Viciante

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Naruto faltou ao trabalho na sexta. Sentia que precisava se afastar para colocar a cabeça no lugar, pensar direito, mas tudo que o tempo livre lhe proporcionou foi cada lembrança que tinha de Sasuke Uchiha.

A cor de seus olhos. Como sua pele pálida denunciava que ele pegava pouquíssimo sol em sua rotina. Os fios de cabelo sedosos, que ele só teve o prazer de tocar uma única vez.

No final de semana foi ainda pior. Ele já tinha visitado tantas vezes os momentos que passou com Sasuke, que começou a inventar e imaginar coisas que nunca tinham acontecido.

Como o modo que seu nome poderia soar na voz trêmula do outro homem enquanto ele gozava. Ou como seria sentir as unhas dele arranhando suas costas. Até o gosto que o esperma de Sasuke devia ter ele imaginou.

Segunda-feira de manhã, ele sentia como se todas as forças de seu corpo tivessem sido drenadas. Passou tanto tempo sonhando acordado que acabou dormindo mal, sem contar que ainda não tinha pensado numa desculpa para dar pela falta de sexta-feira.

— Naruto? — uma voz feminina chamou, fazendo com que seu corpo endurecesse no mesmo instante, mas o rosto que apareceu ao lado não era o que ele esperava. — Tudo bem? Eu já te chamei umas três vezes.

— Ah... perdão. — pediu, massageando as têmporas com as pontas dos dedos. — Bom dia. Como a senhora está?

— "Senhora", não, por favor. — Ino pediu num tom ameno, mas ainda encarava Naruto com certa preocupação. — Eu estou bem, mas e você? Por que não veio na sexta?

Naruto foi salvo pelo gongo quando as portas do elevador abriram, revelando cinco pessoas que passaram no meio deles para seguir caminho. Isso lhe rendeu apenas alguns segundos, mas foi o suficiente para formular uma resposta e colocá-la em palavras sem gaguejar.

— Eu peguei chuva na quinta. Acabei gripando, mas já me sinto melhor agora. — mentiu, apontando para dentro do elevador e esperando que ela entrasse primeiro para fazer o mesmo.

— Hum... entendo. — Ino murmurou, apertando o botão do andar onde trabalhavam. — Não pense que eu estou te censurando, ok? Eu só perguntei porque somos vizinhos de mesa. Foi um pouco solitário sem você.

Naruto piscou algumas vezes, encarando o perfil da loira sem muita discrição. Não era preciso forçar a mente para lembrar que não conversou muito com Ino Yamanaka nas duas semanas de trabalho em que conviveram. Para falar a verdade, a única vez que interagiram foi quando os fones de ouvido de ambos conectaram ao computador de Naruto e eles acabaram ouvindo uma mistura de pagode japonês e bandas indies por uma hora até perceberem o que estava acontecendo.

Ah, e também teve a vez que Naruto manchou a camisa de café e Ino, com muita maestria, limpou o tecido em menos de cinco minutos.

E também quando ele fez furinhos numa borracha que caiu em seu pé por acaso, e logo depois viu Ino desenhando um sorriso na mesma borracha antes de colocar na mesa de frente para eles.

Talvez, somente talvez... Naruto tenha passado as últimas semanas tão vidrado na relação estranha e confusa que vinha construindo com Sakura e Sasuke, que acabou esquecendo que tinha uma vida para além disso.

— Eu... também senti sua falta. — falou quando as portas do elevador abriram novamente.

— Não foi isso que eu disse! — ela o encarou com os olhos arregalados, o rosto inteiro avermelhado. Naruto riu e concordou antes de segui-la.

A ligação com Ino foi uma surpresa matinal muito boa, mas a paz de Naruto não durou muito tempo. Meia hora depois de chegar, Sakura convidou-o à sua sala e ele nem queria pensar no que estava por vir.

Na melhor das hipóteses, seria demitido por ser um simples estagiário negligente. Na pior, ela o convidaria para transar com ela e o marido novamente, e ele, obviamente, não conseguiria negar.

— Ei, você tá bem? — ela perguntou assim que ele entrou na sala, levantando depressa e se aproximando dele.

— Você é a segunda pessoa que me pergunta isso hoje. — respondeu em tom de brincadeira, arfando quando sentiu os braços dela envolverem seu pescoço com força. Ele não soube muito bem o que fazer, mas parecia tão natural que seus braços simplesmente abraçaram a cintura da moça com o mesmo carinho. — Isso é bom...

Sakura soltou Naruto e se afastou minimamente, encarando o homem da mesma forma que Ino fez mais cedo. Ele se sentiu ligeiramente culpado; se soubesse que faria tanta falta e causaria tanta preocupação assim, teria se forçado a ir trabalhar mesmo com inúmeras preocupações na cabeça.

— Você sabe que eu devia te dar uma bronca agora, não sabe? — ela sugeriu, vendo ele acenar. — Você sabe melhor do que eu o quanto precisa desse trabalho, Naruto, então só vou te pedir pra dar mais valor à ele. O seu amigo, Shikamaru, deu o nome e a palavra dele para nós quando te indicou. Não desperdice isso.

— Eu não vou. — respondeu rápido, apesar de ter ficado mais abalado ainda. Não tinha pensado nisso; que suas ações poderiam afetar o amigo que tinha lhe ajudado a chegar até ali.

— Ótimo. — ela sorriu pequeno, mas ainda parecia inquieta. — Eu... por algum motivo... algo me diz que sua falta pode ter sido minha culpa. Nossa culpa. — ela mordeu o lábio. Naruto sabia exatamente o que ela queria dizer, mas não pôde concordar. — Naruto, se por acaso a nossa proximidade te incomodar de alguma forma, nós podemos parar. O Sasuke e eu jamais íriamos querer que você se sentisse forçado a alguma coisa, e principalmente... — ela fez uma pequena pausa, desviando o olhar. Mas Naruto viu que o nariz dela estava corado. — Eu não quero perder a sua amizade. Se for pra escolher entre noites aleatórias de sexo ou uma vida com você, eu prefiro a segunda opção.

Naruto tentou disfarçar, mas sabia que o próprio queixo tinha caído de uma forma não muito sutil. Do mesmo jeito que se pegou pensando sobre Ino, agora também estava pontuando coisas sobre Sakura. Sobre o que existia entre eles para além do tesão.

Lembrou-se que ela lhe deu uma cesta de tangerinas ao final de sua primeira semana de trabalho. Que ela pediu que ele pegasse absorventes em sua bolsa na segunda-feira passada e levasse na porta do banheiro feminino. Que dividiram um sorvete de café depois do almoço na quarta, e que vinham trocando mensagens desde o dia em que se conheceram, com recomendações de lugares para ele, que é novo na cidade, visitar.

Naruto era um crápula. Tinha certeza que era e não precisava perguntar a mais ninguém sobre isso. A culpa e a vergonha tomaram conta de seu corpo de tal forma que, covardemente, sua única reação foi abraçar Sakura novamente, para que ela não pudesse ver sua cara de pau. Praguejou e prometeu mentalmente a si mesmo que nunca mais cobiçaria o marido da amiga daquela maneira.


[...]

Três semanas se passaram. Sasuke não viu Naruto durante esses vinte e um dias — pelo menos, não pessoalmente. Em dado momento do dia, imaginava o loiro sentado no sofá de casa, como uma ilusão, sorrindo para ele. De madrugada, via vultos na cozinha, e não sentia paz quando justamente em seus dias de folga, o porteiro ligava pelo interfone para anunciar que alguma encomenda tinha chegado.

Pior do que isso, só o fato de dormir toda noite com a esposa nos braços, e seus sonhos o levarem de volta à Naruto. À sua voz grossa, mas que também era doce como mel, bem ao pé de seu ouvido. Ao seu toque macio, mas nem um pouco delicado. E ao sexo, que foi melhor do que qualquer uma das vezes que transou com outra pessoa.

Seus sonhos renderam duas coisas boas, porém. Era através deles que matava a saudade de Naruto — apesar de que nunca admitia a si mesmo que sentia falta dele —, e também era assim que acordava duro todo dia e acabava transando com Sakura quase sempre.

Ela parecia feliz e completa. Como se nada tivesse mudado, ou tudo tivesse voltado ao normal. Não conversavam sobre a questão de aumentar a família, mas ele percebia que ela não fazia questão de lembrá-lo de usar camisinha. E sentia-se um canalha por deixar isso tudo acontecer quando passava cada mísera foda com Sakura imaginando o pau de Naruto entrando e saindo de sua bunda como se precisassem daquilo para viver.

— Você precisa mesmo ir? — perguntou enquanto via a mulher terminar de fechar uma mala pequena no meio do quarto.

— Ô, meu amor... — Sakura disse num tom meloso, se aproximando e segurando o rosto dele com carinho. — Eu vou voltar logo. Se não precisassem muito de mim, você sabe que eu não iria. São os ossos do ofício.

— Acho que preferia quando você não era chefe do seu setor. — ele brincou, mas até que era um pouco verdade. Sempre foi um advogado muito ocupado, mas agora que Sakura era a supervisora de sua própria equipe, era quase impossível que se encontrassem com frequência dentro da própria casa.

— É só um final de semana, Sasuke! — ela riu, roubando um selinho dele antes de entrar no closet.

"Só um final de semana", Sasuke repetiu mentalmente. Muita coisa podia acontecer em dois dias e três noites.

E quando Naruto apareceu na porta de seu apartamento no sábado à tarde, Sasuke soube que tinham pensado o mesmo.

Não houve tempo nem vontade para falarem. Naruto não esperou um convite para entrar e puxou Sasuke pela cintura, ignorando as próprias mãos trêmulas e a adrenalina que parecia gritar "NÃO!" em seus ouvidos quando beijou a boca alheia.

Sasuke, por sua vez, mal conseguiu fechar os olhos. Temia que Naruto desapareceria se o fizesse, e também não queria perder nada. Queria olhar para o rosto dele assim, de pertinho, e contar cada sarda que ele sequer tinha notado antes que existia na pele dele. Queria gravar na memória como seus cílios finos se curvavam sob suas bochechas, e como a franja loira fazia cócegas em sua própria testa.

Demorou três segundos para que Sasuke separasse um pouco mais os lábios e a língua de Naruto se apossasse de sua boca como se pertencesse unicamente a ele. Sasuke sentiu vontade de chorar — porque era bom. Porque estava traindo a esposa. Porque era só um beijo e seu pênis já latejava dentro da calça de moletom. Porque não aquilo não poderia estar acontecendo. Porque queria que aquele momento nunca acabasse.

Naruto empurrou a porta da sala com o pé, fechando-a com um baque. As mãos de Sasuke, que quase desapareciam dentro das mangas do moletom, tocaram timidamente o rosto alheio, mas era mais que suficiente para Naruto sentir a própria pele pegar fogo. Ele puxava o corpo esguio de Sasuke na direção do dele, esfregando suas pélvis uma na outra sensualmente.

Sasuke queria muito estar nú agora. Ele reparou, tardiamente, que as roupas de Naruto eram desarrumadas demais, como se ele sequer tivesse planejado sair de casa, e não duvidava que esse fosse o caso. Separou o beijo com muito esforço, trocando um olhar de meio segundo com o loiro antes de descer as mãos até a gola da camisa dele e começar a puxar o tecido para cima. Naruto se livrou da peça com pressa, puxou Sasuke novamente e beijou-o, chiando baixinho quando as unhas dele arranharam seu peitoral levemente.

Eles não tinham tempo. Tinham mais de quarenta e oito horas para passarem juntos, e ainda assim era pouco. Sasuke ficou de costas para o corredor enquanto Naruto guiava seus passos até o quarto do casal que ali morava. Aquilo era íntimo demais, sem pudor demais, mas não pensaram sobre isso.

Deitaram sob o lençol branquinho e alinhado, com Naruto por cima e as pernas de Sasuke muito bem fechadas em volta de sua cintura. Eles se encararam novamente e num pedido mudo, Naruto colocou as mãos por dentro do moletom alheio e tirou o pedaço de roupa sem a mesma correria que foi com sua própria blusa. Não tinham tempo, mas para Sasuke, ele faria tempo caso fosse necessário. Apreciaria a vista de seu peito nú e mamilos enrijecidos com calma. Observaria a vermelhidão do rosto alheio descer para o pescoço, e o movimento que já conhecia de seu braço tentando esconder a expressão envergonhada.

Era lindo. Apaixonante. Viciante. Naruto sequer conseguia dizer como aguentou três semanas longe de Sasuke, nem como isso não tinha acontecido antes. Mais cedo. Em outras vidas.

Sasuke sabia o que fazer. Tinha imaginado essa cena tantas vezes que mal podia esperar para testar tudo e mais um pouco com Naruto, mas sabia que deveria começar pelo começo.

Segurou o maxilar marcado com uma mão, dividindo o olhar entre as orbes azuis e os lábios rosados antes de guiar o caminho que queria que ele fizesse. O ar quente saindo da boca de Naruto bateu contra seu pescoço antes que a boca dele chegasse em sua pele, fazendo cada pelinho de seu corpo se arrepiar. O som molhado dos beijos de Naruto foi a única coisa que preencheu o silêncio até o momento em que Sasuke finalmente gemeu. Um som baixo e rouco, quase inaudível, deixou seus lábios, e ele teria visto a piroca de Naruto crescer se não fosse por aquela maldita calça que ele ainda estava usando.

Sasuke deslizou as mãos pelos braços musculosos do loiro e trilhou um caminho lento até as costas dele. Estava impaciente, seu corpo dava sinais muito claros em uma parte bem específica, mas tinha noção de que, assim que começassem, não parariam mais. Enfiou os dedos entre os fios de cabelo de Naruto, sentindo uma leve vibração onde os lábios dele estavam — e fez uma nota mental sobre isso —, puxou-os levemente e olhou-o nos olhos.

— Me fode. — pediu.

E Naruto obedeceu como se fosse uma ordem.

Colou os lábios aos dele novamente e tirou a calça de Sasuke sem se embolar, fazendo o mesmo com a própria. Ele sorriu quando percebeu que o moreno já estava nú — era um costume não usar roupa íntima quando estava sozinho ou apenas com Sakura em casa, mas o que realmente chamou a atenção foi a praticidade da situação. Foi quase impossível que Naruto não imaginasse isso numa situação diferente. Com eles morando juntos, só os dois. E tudo que ele faria sabendo que chegaria em casa e Sasuke estaria basicamente pronto para recebê-lo.

— E-eu já fiz isso. — Sasuke disse de repente, quando Naruto pegou o frasco de lubrificante na cômoda ao lado da cama. — Depois daquele dia, eu... na verdade, desde a primeira vez que você veio aqui, eu comecei a me tocar desse jeito com mais frequência.

— Então você já fazia isso antes? — Naruto sorriu de canto. Sasuke apenas virou o rosto. — Me conta o que você pensa quando tá se tocando.

— Oi? — Sasuke franziu o cenho, mas antes que pudesse encarar Naruto, ele já estava abocanhando seu mamilo esquerdo. Apesar de uma região não ter nada a ver com a outra, ele abriu mais as pernas no automático, sentindo a ponta do dedo indicador dele pressionar seu ânus. — Ah... e-eu... eu penso sobre você.

Uhum. — Naruto murmurou, mordiscando o mamilo dele e adorando ouvi-lo arfar.

— E-eu penso sobre quando você me preparou... e me lembro de como foi bom ter você dentro de mim, e- ah, porra! — Sasuke arqueou as costas quando o dedo de Naruto entrou nele, sentindo seu interior latejar. O que disse antes era verdade; já tinha se preparado, mesmo sem saber que dormiria com Naruto novamente, então não sentia nenhuma dor. Mas estava extremamente sensível porque não se masturbou apenas uma vez, mas duas, e uma delas foi quicando num pênis de borracha que comprou para Sakura anos atrás e ela nunca tinha usado.

— Não vai gozar ainda, hum? — Naruto levantou o olhar, soando desafiador, e Sasuke acenou rapidamente com a cabeça antes de sentir a língua dele descer por sua barriga e vê-lo sumir no meio de suas pernas.

Naruto estava sedento. Queria foder Sasuke com a mesma pressa que ele queria ser fodido, mas o fato de não saber se teriam outra chance para viver isso fazia com que ele não conseguisse simplesmente seguir em frente sem provar tudo.

Sua boca fez o caminho até o pênis ereto e não demorou para engoli-lo por inteiro. Sasuke gemeu arrastado enquanto acariciava os cabelos de Naruto, como se indicasse que ele estava fazendo tudo certo. Ele movia o dedo dentro de Sasuke lentamente, saindo quase que por inteiro e depois voltando, enquanto movia a cabeça para cima e para baixo, se deliciando com o sabor da pica dele. Ele introduziu mais um dedo e mais um, até Sasuke se tornar uma bagunça de gemidos por inteiro, e quando ele começou a mover o quadril na direção de seu rosto, Naruto parou.

O loiro se colocou de joelhos na cama, no meio das pernas bem arreganhadas de Sasuke, olhando-o de cima, imponente. Sua piroca, grande e molhada pelo próprio pré-gozo, estava tão perfeitamente na direção do rosto de Sasuke que ele chegou a abrir a boca para recebê-la, e gemeu frustrado quando não aconteceu. Naruto continuou lá, parado, e todo segundo parecia durar horas, mas não passou sequer um minuto enquanto ele se perdia na imagem do Uchiha ofegante, mole e suado, com os cabelos na altura do ombro completamente desengonçados. Ele sabia que adoraria ter essa visão todos os dias, em cada turno deles, e que jamais se enjoaria.

Naruto não pensou muito sobre a posição que estavam. Era uma das mais comuns e simples — para alguns, até sem graça, mas com Sasuke, até um "papai-mamãe" seria inesquecível. Passou os braços por baixo das coxas dele, ouvindo algo como um "o que você vai fazer?" misturado com a respiração rápida antes de puxá-lo em sua direção. Sasuke soltou um gritinho surpreso e arregalou os olhos, o que fez Naruto rir. Ambos sabiam que, se o pau dele já estivesse dentro de Sasuke, isso teria machucado muito... ou feito ele gozar instantaneamente.

Sasuke passou as mãos no rosto, envergonhado, e engoliu em seco, percebendo que estava com sede. Não apenas de água, mas de Naruto também. Passou as mãos pelo peito dele novamente, demorando um pouco mais e apertando a parte que era tão grande que lhe fez imaginar que ficaria linda envolvida por um sutiã de renda, e desceu mais até chegar na intimidade alheia. Naruto suspirou ao mísero toque das pontas dos dedos de Sasuke em sua pelve pouco coberta por pêlos da mesma cor de seu cabelo, e sorriu com os olhos fechados quando o próprio moreno guiou o pênis para dentro de si.

Os dois gemeram em uníssono quando chegou ao fim, o que foi propositalmente demorado. Naruto permitiu que Sasuke tomasse conta de tudo, sabendo que meteria sem dó a partir do momento que ele o liberasse, e Sasuke queria sentir cada veia do pau de Naruto dentro si com precisão antes disso. Suas pernas continuavam lá, caídas por cima das coxas de Naruto, que acariciou sua cintura ao mesmo tempo que a apertou como se, novamente, proclamasse que lhe pertencia. Ele começou a se mover devagar, ondulado o quadril de um jeito que só ele sabia. Sasuke separou os lábios, mas os gemidos só começaram a se fazer altos o suficiente para Naruto ouvir quando o próprio aumentou a velocidade.

Logo, todos os sons que ecoavam no quarto vinham deles. O calor se tornava insuportável aos poucos e Sasuke quase lembrou que tinha esquecido de ligar o ar, mas quando a pica de Naruto surrou sua próstata com vontade, pareceu que isso já não tinha importância. Seus corpos se chocando enquanto Naruto lhe puxava em sua direção criavam um som alto que só não lhe deixava atônito pois o barulho molhado do pau massivo dele entrando e saindo de seu cu era ainda maior. Ele não sabia o que fazer, nem se tinha o que fazer. Parecia que Naruto estava fazendo todo o trabalho e sua única função era ficar ali, parado, recebendo tanto prazer que era capaz de explodir a qualquer momento.

Mas logo ele soube que Naruto estava tão inquieto quanto ele. O corpo definido se inclinou por cima do seu para beijá-lo, e Sasuke gemeu satisfeito como se fizessem anos que não encostavam a boca uma na outra. As mãos grandes e ásperas de Naruto agarraram os pulsos de Sasuke, que até agora vinha apertando o travesseiro embaixo da própria cabeça para descontar a frustração de não alcançar o loiro direito nessa posição, e assim mesmo, por cima dele, Naruto começou a focar mais na força do que na velocidade com que se movia. Sasuke se remexeu na cama, choramingando, e começou a mover o corpo junto, sentindo-se mais próximo do ápice do que nunca.

Naruto percebeu exatamente quando Sasuke ia gozar. Ele separou o beijo quase desesperado, gemendo alto e manhoso, o que só deixou Naruto mais louco de desejo por ele. O Uzumaki se afastou novamente, voltando à posição inicial, e ainda segurando os pulsos alheios, ele começou a puxar Sasuke novamente em sua direção e a meter com precisão. Sasuke revirou os olhos, gemendo guturalmente enquanto lançava um jato de esperma no ar, que eventualmente se espalhou sob sua própria barriga e peito. Naruto continuou se movendo, buscando o orgasmo com tanta vontade que era como se estivesse no cio, chegando lá enquanto o interior de Sasuke contraía loucamente ao seu redor.

Os dois se beijaram novamente, com Sasuke rebolando tremulamente ao mesmo tempo que abraçava o corpo de Naruto como se implorasse para que ele nunca se afastasse. Naruto passava as mãos por suas costas, nuca e nádegas, querendo gravar sob o próprio toque cada curva do corpo do Uchiha, sem deixar nada de fora.

Aos poucos, com as respirações menos aceleradas e a ocitocina diminuindo, eles findaram o beijo apenas para que Naruto pudesse sair de dentro de Sasuke. Nenhum dos dois disse nada, mas um ficou maravilhado com a quantidade de porra que escorreu pelo ânus alheio, e o outro sentiu-se tão vazio que quase pediu para recomeçar.

Naruto deitou sob o peito de Sasuke, com as pernas entrelaçadas às dele. O quarto cheirava à uma mistura de tangerina com café, vinho e perfume feminino, o que seria impossível de disfarçar quando Sakura chegasse em casa... mas eles não queriam pensar nisso. Não precisavam. Não agora.

Sasuke fez um carinho mais ameno entre os fios loiros de Naruto, sorrindo contidamente para si mesmo. Sentia-se em casa, e isso era especialmente estranho pois ele realmente estava em casa, mas nunca tinha pertencido a um lugar tanto quanto pertencia ao abraço de Naruto. Em silêncio, Naruto apoiou o queixo no peito alheio e os dois se encararam por um longo tempo.

— Eu tenho tanta coisa pra te falar... — sussurrou.

— Eu também. — Sasuke sorriu, melancolicamente, e colocou uma mecha da franja loira atrás da orelha de Naruto. — Mas não podemos. Você sabe.

Silêncio. Naruto, magoado, sentou na cama e desviou o olhar.

— O que vai ser de nós depois disso? — perguntou.

Sasuke sentou-se também.

— Não... não pensa nisso agora. — pediu, segurando a mão alheia. — Vamos viver o momento enquanto ele durar. Por favor.

Demorou, mas Naruto acenou com a cabeça. Sasuke sorriu e abraçou-o com força, sendo retribuído de imediato.

Naruto dormiu na casa de Sasuke e Sakura naquela noite, na cama do casal, depois de transar mais uma vez com Sasuke sob aquele mesmo colchão. E diferente de todas as outras vezes que esteve ali, ele não foi embora.

Depois do Ménage Where stories live. Discover now