𝑺𝒆𝒏𝒕𝒊𝒎𝒆𝒏𝒕𝒐𝒔, 𝑵𝒐 𝑪𝒂𝒓𝒓𝒐 [Único]

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Feuripe olhava, seria uma salvação se ainda tivesse aqueles band-aids. Os que Bern tinha costumavam ser de uma marca ótima, confortável. Deu um sorrisinho involuntário, fitando a concentração do outro. Desviou o olhar, dando mais uma mordida no doce.

Bern, então avistou a ponta da caixa, sorriu vitorioso. Afastou algumas roupas do meio, então observando a caixa por completo. Pegou e voltou a posição certa no banco. Mostrou para o loiro.

— Sabia que ainda tinha. Tá na metade, tem curativos a bessa aqui ainda. — Abria a caixa, separando uns cinco de dentro. A pôs no vão do vidro.

— Valeu Bêzão! — Comemorou esticando a mão para pegar. — Aproveita e prega no teu machucado, tá feião. — Olhou de relance o braço alheio. Levou o band-aid ao ferimento, o precionando ali, sentindo a dor momentânea. — Ah.. acho que isso vai virar uma cicatriz, cortou literalmente bem fundo. — Seu suspiro de dor saiu arrastado.

— Hun, o meu também, tá doendo pra caralho.. — Então, também começava a pregar tais curativos na extensão da fissura. — Nem fudendo que eu vou ficar com esses negócios pequeno no braço. — Se frustrou um pouco, aquilo parecia que não ia o ajudar. — Nós vai no hospital quando amanhecer. — Ditou.

Feuripe inclinou levemente a cabeça, admirando o melhor amigo. Riu internamente, baixinho.

— Nós vai quando amanhecer. Só vamos ter que explicar como ganhamos esses machucados. — Proferiu, a mão se enfiando na sacola, sem tirar a atenção do outro.

— Não sei porque eu ainda concordo em entrar nessas confusões com você. — Desabafou levemente, seus olhos se encontrando e se encarando. — Todos os meses, cicatrizes e machucados novos. — Fez cara de tacho, entortando a boca levemente.

— Você aceita porque é meu amigo, e porque me ama muitão. — Sorriu brincalhão. — Além do mais, sempre conseguimos oque fomos buscar. — Seu tom travesso se sobressaltou.

Bern sabia muito bem, as palavras continuam uma verdade irrefutável. Seu carro é uma prova do "sempre conseguimos oque fomos buscar". O dinheiro que ganhavam com as traquinagens noturnas não era pouco, tinha muita nota envolvida.

— Eu não tenho como negar isso. Mas as vezes, quase que nós não saímos vivos dessas enrascadas. — Desviou o olhar, encostando mais as costas contra o banco.

Entendia o lado do rapaz, mas bem, sempre davam um jeito, sempre deram um jeito, juntos.

Feu continuou a observar Bern. Sua preocupação, sempre disfarçada pelo seu jeito neutro.. O conhecia muito bem para saber que daquela vez, ele realmente estava receoso. Isso o fez pensar por alguns momentos. Sorriu fechado.

— A gente pode até parar com essas coisas... — Chamou sua atenção, seus olhos azulados o fitando com uma leve esperança. — Mas, eu não quero ter que parar de passear contigo pela cidade. — Proferiu em um tom amigo.

De imediato um sorriso brotou nos lábios do castanhado, suas covinhas o destacando mais. Aquelas palavras foram tudo que precisava para acalmar seus pensamentos negativos.

Aquele sorriso genuíno transmitiu uma paz gratificante para coração do loiro. Bern, as vezes demonstrava muito em poucas ações e aquele sorriso era a prova viva disso. Feu o achava tão bonito.

— Você sabe que nunca vamos parar de correr pela cidade. Eu e Você, sempre vamos estar por aí, na madrugada. — A firmeza de sua voz a cada palavra dita só demonstrava o peso que tinham. E Feuripe sentiu este peso, sentiu a verdade que carregavam. — Vai ser sempre nós. Me recuso a correr se você não tiver do meu lado, nesse banco. — Seu sorriso mudou para um de lado, transparecendo a perversão de suas palavras.

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𝕱𝖊𝖗𝕹: 𝑺𝒆𝒏𝒕𝒊𝒎𝒆𝒏𝒕𝒐𝒔, 𝑵𝒐 𝑪𝒂𝒓𝒓𝒐Onde histórias criam vida. Descubra agora