- Não fale assim, Anahí não tem culpa de nada, ela veio comigo pra esclarecermos as coisas. Filho nunca tive preferência entre vocês. Any era minha pupila e você meu filho.

- É só que nunca tivemos um relacionamento de verdade por causa dela. - acusou.

- Isso nunca foi verdade, eu nunca fiz nada pra roubar a atenção do seu pai. - Any se defendeu.

- Não precisava, você era a queridinha dele. - esbravejou.

- Eu quero conversar com você, filho. Você precisa esquecer esse ódio sem cabimento e se redimir ou vai acabar ficando aqui pra sempre. É isso que você quer?

- Não me importo. Não é comigo que você tem que se preocupar Anahí, é com a Maite.

Anahí tentou não se abalar com as palavras, mas foi difícil não ficar com medo.

- Pablo, acho que vocês precisam conversar sozinhos, está claro que eu aqui não estou ajudando.

- Isso, some daqui!

- Tudo bem Any, nos falamos outra hora. - Pablo forçou um sorriso.

- Tchau Rafael! - Any acenou indiferente e Rafael virou a cara.

Do corredor ela conseguiu ouvir os dois discutindo, mas achou melhor ir embora dali e não ouvir mais nada. Quando saiu da delegacia, ela ficou sem saber o que fazer e foi ai que teve uma ideia e pegou o táxi.


Quando parou em frente ao portão da fazenda, Anahí tocou o interfone e ficou aliviada quando o portão se abriu. Minutos depois, Ramon abriu a porta e a encarou com uma expressão preocupada.

- Aconteceu alguma coisa?

- Não posso visitar meu tio? - ela sorriu, os passos hesitantes da bota contra a terra.

- Como você está? - ele a encarou de cima abaixo.

- Bem, vim aqui porque quero te pedir uma coisa.

- Que coisa?

- Vem pra fazenda dos meus pais comigo? - mordeu o lábio inferior.

- Você ficou maluca? É claro que eu não vou pra lá!

- Por favor, até quando você e a minha mãe vão fingir que não se conhecem?

- Olha aqui foi uma decisão dela, não minha. Ela abriu mão de mim quando escolheu seu pai.

- Não é verdade. Você não deu à ela nenhuma escolha a não ser fazer a sua vontade. - Any advertiu.

- Está vendo? Pra que vou perder tempo discutindo com você?

- Eu to te implorando, é a primeira e última vez que vou pedir. Vem pra minha casa comigo, por favor!

Ramon suspirou e balançou a cabeça, não estava nenhum pouco de acordo com aquela proposta absurda.

- Está bem!

- Podemos ir no seu carro? É que eu vim de táxi. - deu de ombros.

Ramon revirou os olhos, mas quando deu as costas e foi até seu carro Anahí comemorou.

- Sabe, você não me perguntou dele, mas Thomas está bem.

- Que bom, fico feliz em saber. - Ramon respondeu, tentando parecer indiferente.

- Vai ser uma surpresa e tanto quando minha mãe te ver. - Any sorriu.

- É, nem posso imaginar o quanto. - Ramon ironizou e ligou a caminhonete.

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