Capítulo 27 - Lembre-se do meu nome!

31 7 5
                                    


            A noite finalmente caía naquele dia, e Leonardo, por sua vez, continuava a sua busca por um lugar para que ele e Akiko pudessem descansar. Aparentemente por ser uma vila pequena, esse lugar possuía uma única pousada que de maneira honesta, Leonardo não se hospedaria ali nem que sua vida estivesse dependesse disso. Por isso, mesmo sem conseguir achar outro lugar, ele andou por cada rua daquela vila à procura de uma pousada, mas, como já esperava, não havia mais onde ele poderia se hospedar. Tudo o que encontrou, foram pequenas barracas de alimentos e algumas lojas. A esse ponto ele já se encontrava consumido pela frustração e irritação.

— Hoje realmente não é meu dia de sorte... Bom, pelo menos o Toyo acordou, isso me deixa um pouco mais calmo. — Ele continuava a dizer para si mesmo, enquanto se escorava sob o muro da entrada da vila.

— Talvez eu devesse dar apenas mais uma olhada nele... Não, vou me sentir um stalker fazendo esse tipo de coisa, credo! — Leonardo apenas deu dois leves tapas em ambas as suas bochechas, afastando a ideia de olhar Ryo novamente, pelo menos por enquanto, e tentou apenas voltar a pensar sobre em que local poderiam passar a noite.

Não tendo achado nenhuma outra pousada na cidade, ele sabia que o lógico seria voltar à pousada que havia visitado no início do dia, pedir desculpas por seu comportamento e implorar por dois quarto, mas ele obviamente não faria isso. Bom, havia outra opção, claro. Cinco anos atrás, ele e Ryo haviam ficado em um templo, por cerca de dois meses inteiros. Talvez ele pudesse procurar por outro templo, mas, se bem se lembra, os moradores da vila só haviam permitido que ficassem lá por acharem que Ryo era uma sacerdotisa adoecida. Sem Ryo, ele com toda a certeza não conseguiria arquitetar um plano desses e fazer com que funcionasse, mesmo se Akiko o ajudasse... Mesmo nessa vida, ele não consegue imaginar a Kaede como uma sacerdotisa.

E enquanto estava imerso em seus pensamentos, Leonardo não notou, mas Akiko finalmente havia chegado e parado bem a sua frente: — Leonardo? — Ela perguntou encarando-o confusa, quase como se tentasse confirmar que fosse realmente ele.

Ao ouvir a voz de Akiko, ele rapidamente se desfez de seus pensamentos sobre onde poderiam passar a noite e levantou sua cabeça olhando na direção da garota, que parecia um pouco pálida — Kiko, o que houve? Você parece pálida, conseguiu descobrir algo? — Leonardo perguntou se afastando da parede colocando as costas de sua mão na testa de Akiko para certificar-se que ela não poderia estar com febre.

— Eu estou bem... só estou um pouco receosa Leonardo... eu andei por essa vila o dia todo e do nada os moradores locais começaram a ficar estranhos, fazer coisas sem sentidos, eu realmente não quero ficar aqui, será que podemos ir embora? — Akiko parecia realmente cada vez mais abalada na percepção de Leonardo, o que o deixou genuinamente preocupado, fazia muito tempo desde que ele havia visto ela com tamanho desconforto sobre algo.

— Kiko... sabe que não podemos ir agora. O Tora precisa de um descanso; estivemos viajando em suas costas durante muitos dias. Não podemos nos aproveitar assim dele... mas se não quer permanecer aqui, tudo bem, eu a entendo. Podemos acampar nas redondezas, o que acha? — A voz de Leonardo expunha sua enorme preocupação com a jovem quando perguntou sua opinião sobre o que deveriam fazer no momento. Ele realmente estava disposto a permanecer fora da cidade se isso a deixasse menos abalada.

— E-eu concordo, na verdade... Leonardo, eu ouvi dos moradores, antes deles enlouquecerem sobre um templo perto a floresta onde costumavam fazer adorações a uma Deusa... Podemos ir para lá... Assim não passaríamos frio também. — Akiko sugeriu, olhando envolta como se tentasse garantir que não houvesse mais pessoas ali.

Entre EspadasWhere stories live. Discover now