suas pinturas realistas subindo as paredes, contornando vasilhas aderidas às pilastras para as famosas festas de sangue. O teto agora estava bem iluminado, mas nem sempre o estava, nas festas de luz baixa, algumas velas brilhavam na escuridão. Andava muito por esses corredores, andava muito ao lado de predadores. Cercado por chupadores de sangue nefastos, não havia uma gota de medo no meu sangue.

Meu olhar esverdeado era estreito para meu possessor, meu cabelo loiro caía em mechas os cobrindo parcialmente, mas o enrijecer do meu ódio era nítido, como sempre.

Estava em uma espécie de leilão ou troca. Meu possessor estava cansado do gosto do meu sangue, então queria um novo brinquedo. Eu devia ser seu brinquedo particular, mas, pela minha insolência constante, fui rebaixado. Havia algo no meu sabor que era incômodo, diziam parecer com pimenta. Começava com o mais doce caramelo, após alguns goles longos, a pimenta ardia na língua. Isso me salvou tantas vezes... Preferia o soco na boca que ganhava ou outras formas de violência do que o abuso que meus colegas passavam no ápice do prazer de um vampiro.

Alguns me desejavam em excesso pela raridade do meu sabor, determinados em me usar para bebidas ou desejos proibidos. Os seres ali eram diversos, únicas características em comum sendo seu vampirismo e sua riqueza, de resto, grande variedade do senhor das vastas terras do leste.

Respiro fundo enquanto espero a decisão que seria tomada em meu nome. Haviam três opções: Don, Tang e Jeon. Don era famoso pelo apetite sexual, os outros escravos compartilhavam que ele era bom mesmo no processo, mas que não aceitava um não, estar com ele era garantia de ser um saco de sangue dentro de uma boneca inflável. Tang era violento, gostava de suspender seus escravos com ganchos no teto e beber suas gotículas, dentre outras atrocidades. Jeon era uma incógnita. Como todo vampiro, esbanja sedução, beleza e mistério nos olhos rubros, os outros escravos apreciavam seu beijo agudo, dizendo que ele equilibrava bem tesão humano com vampírico. Parecia bem até aí, mas nunca o vi sorrir, nem vi os escravos que tinha. Sua carruagem era bizarramente guiada sozinha por cavalos negros, aqueles que iam consigo não eram mais vistos e raramente pegava novos brinquedos. Nenhum de nós sabia muito sobre ele. Sempre de preto e vermelho, dentes ocultos, beijos ponderados e silêncio. Não lembro de ouvir sua voz.

Dos três, era quem mais me assustava. Tudo podia vir do estoico Jeon Jungkook.

— Meu.

Em meio aos burburinhos de discussões arrogantes de vampiros, a voz grave e intoxicante abre os mares de falas incoerentes ao meio, criando o silêncio.

Jeon Jungkook se posiciona como meu novo possessor.

Sentado em uma poltrona confortável, taça de prata em mãos com sangue fermentado, sua palavra foi definitiva. Por algum motivo desconhecido, o misterioso vampiro era respeitado pelos seus iguais.