A "fuga" foi um verdadeiro empurra-empurra com o adicional de gritaria. Naquele momento não havia um valente entre o trio e, quem desse mole, seria a distração, vulgo sacrifício, para que os outros pudessem sair de lá.Para a "sorte" deles a porta estava aberta, o que facilitou o processo. Estavam tão concentrados em fugir que não notaram um pequenino detalhe: alguém tinha ficado para trás...
— CORRE, LINDSAY! - gritou Jason, mas ao olhar para trás nem sinal da prima. - JULIEN, A LINDSAY FICOU PARA TRÁS! - o vampiro olhou desesperado para frente, mais especificamente na direção do irmão, sem deixar de correr.
— ALGUNS SACRIFÍCIOS PRECISAM SER FEITOS! - respondeu sem abrir os olhos ou ao menos virar para trás.
— É A NOSSA PRIMA!
— ANTES ELA DO QUE EU!
— VOCÊ QUE ESTAVA RESPONSÁVEL POR NÓS, SEU ANIMAL! - berrou o mais novo. O corredor aparentava mais longo do que quando o atravessaram para chegar ao quarto 313.
Jason olhou para a direção do quarto e para o irmão que não tinha parado um minuto sequer de correr, ponderando se compartilhava da canalhice do irmão, ou se tentava resgatar a prima das "garras" do monstro.
— Merda. - murmurou para si.
Correu de volta para o quarto, que agora estava com a luz acesa, a figura estava abaixada, segurando o corpo mole de Lindsay, havia sangue para tudo quanto é lado, o vampiro, por ironia do destino, não conseguiu conter um grito de horror, chamando assim a atenção da mulher de rosto verde craquelado e... Cabelos enrolados em bobs?
A junção daqueles elementos foi o suficiente para que o bravo Mendal desmaiasse ali mesmo, gerando outro barulho no corredor e arrepiando até o último fio de cabelo de Julien, este parando de correr para olhar na direção do barulho.
— Que essas pobres criaturas descansem em paz... - fechou os olhos e fez o sinal da cruz, mas sua paz não durou muito ao notar que a "hóspede" saiu do quarto. - SAI PRA LÁ, COISA RUIM! - balançou o braço, como se pudesse espantar a criatura e voltou ao seu plano de mais cedo: sair do hotel o quanto antes.
Durante a corrida, uma porta próxima ao elevador se abriu revelando uma outro ser: um homem alto, magro, branco com os lábios azulados, como se tivesse sido congelado e a fumaça que escapava do quarto reforçava mais ainda a sensação de frio, Julien soltou o grito mais estridente de sua vida, até aquele momento, o que fez aquela criatura dar um salto e abrir os olhos.
O único "Mendal" sobrevivente se viu encurralado, quando o "congelado" começou a andar atrás dele, não conseguia ouvir mais nada. Só queria sair dali o quanto antes e nunca mais pisar naquele hotel. Maldita hora que inventou virar caçador de fantasmas.
Infelizmente, os seus pés não quiseram cooperar com os seus instintos e tropeçou no carpete, caindo de cara de chão, mas a sua "sede de sobrevivência" era mais forte do que qualquer vergonha ou dor. Ele se arrastou até a parede, sem deixar de gritar, mas era tarde demais para qualquer coisa: o homem congelado estava se inclinando em sua direção.
— AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAH.
L'Atmosphère
~~~~ Presente ~~~~
Os ouvintes estavam inclinados sobre a bancada do bar com os olhos vidrados no "grande protagonista", a concentração era tanta que só notaram a presença de uma quarta pessoa quando esta soltou uma caixa, ocasionando um barulho pequeno devido ao baque do objeto contra a bancada, bem ao lado de Ysaline.
— O que vocês estão fazendo? - perguntou Jason batendo as mãos, para poder se livrar um pouco do pó da caixa repleta de decorações de Halloween.

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Quarto 313 (Especial de Halloween de "Acordo sem compromisso")
HumorA hora certa chegou! (como diria Julien) Na noite de Halloween a família Mendal se reuniu, conforme a tradição implementada por Hugo Mendal, no hotel onde os adultos poderiam se descontrair em uma festa e as "crianças" sairiam para ir de casa em cas...