- Mas você é virgem...Não é? - perguntei insegura.

- Sou Anna, sou! - ele disse alto dessa vez, controlando a voz logo a seguir - Mas, ela está disposta a fazer qualquer coisa para que você acredite que eu tenha tido um relacionamento com ela. - ele disse nervoso.

- Jonas, calma, por favor. - respirei fundo - Eu acredito em você, mas você está muito nervoso. Se você não teve nada com ela, porque está assim? Para quê temer se não existiu nada?

- Anna, eu estou a ponto de fazer uma loucura... - ele falou com a voz cheia de raiva - Eu querendo a minha saúde de volta e uma pessoa como a Clarice querendo só a minha herança...Se ela estivesse fazendo tudo isso por amor seria um pouco aceitável...mas não!Ela só faz isso pelo dinheiro.

O abracei e fiquei colada nele até ver que ele estava mais tranquilo.

- Posso te pedir um favorzinho? - perguntei e ele fez 'sim' com a cabeça - Vamos esquecer que essa mulher veio aqui, e vamos pensar só em nós dois.

Ele sorriu fraco e pegou minha mão, beijando-a.

-Então...você trouxe roupa? - ele perguntou me olhando dos pés a cabeça - Não vai vestir nada mais confortável não?

- Trouxe sim - apontei para a bolsa que estava perto da porta, jogada no chão.

- Vai lá pro meu quarto, tome um banho... - ele falou enquanto ia pra cozinha - Está com fome?

- Uhum, mas não faça nada na cozinha, olha a sua mão... - apontei para a mão enfaixada dele - Pede algo...sei lá, uma pizza.

- Sobe, toma seu banho e deixa comigo! - ele piscou e foi pra cozinha, sorrindo.

Subi as escadas levando a minha mochila. Encarei o corredor e entrei no quarto de Jonas, indo para o banheiro. Abri a porta e encarei aquele cômodo que eu nunca tinha ido. Não me pergunte o porquê, mas era a primeira vez que entrava ali.O banheiro era perfeito demais. Tinha uma pia, com uma bancada grande de mármore, uma banheira média, com as torneiras lindas, prateadas, que tinham um desenho diferente.

- U-A-U! Minha mãe precisa colocar uma dessas lá em casa. - disse analisando a banheira, enquanto colocava a minha bolsa encostada nela.

Comecei a me despir e liguei a banheira para que fosse enchendo enquanto eu penteava meu cabelo. Comecei a cantar e quando acabei olhei para a banheira. Cacete!

- MEU DEUS! - gritei quando vi a banheira transbordando.

Corri até a banheira e comecei a brigar com a torneira que até então eu tinha achado a coisa mais perfeita do mundo.

- Filha da puta, fecha!- falei enquanto usava toda minha força na maldita torneira. - Ai, merda! - xinguei só em pensar na cena que eu estava fazendo. Só pedia a Deus que Jonas não entrasse ali e me visse naquele estado: de calcinha e sutiã, usando toda minha força em uma torneira.

- Anna, está acontecendo alguma coisa aí? - merda ele tinha escutado e tinha vindo aqui para ver o que estava acontecendo.

- Não entra! - gritei desesperada - Não é nada não.

- Tá tudo bem mesmo? - ele enfatizou o 'mesmo'.

- Tá. - disse agarrada ainda à torneira.

- Então tá... - ele pausou - Mas me explica,o porquê de ter água saindo por debaixo da porta? Quer alagar meu quarto? - ele falou e eu tenho certeza de que estava rindo por causa da situação. Sem graça...

Ok! Usar a minha força não estava dando certo. Me deu um ataque de infantilidade e comecei a chorar enquanto ia até a porta, para que Jonas entrasse. Eu tinha desistido já.

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