Yes, my love. - Agathario (one shots)

Love Under the Broken Spell

Collab com a SecretSongs (ela não quis mencionar mas eu achei necessário). Ela deu a ideia, eu escrevi, ela revisou, eu revisei... enfim... Foi sim uma collab, se foda.

aproveitem.

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*Capitulo unico*

A garoa fina insistia em cair, sem sinal de que cessaria em breve. Ao sair do carro, murmurou um xingamento ao deixar a pasta da investigação cair no chão. Pegou-a rapidamente, evitando que se encharcasse muito, ajeitando-a de forma desajeitada debaixo do braço. Jogou o casaco grosso de frio sobre os ombros, pegou a chave do carro no bolso da calça e trancou a porta.

Só percebeu que estava prendendo a respiração quando o clique da porta de sua casa ecoou, e o calor do ambiente a envolveu com um abraço reconfortante.

Sem hesitar, largou o casaco e as chaves de qualquer jeito sobre a mesa de jantar, retirou os tênis e colocou o arquivo da investigação na mesinha de centro da sala.

Andou pela casa e parou no quarto apenas para trocar a calça jeans por uma de moletom escura, mantendo a camisa xadrez que já vestia, mas abrindo os três primeiros botões e dobrando as mangas até os cotovelos.

Planejava ir à cozinha, pegar uma cerveja e se jogar no sofá para assistir algo qualquer na televisão. Mas um nó se formou em sua garganta ao notar que a porta, sempre fechada, estava semiaberta.

Um sentimento confuso e saudoso a invadiu quando leu o nome no quadro sobre a mesinha de cabeceira: "Nicholas Scratch", em letras douradas em um certificado. Não sabia dizer o que mais doía: a falta que ele fazia ou o fato de não se lembrar de quem ele era e, mesmo assim, sentir essa ausência.

A primeira lágrima ameaçava cair do canto de seu olho quando as batidas apressadas na porta interromperam seus pensamentos, fazendo-a revirar os olhos e bufar. Já era tarde da noite, e ela não esperava visitas.

Fechou a porta do quarto com cuidado, respirou fundo para se recompor e caminhou com passos decididos até a porta da frente, abrindo-a sem muito cuidado.

- O que!? - quase gritou, mas parou ao ver a agente Vidal em sua porta.

- Você sabia que é uma verdade universal que uma policial não pode ser boa no trabalho e ter uma vida pessoal saudável ao mesmo tempo? - Agnes franziu o cenho, confusa, e antes que pudesse responder, Vidal revelou uma caixa de pizza grande. - Está com fome?

Ainda em silêncio, Agnes deu um passo para o lado, permitindo a entrada da mulher, que se acomodou na poltrona e descansou a pizza em cima dos arquivos da investigação na mesinha de centro. Novamente, o nó em sua garganta apareceu. A agente parecia à vontade, como se não fosse a primeira vez que pisava em sua casa e sentava naquela poltrona.

Suspirou profundamente para afastar os pensamentos confusos, foi à cozinha e pegou duas garrafas de cerveja. Quando voltou, Vidal já estava com o primeiro pedaço de pizza em mãos.

Sem perceberem, a conversa fluiu naturalmente, e o tempo passou sem que se dessem conta, assim como os pedaços de pizza foram acabando.

- Então... - Agnes começou, trazendo mais duas garrafas e estendendo uma para Vidal. - Ela é uma novata, beleza? Mas eu perguntei pra ela: "O suspeito foi visto nas últimas 24 horas?" E ela disse "Só no TikTok." Aí eu perguntei "E você aprendeu alguma coisa?" e ela respondeu "Você usa o pincel de base errado."

Vidal riu, ajustando-se na poltrona, e o som da risada mexeu em algo dentro de Agnes, uma sensação familiar e ao mesmo tempo nova. A risada dela era... boa de ouvir.