Após certo tempo sentados ali no corredor dos dormitórios, Masaru finalmente tomou a iniciativa de se levantar primeiro, apoiando-se no cabo de Seiryuu para se levantar com maior facilidade e, logo após, ajudou Ryo a se levantar.
— Mestra, se me permite, para onde está indo agora? — Ryo perguntou enquanto era levantado com facilidade por sua mestra.
Masaru, por sua vez, olhou confusa para Ryo, olhando-o de baixo para cima — Liming-san¹ não o avisou? — A mulher perguntou ligeiramente preocupada.
E, notando a preocupação na voz de sua mestra, o garoto não soube exatamente como deveria responder à pergunta. A única opção que ele via era a que ele mesmo continuava a repetir para si mesmo em sua mente. — Sobre o que exatamente... eu dev... Oh! — Ele então parou no meio de sua fala, lembrando-se minimamente sobre ele ter que estar arrumado. Por que... os outros?
Olhando para sua mestra, que aparentava estar confusa com a reação de Ryo, ele logo se apressou em perguntar para ter certeza de que sua mente não estava pregando uma peça. — Os generais estão vindo?! — Ele perguntou apressadamente.
— Sim... Não me diga que só se deu conta disso agora? Toyosaki! — Masaru advertiu, quase incrédula com a surpresa de seu discípulo.
— Bom... eu estive adormecido nos últimos dias, não imaginei que os outros aos quais Liming-sama estava se referindo seriam os outros generais, sensei! Estão todos vindo?! — O garoto perguntou entre risadas nervosas, quase como para controlar um possível desespero por poder aparecer de maneira desleixada na frente de pessoas que admira. Em meio o que poderia se tornar uma crise histérica, suas perguntas foram respondidas por uma voz familiar ao seu lado.
— Alguns de nós até mesmo já chegaram há uns dias, na verdade, Ryo. Não se desespere tanto. Além de mim, os únicos que já estão aqui são: Shihei, ainda em recuperação e dormindo, o dono do templo, obviamente, e a decima general. Até o momento, além de Huo e minha querida irmã, sou o único a vê-lo no estado atual. — Olhando para o lado, lá estava, com lindos cabelos loiros, uma máscara cobrindo seu rosto e um quimono dourado, Gonkuro, o qual Ryo não via há meses. Instintivamente, a presença de Gonkuro desviou a atenção de Ryo de suas preocupações com os outros generais.
Quase instantaneamente ao notar a presença do terceiro general, ele já havia o puxado para um apertado abraço. — Gonkuro-sama, há quanto tempo... Como você está? Tem comido? E... sobre aquele assunto, tivemos algum avanço? — Ele perguntava de maneira quase frenética, sem pretensão de se afastar do general, o qual, para ele, era o mais próximo de um amigo na capital que poderia ter.
E, notando tal demonstração de afeto por parte de seu discípulo, Masaru colocou uma mão em frente à boca e tossiu para chamar a atenção de ambos. — Tais demonstrações de afeto podem ser consideradas inadequadas entre um general e um soldado, Ryo. — Masaru advertiu, e automaticamente ele se afastou do abraço, fazendo Gonkuro rir abafadamente por trás de sua máscara.
— Não ligue para o que ela está dizendo, Toyosaki. Minha imouto-chan² pode ser meio ciumenta às vezes. Ela é assim desde pequena. — Gonkuro respondeu com uma risada sincera.
O que, por sua vez, fez Masaru suspirar antes de falar novamente: — Chega, eu vou indo, e ani-ue³, pare de me envergonhar para meu discípulo. Em vez disso, deveria estar indo para a sala que Liming preparou para nós... Os outros já estão se aproximando... Então ande logo e, Ryo, vá se arrumar. — A Xogum dizia em alto e bom tom, advertindo tanto seu irmão mais velho quanto seu discípulo, enquanto se afastava com passos pesados até enfim bater à porta.
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Entre Espadas
RomanceUm relacionamento que acabou de maneira conturbada, em um acidente que causa a morte de ambos, foi assim que Ryo e Leonardo se viram em um mundo feudal durante um xogunato, onde aparentemente youkais e magia não são somente contos em livros antigos...