Continuou a chorar, compulsivamente, enquanto eu me aproximava mais e me ajoelhava à sua frente.

-D-Desculpa, Mel.-Pediu por entre soluços.

Interrompi a memória que me veio à cabeça, olhando para o chão, desviando o olhar daquela porta.

-Eu vou indo dormir, acho eu.-Informei, levantando-me do chão.

Limpei uma pequena lágrima que já se começara a formar no meu olho e caminhei para a porta de entrada no prédio. Quando cheguei lá, olhei para trás e vi o Luke de pé, com os braços pousados no pequeno muro, virado para a rua onde o Michael se tinha atirado. O loiro olhou para um lado e depois para o outro e eu tive receio. Acho que tive receio de que ele fosse fazer algo estúpido mesmo sabendo que ele não ia e, por isso, abri a porta que dava para o prédio é voltei a fechá-la sem ter saído do telhado, dando a entender ao rapaz que já me tinha ido embora.

E ele desabou em lágrimas. Um choro compulsivo e desesperado. Senti o meu coração a ficar partido aos pedaços e aproximei-me lentamente dele, de algum modo preocupada com aquele rapaz.

Cheguei ao seu lado mas ele não reparou, pois estava a olhar para o lado oposto. Pus então a minha mão no seu ombro e ele rapidamente olhou para mim assustado. Mal percebeu quem eu era, limpou as lágrimas rapidamente, tentando conter o choro. Algo que não resultou, fazendo apenas pior. Ele passou as mãos pelo cabelo loiro despenteado e eu retirei a minha mão do seu ombro. Ele respirou fundo, mas mesmo assim não se conseguiu acalmar. Apoiou os braços sobre o muro e olhou para baixo, derrotado.

-Eu sou patético.-Ele falou e eu assenti.

-Sem dúvida.-Concordei e ele olhou para mim.-Mas pensava que já sabias.-Sorri ligeiramente, dando a entender que era uma brincadeira e ele sorriu por entre as lágrimas.

-Falo a sério.-Ele prosseguiu tristemente.-Eu tive uma pessoa que conseguiu perceber a minha história, que a aceitou, que não me culpou por aquilo que eu me arrependo mais, a morte da Sky, tive uma pessoa chata até dizer chega que não descansou até me conhecer direito, uma preconceituosa com alguma coisa contra nerds que acabou por se tornar importante. Eu tive uma amiga, e fui patético o suficiente para estragar tudo.-Ele virou-se e sentou-se de costas para o muro, limpando algumas lagrimas, sentei-me ao lado dele.-Agora o melhor amigo dela está no hospital por minha culpa. Deus queira que ele sobreviva, porque ele não merece. Ele nem sequer me conhecia e eu ia matando-o. Eu sou uma merda. Eu percebo porque é que os meus pais me expulsaram de casa.

-Oh não te faças de vítima, Luke.-Pedi, revirando os olhos e pousando-os sobre o meu vizinho que soltou uma gargalhada triste.

-O pior é que não estou.-Revelou, olhando para mim.-Honestamente, Mel, há mais alguma maneira de ver esta situação? Aliás, há maneira melhor de ver há situação?

-És apenas uma pessoa com muito azar que está sempre a matar pessoas indirectamente sem querer?-Sugeri não muito convencida da minha sugestão.

-Essa é apenas uma maneira mais estúpida de ver a situação.-Ele reparou cabisbaixo.-Eu sou horrível.

Ele limpou mais uma lágrima e eu senti pena. Não queria ajudá-lo, por um lado achava que ele devia sentir na pele o que é ser magoado, por outro achava que ele já tinha sentido que chegue, por outro senti uma forte vontade de o confortar. Talvez fosse pelo cansaço, mas não me senti bem a vê-lo ali a martirizar-se pelo que aconteceu, ao contrário do que acontecera nos meses anteriores.

-Uma vez a minha avó disse ao meu avô que ela era horrível.-Eu comecei e o rapaz ao meu lado ergueu a cabeça, fitando-me.-E o meu avô respondeu "tu não és horrível, os teus cozinhados é que são".

O Luke riu um pouco e eu sorri-lhe.

-O teu avô parece ter sido um homem fantástico.-Reparou ele.

-Ele é e sempre será um homem fantástico.-Corrigi, lançando-lhe um sorriso fechado.-E também era ótimo a consolar pessoas quando elas diziam que eram horríveis, como podes ver pela história que te acabei de contar. Por isso sabe que, se ele estivesse aqui, ter-te-ia consolado. Infelizmente eu não herdei esse talento do consolo, é mais do Ashton.-Reparei, sorrindo um pouco para o rapaz loiro.

-Acho que herdaste.-Reparou, limpando as poucas lágrimas que lhe escorriam na cara.

-Não era a minha intenção herdar, se é que me faço entender.-Falei agora mais séria, criando outra vez paredes e tentando parar aquele momento de conforto que tinha apenas criado devido ao cansaço.

O seu sorriso desapareceu ligeiramente, mas consegui reparar que ainda estava lá.

-Eu vou tentar dormir.-Informei, levantando-me e indo em direção à porta da entrada para o prédio.

-Dorme bem.-Ele falou, enquanto eu abria a porta.

Não lhe respondi e apenas saí do telhado.

Tu também, Luke.

⭐⭐⭐⭐⭐

4/4 fim

A San Francisco é vida!

I wanna get back to were we started to that summer night you know you know you know we got it right

Este foi o fim da matatona! Bam!

O que acharam desta parte da história?

Lukiss está a ressuscitar?

*ouve os violinos em San Francisco e morre*

Dont say a world at all

A Liss confortou-o!

(AI A VOZ DO MICHAEL NO FINAL DESTA MUSICA!)

Acham que Lukiss vai progredir?

O que acharam da maratona?

Este foi um bom capítulo para acabar o ano?

Peço imensas pelas minhas intervenções sobre o álbum Sounds Good Feels Good, mas eu não quero saber u.u

Espero que tenham gostado.

Qual é o vosso objetivo de ano novo?

Tenham um ótimo ano novo, cheio de alegria e tristeza (porque também faz parte), mas que consigam sair dele mais fortes e melhores! Aproveitem cada momento como se fosse o último porque vai haver um último momento, nós não sabes qual deles vai ser! Adoro-vos mesmo muito e espero que tenham as vidas incríveis que podem ter, aproveitem, crianças!

Feliz 2016!!!

The 1st Street || Luke HemmingsOnde histórias criam vida. Descubra agora