- Então tia é isso, a senhora se cuide e cuide dos pequenos.

- Você também minha filha, que Deus te ajude meu amor.

-Sua bênção tia.

- Em nome do pai do filho e do espião santo amém. Que Deus te leve e te guarde minha menina, e lembre-se, eu sempre estarei aqui para quando vc quiser volta- E assim com lágrimas nos olhos e uma dor terrível no coração me despedi dela e subi no ônibus, para um novo futuro uma nova vida.

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3 dias de viajem, estou exausta.
A Lurdinha ficou de me esperar na rodoviária, ela me falou que agora é ruiva.

A Lurdinha é uma morena de olhos verdes ela sempre foi um pouco mais baixa do que eu, na época em que morávamos perto ela tinha cabelos negros compridos e lisos e ja tinha um corpo bem avantajado pros seus doze anos, é assim que me lembro dela. Quanto a minha pessoa, o que posso falar, sou pretinha meus cabelos são crespos, meus olhos parecem com duas jabuticabas, não tenho o corpo da Lurdinha mas não sou nem uma tábua tenho 1,70 de altura, quanto ao peso fiquem sabendo que gosto de chocolate.

Vejo uma moça de cabelo vermelhos, se aquela é a Lurdinha ela está mas pra sósia do pica-pau do que pra ruiva.

- Lurdinha?
- Ângela! Nossa você não nada! - Lurdinha então me deu um abraço bem apertado daqueles que te deixam sem ar. Lurdinha sempre foi muito emotiva e romântica.

Lurdinha aos doze anos fugido de casa com a mãe, pois seu pai além de alcoólatra era bastante violento. Batia sem dó nem piedade na pobre da dona Célia mãe da Lurdinha. Quando a Maria de Lurdes/Lurdinha fez doze anos dona Célia resolveu fugir com filha para a casa de uma tia que morava em Santa Catarina. Mas a Maria de Lurdes e eu sempre mantivemos contato, primeiro por caras depois por Telefone.
Quando minha avó morreu e eu contei em umas das cartas para a Lurdinha, ela me chamou para ir morar com ela. Então juntei todas as minha economias e comprei uma passagem, pois além de um teto a Lurdinha ja tinha me arrumado até um emprego no restaurante do hotel onde ela trabalha.

Ela e eu fomos até um ponto de ônibus com as malas, pegamos o primeiro ônibus para um bairro bem distante da rodoviária, no ônibus a ludinha foi me contando como era morar ali, e o que eu iria encontrar.

Quando chemos em casa a dona celia me deu um longo abraço e começou a chorar.

- A Ângela eu sinto muito por a dona Francisca e o seu José eu sei como você os amava.

- Calma dona Célia Deus sabe o que faz- tentei acalma-lá.

- é verdade minha filha, mas vamos deixar disso, pois hoje iremos comemorar a sua chegada.- então dona Célia me deu um beijo no rosto.

- A mamãe tem razão, logo porque eu tenho a minha irmã de novo.

Ficamos até tarde conversando.

Na manhã seguinte eu e Lurdinha saímos bem cedo para começarmos a trabalhar, já que eu só precisava levar alguns documentos pois a Lurdinha ja tinha organizado tudo.

As primeiras horas foram tranquilas sem nenhum estresse.
Chegando a hora do almoço o restaurante começa a ficar cheio, tanto por hóspedes quanto por apreciadores.

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