Lost in the Hell Corridor

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Morto... Morto? Não, não, como assim, morto? Jungkook sabia muito bem que estava vivo, mais vivo do que nunca, como seria possível que ele estivesse morto? Se ele tivesse morrido teria sido dentro daquela loja, quando o objeto pesado caiu na sua cabeça, não faria sentido seu corpo estar ali na frente da loja...

Se levantou e ficou andando de um lado para o outro, sem saber o que fazer. Foi quando olhou para rua e viu seu carro totalmente destruído, mas algo lhe chamava a atenção: seu celular estava estranhamente intacto e posicionado no banco do carona, exatamente como havia o deixado antes de sair do carro e procurar por alguma loja que ainda estivesse aberta.

Se aproximou, pegou o celular e percebeu que estava com o Spotify aberto. Disturbia, da cantora Rihanna, era a música que aparecia na tela, pausada. A mesma música que ele havia colocado para tocar quando saiu do estacionamento da empresa, mas o que o chocou mesmo foi ver que o celular marcava o horário: 08:00

Como isso tudo era possível? Será que seu celular estava com a hora errada? Ele lembra muito bem que saiu da empresa perto da hora do almoço, como poderia ser 8 horas da manhã? Não teve muito tempo para pensar nisso, logo ouviu a voz chorosa de Taehyung, que começou a correr na direção de Dahyun.

Não conseguia entender o que estava acontecendo, o que aquele cara queria com ele, por que tinha que ser justo com ele? Viu sua vida e tudo que tinha e sabia sobre si, serem retirados de suas mãos da mesma forma que se tira doce da mão de criança. Via o seu amor chorando sua morte e não podia fazer nada, será que havia morrido mesmo?

Sentia como se estivesse preso em um pesadelo, um daqueles que é um pesadelo dentro do outro, que você acha que acordou, mas ainda está preso lá, e não tem como sair. Como se estivesse sendo aprisionado dentro da própria mente, sem chance de acordar de verdade.

Colocou o celular no bolso, não que tivesse realmente um uso para ele agora. Notou que não faria mais sentido tentar conversar com quem estava ali, já que ninguém o via ou ouvia de qualquer forma, então decidiu ficar por perto só para observar o que estava acontecendo. Notou Taehyung usando a mesma técnica de respiração para se acalmar que ele usou durante a crise que teve no banheiro, já que precisava ser forte por Dahyun.

Poucos instantes a Dra. Kim, mãe deles e psicóloga de Jungkook, chegou, avisando que já havia ligado para os pais de Jeon, disse que eles iriam direto para a funerária preparar o velório. Essa informação atingiu Jungkook como uma adaga no peito, nunca pensou que seus pais teriam que organizar o funeral do próprio filho.

Era muita informação para se receber em pouco tempo e Jungkook se via atordoado tentando entender tudo que estava acontecendo, sem sucesso. Viu Hoseok chegar correndo, indo em direção de abraçar Taehyung, enquanto chorava olhando na direção de seu corpo morto.

— Eu vim o mais rápido que pude — disse, com a voz carregada de dor — como isso pôde acontecer?

Jungkook estava ali desde o que ele imaginava ser o começo de toda comoção, e viu quando Dahyun ligou para Taehyung, mas desde então ele não viu ninguém ligar para Hoseok, como ele sabia onde deveria ir? Talvez Taehyung tivesse ligado para ele enquanto estava a caminho.

Balançou a cabeça, tirando esse pensamento, que nem sabia dizer de onde veio, enquanto continuava observando a cena, vendo seu corpo sendo colocado atrás do carro da funerária, para ser levado para prepararem para o funeral.

A capela era fria e levemente escura, um suave feixe, que passava pelos vitrais na parede lateral, era a única luz que iluminava o ambiente. As paredes eram em uma cor branca com um subtom amarelo, o chão era de piso cerâmico cinza claro, o que deixava ainda mais frio lá dentro.

DISTURBIA • JJK + ???Onde histórias criam vida. Descubra agora