Entrando no jogo

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Entrando no jogo

Ao olhar suas mãos percebeu que não paravam de tremer, ela estava chateada mas não podia negar que nunca quis de fato se afastar de Victor, mas não era só isso que a incomodava, estava realmente ficando louca, ela não queria perder ambos.

Afinal de contas por que sempre se sentia assim com ambos? Isso estava a deixando desconfortável a cada dia que passava.

Quando olhou e viu Mara dormindo, logo estariam chegando não pode deixar de inveja-la, ela queria dormir também, mas sabia que sua mente não a deixaria, tantos pensamentos juntos a sobrecarregava e ao mesmo tempo a deixava excitada demais.

O que aconteceria? Paulo iria finalmente ser feliz agora? No fundo ela torcia para que sim, sempre quis o bem dele, era difícil explicar mas ela não queria entregar Paulo para Sabrina.

E Victor? Ele se sentiria mexido por ela? Ele lutaria pelo amor de Sabrina?

Ainda pensando em tudo isso viu Mara resmungar com os olhos fechados.

– Se continuar assim, vai sair fumaça da sua cabeça daqui a pouco.

Mesmo nervosa não pode deixar de rir, pois por pior que possa parecer essa era a realidade.

Então para tentar descontrair pediu a Mara.

– Agora que ela esta acordada, pode me contar afinal o que aconteceu com eles? Por que Paulo diz que Victor é culpado dela ter estado em coma por tanto tempo?

Mara mordeu os lábios já se arrependendo de ter abrido sua boca, ela sabia que Aline ia em algum momento perguntar isso.

Olhando agora para ela, ficou a pensar em tudo o que aconteceu.

– Acho que o ideal seria eles te contarem, mas acho que agora tanto faz.

Sabrina como deve ter notado, não é uma mulher de muito escrúpulos, vem de uma família de prestigio, mas que se envolveu em um grande escândalo e acabou perdendo quase tudo o que tinham, seu pai era um politico, se vendeu para a pessoa errada, disse sorrindo cinicamente.

Como meu pai na época tinha grande interesse em entrar no ramo, iniciou projetos com o pai de Sabrina, e foi assim que Paulo a conheceu.

Ele se encantou pelo seu jeito de menina, seu jeito meigo e carinhoso, mas também atrevido e irônico.

Não preciso falar que meu pai e o pai de Sabrina amaram a ideia deles juntos e deram todo o apoio.

Quando a conheci tentei ter uma amizade, mas ela nunca gostou muito de mim, e nunca fez nada para esconder isso.

Paulo apesar de não gostar acabou pedindo para que eu relevasse, o que eu fiz por algum tempo, mas não conseguia mas aguentar no final, antes do acidente.

Ela era engraçado tenho que admitir e bonita, mas eu nunca senti nela carinho por ele, eu sentia que ela o usava, de certa forma tudo em relação a Sabrina é usar, parece que esse era seu lema...

Tentei uma vez falar com ele sobre isso, mas ele estava tão cego paixão que ficamos brigados por quase meio ano.

Foi quando percebi que não importava o que eu falasse, ela ganharia, tinha ele em suas mãos.

Quando tentei falar com meu pai sobre isso, fui repreendida severamente, foi quando entendi que para ele tanto fazia se ela era boa para ele ou não.

Ele queria conseguir o cargo no meio politico e estava usando ela para chegar a isso.

Ela não era boba, e logo percebeu isso, fazendo com isso um jogo onde até meu pai acabou entrando em sua rede.

Ironicamente a única pessoa que eu podia tentar falar disso era ao Victor, porem ele estava já a um bom tempo viajando e resolvendo problemas tanto profissionais como pessoais.

Estranha ObsessãoOnde histórias criam vida. Descubra agora