Estacionei a moto de qualquer jeito em frente ao local da festa e joguei o capacete por cima dela, passando pelo portão aberto em seguida.
Não eram nem nove da noite e a casa já estava lotada. Música alta e copos vermelhos espalhados por todo lugar com restos de bebida neles.
A minha ideia era beber alguma coisa e ir embora, sem falar com ninguém, mas assim que entrei vi Luiz, Henrique e Guilherme vieram até mim.
Coloquei todos os sentimentos em uma caixa bem fechada no fundo da mente e conversei com eles do jeito mais normal que eu conseguia.
— E aí, cara, o que faz aqui? — Guilherme perguntou ao me dar um soco de brincadeira.
— Tô precisando bater em alguém — dei de ombros.
— Veio ao lugar certo. Renato está aqui. — Falou Luiz, rindo.
— Alguém diferente seria legal — eu falei e eles riram.
— Vem, vamos tomar umas.
Acabei aceitando o convite e nós nos esgueiramos por entre as pessoas e nos sentamos no balcão da cozinha.
— Cadê aquela loirinha nerd? — perguntou Henrique.
Demorei um tempo para raciocinar de quem eles estavam falando?
— Melissa?
— Sua namorada, não é?
— S-sim. Por quê?
— Não leva ela nos lugares?
— Levo. Mas ela está na casa dela hoje – falei, seco.
— Henrique, acho melhor você parar, antes que vire saco de pancadas do Gabriel por um dia – resmungou Luiz.
— Ora, ora, oi mano!
Ouvi uma voz conhecida atrás de mim e me virei. Marcelo estava chegando junto com Renato.
— E aí? – me levantei e espalmei a minha mão com a de Marcelo — Tá todo mundo aqui?
— Sim.
— Melissa veio? – o filhote de rato perguntou.
— Por que quer saber, Renato? – rosnei
— Porque ela é minha amiga.
— Não é não. Vai procurar sua turma.
— Dá um tempo, Marques – falou Marcelo. Ele era meu amigo, mas também era amigo do inútil ao lado dele — Sem confusão hoje, O.K? Essa festa só é de despedida para o Arthur porque ele embarca amanhã para o intercâmbio na Finlândia, então segura a onda.
— Que seja – falei e fui até a geladeira pegar umas bebidas. Nem dei muita importância ao que de fato era aquilo que eu estava tomando, eu só precisava sentir o álcool correndo pelas minhas veias o mais rápido possível.
Durante boa parte da noite, eu falei pouco e bebi muito, muito mesmo. Eu literalmente afoguei todos os meus problemas e preocupações nas dezenas de copos que vinham parar em minhas mãos. Horas depois, eu já estava me soltando mais e quase todos os meus sentidos que envolviam o raciocínio estavam comprometidos. Menos a visão. E eu tive que esfregar os olhos mais de três vezes até perceber quem eu estava realmente vendo no meio da multidão de adultos e adolescentes bêbados.
O cara que matou minha irmã.
Parecia uma alucinação, e poderia muito bem ser, julgando pelo meu nível de sobriedade, que agora atingia níveis negativos, mas não. Ele estava realmente ali. O mesmo porco nojento daquele dia.
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Os Opostos se Atraem? - Livro 1
Teen FictionO que faria se você conhecesse um garoto de aparência estonteante, discreto, que se refugia na música, porém, que é completamente o seu oposto, meio mal educado, egoísta e só se importa consigo mesmo? O que faria se você se aproximasse demais desse...
Capítulo 62
Começar do início