- Ora, maninha, já lhe disse para parar de ser tão rabugenta, apenas queremos... estar todas unidas, não somos uma família? - perguntou com deboche.

- Quieta, Zelena, deixe sua irmã em paz.

- Não sei porquê permiti que vivessem aqui. - a morena tomou um gole de sua bebida e sentou-se na cadeira de frente para o espelho - Vocês só me enchem a paciência.

- Não fale assim com a sua mãe, Regina. - Cora se aproximou pegando a taça de suas mãos.

- Ei! - a morena exclamou.

- Já chega de bebidas por hoje, vá ver os seus filhos, Sara não para de perguntar por você.

- Não estou com cabeça para isso. - virou-se de frente para a sua penteadeira, apoiando os cotovelos e encostando a testa em suas mãos.

- Que tipo de mãe é você? Que só vê os filhos uma vez por semana e, se tiverem sorte em alguns jantares que você comparece?

Regina sentiu o impacto daquelas palavras. Sabia muito bem que estava longe de ser a mãe do ano, e a sua própria tinha razão, mal se lembrava da última vez que sentou-se e permaneceu como uma mãe perto dos filhos. Nem mesmo sabia se um dia já chegara a fazer isso. Mas a única coisa que assolava a sua mente era como se vingar de Snow e, ser amorosa não estava em sua lista, na realidade, era a última coisa que seria, criar vínculos profundos com os filhos significava fraqueza, e esse era um péssimo momento para ser fraca. Não podia dar-se ao luxo de se importar com eles da forma que gostaria - se quer gostaria - já passou por um processo de perda uma vez e por experiência própria sabia que tinha a grande tendência a infelicidade, além de tal experiência, não ter sido nem um pouco agradável.

- Você é uma péssima mãe, irmãzinha, ainda bem que a nossa nunca foi assim. - Zelena debochou, e recebeu um olhar censurado de Cora - Orgulho de você, mamãe. - sorriu e se acomodou melhor no divã de sua irmã.

- Não tem nada para fazer, Zelena?

- Não, mãe, na verdade não.

- Regina. - voltou sua atenção à filha mais nova - Pelo menos jante conosco esta noite.

- Falando assim eu quase acredito que se importa.

- Eu me importo. - Regina suspirou pesado. - Os seus filhos também.

- Está bem, mandem colocar meu lugar à mesa.

- Ótimo.

- Algo mais?

- Sim, nossos homem abateram um garoto que roubava nossos mantimentos e um cavalo, estava acompanhado da irmã, mas esta fugiu com outro de nossos cavalos.

- Ah, só me faltava essa, será que esses aldeões perderam a noção? Será que não aprenderam ainda o que acontece com quem rouba de sua Rainha? - Regina levantou-se furiosa.

- Aonde vai?

- Ver os olhos do impostor.

- Eu posso cuidar disso para você.

- Não será necessário. - a morena dizia enquanto andava pelos corredores, sendo seguida por sua mãe e por Zelena, logo atrás.

Quando chegou na porta do salão principal - onde ficava o seu trono - moveu os dois braços fazendo as pesadas portas de madeira escancararem.

- Minha Rainha. - um de seus cavaleiros parou a sua frente e a reverenciou.

- Aonde está o ladrãozinho? - varreu a sala com o olhar matador, e viu o ruivo sendo segurado por dois guardas - um de cada lado - em seus braços que estavam presos a uma algema. Ela estreitou ainda mais os olhos.

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