05. Todo mundo tentou me alertar, eu agradeço

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Pov Pedro:

Era mais um sábado de almoço entre eu e minhas melhores amigas, e eu me sentia eufórico para vê-las, mesmo que agora nossa convivência tivesse voltado a ser diária, não era a mesma coisa conversar nos corredores da empresa e conversar sentados durante um almoço que podia ter quantas horas de duração que a gente quisesse (e o restaurante permitisse).

As duas primeiras semanas na empresa haviam sido corridas, eu ainda estava me acostumando com tudo, e me sentia meio perdido com as coisas, vez ou outra me vendo obrigado a ir atrás de uma das meninas para pedir socorro. Por mais que meu chefe não fosse lá essas coisas e tivesse o dom de estressar todas as pessoas da empresa em doses quase diárias, era inegável o quão grato eu estava pela oportunidade que estava me sendo ofertada.

Pensando em como era bom finalmente estar trabalhando com uma coisa que eu realmente gostava e me sentia realizado em fazer, e em como isso estava fazendo diferença no meu humor, abri a porta do restaurante da semana, sorridente e confiante.

Meus olhos percorreram brevemente o local, demorando alguns segundos para que meus olhos se acostumarem com a baixa claridade, analisando as trepadeiras que tinham espalhadas pelo local. Era um daqueles restaurantes rústicos, que imitavam um pouco o estilo fabril e pessoas que falavam em brunch e meeting costumavam frequentar, não era exatamente minha praia, mas eu não iria julgar antes mesmo de experimentar a comida. 

Assim que meus olhos se acostumam de vez com a claridade, vejo minhas amigas sentadas um pouco mais afastadas do barulho, parecendo entretidas em uma conversa animada. Me aproximei delas com cuidado para não fazer barulho, me acomodando no sofá ao lado de Malu, deixando um beijinho na bochecha de ambas. 

— Finalmente você chegou, Pepê. — Mari falou sorridente, passando o menu que estava em sua frente para mim. — A gente acabou de pedir uma entradinha. 

— Ótimo, eu tô morto de fome. — brinquei divertido, mesmo que eu realmente estivesse com fome não era nada insuportável. Malu apenas revirou os olhos enquanto Mari me acompanhava na risada. Porra, como eu amava essas duas. — Como vocês estão, hein?

— Sinto que vou acabar enlouquecendo de vez até o fim desse projeto. — Malu reclamou irritada, e como se soubesse do que ela falava, seu celular apitou, a tela de bloqueio iluminando e notificando que era mais um email da empresa que chegava. — Tem gente que não entende o que é final de semana, sério.

— Aí amiga, foi o Jão? — Mari perguntou já com a voz irritada e preparada para falar mal do loiro. Apesar de claramente gostar de seu trabalho de estilista, Mari era apoiadora de reclamar do que não gostava sempre que tivesse a menor das brechas. Eu e Malu sempre brincávamos que ela tinha um espírito constante de hater de twitter, mas na realidade, éramos iguais a ela. — Porque às vezes parece que esse cara aparece só pra atazanar, juro. 

Apesar dos meus poucos dias precisando conviver com o loiro, podia afirmar que era totalmente verídico. Ele parecia ter um certo prazer doentio em colocar defeito em tudo e exigir demandas absurdas do mais absoluto nada, trabalhar com ele era pôr à prova a paciência até das pessoas mais calmas e tranquilas.

— Por incrível que pareça não foi ele, muito menos Renan ou Gio. Até eles sabem o que é a porra de um final de semana. — a morena disse suspirando irritada e desligando o celular, parecendo decidida a não se estressar ainda mais. — É a porra do Gustavo querendo marcar um "briefing" com a equipe criativa da campanha da adidas. 

— Aí nem me fala dessa campanha, tá tudo uma bagunça, meus assistentes ficam mais tempo babando no Jão do que me ajudando, nem sei como vamos fazer no dia. — Mari reclamou suspirando frustrada. Eu ainda não tinha muitas demandas, mas sabia que essa era uma campanha importante e que talvez até mesmo eu teria que acabar me envolvendo. — Agora é só torcer para segunda-feira o Jão não estar na empresa.

Best of Both Worlds - PejãoDonde viven las historias. Descúbrelo ahora