Capítulo 12 - 1 a 4 de Agosto

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Harry abriu a boca pasmo, mas antes que pudesse dizer qualquer coisa, foi cortado por Murphy que entrou contente dizendo que Camellia comeu alguns pedacinhos. Malfoy colocou a bandeja no forno e saiu com a garotinha sem olhar para Harry, o que fez o moreno se sentir estranho com aquele gelo e principalmente sobre algo que nunca passou em sua cabeça.

Malfoy não tem amigos.

***

Dia 33
2 de Agosto de 2001
Quinta-feira

Harry estava pensando que se fosse alguns anos atrás, ele estaria em um mês no Expresso de Hogwarts. Era tudo o que ele queria, voltar para sua antiga vida de estudante. Talvez o terceiro ano, antes de descobrir sobre Sirius e quem realmente entregou seus pais a Voldemort.  Era divertido, as garotas tinham crescido desde as férias... e os garotos também, diga-se de passagem.

Não, Harry queria voltar para o quarto ano, foi um ano difícil, mas era tão bom as fugas que tinha para se trancar com Cedric em algum lugar de Hogwarts. Ele mordeu os lábios com esses pensamentos, e um incômodo subiu pelo seu peito ao lembrar-se do garoto que se apaixonou perdidamente e depois o viu morrer, Voldemort tirou outra pessoa da sua vida e na sua frente.

Certo, então ele gostaria de voltar para o segundo ano, quando as matérias ainda eram fáceis e sua mente não pensava em garotos ou garotas... mas aconteceu todo aquele terror sobre a câmara secreta. Então não, Harry optou por seu primeiro ano, onde tudo era nojo e incrivelmente mágico para ele... mas foi quando ele descobriu que Voldemort tentava voltar e consigo trazer o caos.

Ele bufou com isso e se lembrou que seu quinto e sexto ano foram sombrios suficientes para não sentir tanta falta. Ele não teve um ano que não fosse turbulento ou não envolvesse o homem que destruiu sua vida desde quando tinha apenas um ano e três meses.

Foram esses pensamentos que o fez ter certeza que faria a vida de seus futuros filhos a melhor que pudesse. E isso o fez pensar em Murphy que deve ser amada pelo seus pais reais, e em como em outro universo ele não foi responsável o suficiente para cuidar dela.

"Harry?" ele piscou os olhos virando o rosto para quem o chamou na sala dos aurores. "Estava me ouvindo?"

"Desculpe, pode repetir por favor?"


Dia 36
4 de Agosto de 2001
Sábado

Não ter conversado com Malfoy desde terça causou um ambiente tenso entre ambos, Harry nunca sabia o que dizer e o loiro não o ajudava mais a arrumar a gravata pelas manhãs mesmo que visse o quão mal colocada estavam.

"Malfoy, posso falar com você?" Harry estava se sentindo idiota pelo o que pretendia dizer.

Ele ergueu o rosto do livro que estava lendo na mesma poltrona de sempre, os olhos cinzas demonstrando desinteresse a qualquer assunto que Harry tinha para dizer e os lábios rosados estavam em linha reta. Os cabelos loiros quase impecáveis, exceto por uma única mexa longa caindo sobre sua testa.

Por um momento Harry sentiu voltando de ajeitar a mexa de cabelo do Malfoy.

"Estou esperando." Malfoy resmungou quando Harry continuou parado e em silêncio.

O moreno sacudiu a cabeça e se sentou no sofá, tentando lembrar o que estava ensaiando para dizer.

"Eu-... olha, não me arrependo de ter libertado Dobby, mas sinto muito se isso afetou sua pré-adolescência." ele resumiu todo o texto detalhado sobre como Lucius era um idiota com Dobby e todas as razões pelas quais elfos deveriam ser livres.

"Ok." abaixou a cabeça retomando sua leitura, Harry continuou parado esperando qualquer outra reação.

Mas não veio, ele apenas suspirou alto e se levantou para voltar ao seu escritório.

"Não me arrependo das provocações e disputas que fizemos porque eram divertidas. Entretanto, sinto muito ter sido seu maior bullying em Hogwarts." ele ouviu a voz aveludada de Malfoy e isso o fez parar antes de alcançar o corredor e se virar, encontrando o outro ainda olhando para o livro e passando para a próxima página.

Harry sabia que o outro não queria o encarar nos olhos, mas em sua voz conseguiu perceber o mesmo tom que usou a pouco tempo ao se desculpar.

Como não sabia o que dizer, continuou a andar em silêncio e se perguntando mentalmente se aquilo era uma trégua permanente ou só um momento de maturidade. Talvez as duas opções, mas ele optou por se concentrar nas coisas acumuladas do seu trabalho que precisava resolver, invés de pensar no homem loiro e atraente sentado na sua poltrona com aquele ar misterioso que sempre fez Harry se questionar milhares de coisas sobre o outro.



Pergunta do Capítulo:
Estão entendendo as coisas até aqui? E principalmente, estão percebendo as faíscas? :3

Murphy | Drarry [mpreg]Onde histórias criam vida. Descubra agora