E se você se apaixonasse por sua "maior" rival?
Cheryl e Toni não se gostam, isso não é novidade para ninguém.Todo esse ódio muda quando Cheryl decide passar uns dias em São Paulo, obviamente elas não se deram bem de cara,mas depois elas vão percebe...
❝Te trair? Meu amor, eu sou Corinthians de corpo e alma❞
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CHERYL BLOSSOM
Acordei com um susto gigantesco. Primeiro, veio a sensação de que havia alguém no quarto além de mim e da Toni. Depois, confetes caindo no meu rosto e o som de risadas abafadas. Abri os olhos devagar e quase gritei: a cena que vi parecia de filme de comédia.
O quarto estava cheio de gente. O elenco do Corinthians todo ali, ainda tinha Thalia,Verônica, Betty e mais umas cinco jogadoras pularam na cama com uma animação incontrolável. Uma gritaria quase ensaiada entre elas ecoava pelo quarto: “Tá namorando, tá namorando!”
Uma delas ainda segurava uma caixinha de som no ombro, tocando “Homem de Família” em volume ensurdecedor, só para debochar da Toni. Eu ainda estava processando a loucura, o sorriso bobo no rosto de todas as meninas e, claro, Toni ao meu lado, tentando entender se estava no meio de um sonho ou de um pesadelo.
Toni olhou ao redor com aquela cara de quem estava super confusa e, mesmo tentando não rir, murmurou com a voz rouca de quem acabou de acordar:
— Bom dia, choni! – Verônica gritou.
— Verônica, eu não faço a mínima ideia de quem é choni. Vai perturbar ele porque você entrou no quarto errado – disse Toni, fazendo todo mundo dar risada logo depois.
— Choni é o shipper de vocês, sua burra – disse Thalia.
— Que… que bagunça é essa?! Vocês estão doidas?
Verônica, sem nem pensar duas vezes, pulou na cama e gritou:
— Meu amor, seu primeiro dia namorando!
Ela jogou mais confetes em cima de nós, enquanto as outras meninas gargalhavam e começavam a cantar o refrão da música, dançando em volta da cama. Toni me lançou um olhar desesperado, mas eu não conseguia parar de rir. Era impossível não se divertir com o absurdo da situação. Finalmente, ela se endireitou um pouco e, com a cara mais séria que conseguia fazer, perguntou em voz alta:
— Vocês estão aqui… pra isso?
Betty respondeu, piscando para nós com um sorriso malicioso:
— Obviamente! Olha, você não faz ideia do quanto a gente planejou isso, mas esse pedido de namoro não saía nunca!
Thalia, sempre a mais debochada, colocou as mãos na cintura e declarou em tom dramático:
— Eu mesma fiz uma aposta há anos que a Toni ia ser uma solteirona pra sempre. A Cheryl foi um verdadeiro milagre.
Toni fingiu ofensa, colocando a mão no peito.
— Então é assim que vocês me veem? Uma pessoa impossível de se apaixonar?
— Agradeço a todas as outras que desistiram de namorar com você. Eu não suportaria se você tivesse ex.
— É, mas em compensação ela teve mais de 500 ficantes – respondeu Thalia.
Enquanto todo mundo ainda ria e se divertia, eu notei Betty me olhando com um sorrisinho desconfiado. Ela inclinou a cabeça e, ainda rindo, disse:
— Peraí… Eu tô vendo bem? Vocês estão… sem roupa debaixo da coberta?!
O silêncio tomou conta do quarto por um segundo. Betty, que estava do lado, arregalou os olhos, e aí, claro, começou a risada coletiva que explodiu em um segundo.
— Ah, não! Tá me zoando, né? Vocês tão desse jeito, assim, em pleno dia? E ainda reclamam da nossa invasão? – uma das jogadoras disse, rindo tanto que quase escorregou.
— Então era por isso que a Toni não queria levantar pra nos receber, não é?! – ela riu maliciosa, mas com um tom de brincadeira.
Thalia colocou a mão na boca, fingindo choque.
— Nossa, gente… Eu achava que vocês só estavam namorando de mãozinha dada! Parece que eu tava bem enganada…
Verônica, segurando o riso, imitou um repórter sensacionalista, colocando uma mão na orelha.
— Notícia urgente: Toni foi vista logo de manhã colocando sua namorada na chapa, mas suas amigas a atrapalharam a foda e não permitiram a continuação do ato.
— Estávamos literalmente dormindo, sua palhaça. – falei.
Betty, então, apontou pra gente e disse:
— Ó, tem um almoço lá embaixo esperando vocês, ok? Vamos esperar as lindinhas vestirem uma roupa. Só não vão comer a sobremesa antes.
Toni, tentando manter a pose, levantou a voz pra expulsar a galera.
— CHEGA! Fora daqui! Fora do meu quarto, suas ridículas.
Mas Thalia ainda teve tempo de dar a última palavra, já saindo pela porta:
— Mas ó, não demora, viu? Vai que a gente tem mais confetes guardados…e literalmente chega na hora caso vocês demorem.
Assim que a última das meninas saiu do quarto, eu e Toni trocamos olhares e caímos na risada. Era impossível segurar, a bagunça que elas fizeram com aquela invasão foi surreal. Toni balançava a cabeça, ainda rindo.
— Essas malucas... Elas acham que depois de 21 anos eu mereço uma comemoração por estar namorando pela primeira vez– comentou Toni, tentando recuperar o fôlego.
— Assim, quando se trata de você, talvez seja um evento, né. – respondi, me jogando na cama com uma preguiça tão grande que parecia que todo o sono do mundo tinha voltado.
Toni me olhou de cima, cruzando os braços.
— Certo, preguiçosa. Levanta daí, a gente precisa tomar um banho antes de descer.
Eu apenas gemi de preguiça, deitada com o rosto afundado no travesseiro.
— Não quero… tô bem aqui. Nem precisa.
Ela revirou os olhos e chegou mais perto, pegando minhas pernas e me puxando devagar pra tentar me tirar da cama.
— Cheryl, não adianta fazer cena… vai, levanta logo. – disse ela com uma risadinha, mas eu puxei as pernas de volta pra cama.
— E se eu disser que não quero?
Toni me olhou com uma sobrancelha levantada e um sorriso meio de lado.