Sasuke e Naruto estavam vivendo os melhores momentos de suas vidas. Não era exagero; cada dia juntos podia ser levado ao pé da letra como único, inescurável e extraordinário.
Fizeram um acordo na noite de sábado. Não falariam sobre Sakura nem nada que os lembrasse dela, o que foi muito difícil nas primeiras horas já que eles estavam enfurnados no apartamento que o Uchiha dividia com ela, mas depois de descobrirem a solução simples de ir para a casa de Naruto, eles voltaram a viver apenas de amor.
Sem regras, responsabilidades ou preocupações.
E principalmente, sem culpa.
O local que Naruto já tinha aprendido a chamar de "lar" não era nada parecido com o apartamento de luxo onde Sasuke morava. Não era exatamente uma casa tradicional japonesa, mas tinha detalhes rústicos que lembravam uma época mais antiga, como o quintal cheio de britas e a estrutura feita completamente de madeira. As portas do quarto eram de correr e as janelas dormiam abertas — o bairro simples, apesar de bem localizado, era familiar e bem fiscalizado pelas autoridades. Segundo Lee, um vizinho que já tinha se mostrado um belo amigo, o prefeito de Kanto fazia visitas periódicas ao local para passar um tempo com a amante e o filho bastardo.
Isso explicava as viaturas que passavam pelo menos duas vezes por dia por ali, e os homens de preto altos e bombados que Naruto ficava secando sempre que paravam na esquina.
Mas nesses dois dias, ele só teve olhos para Sasuke. Transaram — transaram muito —, mas também apreciaram a presença um do outro de outras formas.
Trocavam carícias na banheira apertada do único banheiro da casinha, faziam a comida juntos e contavam as primeiras estrelas que surgiam no céu sempre que a noite caía.
Naruto, galanteador, dedicava músicas de amor e trechos de livros à Sasuke enquanto penteava seus longos cabelos negros.
Sasuke, romântico, ouvia tudo com corações nos olhos e dava seus melhores shows em retribuição. Tanto cantando com a voz suave enquanto Naruto adormecia sob seu peito, quanto dançando e se despindo em stripteases que faziam o pau dele latejar a ponto de quase gozar intocado.
O moreno não era de falar muito, mas o silêncio não incomodava. Os dois sabiam que, quanto mais falassem, mais real aquela traição se tornaria. E eles estavam se mantendo fiéis à promessa de não pensar em Sakura.
Pelo menos, até ela voltar.
[...]
Sakura estava radiante. Apesar dos cabelos rosa estarem presos em um coque amarrado terrivelmente às pressas e uma pizza de suor se formar na região de suas axilas na camisa branquinha e de grife, ela não se deixava abater.
Estava genuinamente feliz. Tudo corria bem com o novo projeto que tinha assumido — na verdade, não tão novo assim. Já faziam alguns meses que aconteciam conversas e reuniões sobre isso, mas até agora, nada tinha saído do papel. Finalmente, depois de seis meses de "chove-não-molha", ela finalmente estava vendo uma nova sede da empresa se erguer, literalmente! Nada poderia ser mais gratificante que planejar, lutar por um projeto, e vê-lo se realizar pessoalmente como supervisora.
— Você sabe que soa como se estivesse dando a luz quando diz coisas assim, não sabe? — Tenten, a arquiteta responsável e que já se tornara uma amiga, brincou.
— Bom, é quase como se eu fosse mesmo! — Sakura rebateu animada, passando uma parafusadeira para um dos trabalhadores que passava ali perto.
— Acho que a Tenten tem mais direito na guarda da "criança" do que você. — Ino disse num tom sarcástico, sentada sob uma pilha de madeiras com as pernas cruzadas enquanto tomava água numa garrafa de plástico com canudinho. Ela tinha trabalhado tanto quanto Sakura, mas a calça de alfaiataria e a blusa da Louis Vuitton continuavam impecáveis. — Nem estávamos aqui quando as obras começaram.
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Depois do Ménage
FanfictionSasuke e Sakura são casados à cinco anos. Temendo não ser mais suficiente para o marido, ela sugere alguns encontros à três com o novo estagiário em seu trabalho. A única coisa que nenhum deles esperava era que sentimentos novos poderiam surgir, e a...