Cap 29. I'll never let you go.

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              Amar Justin fez com que eu pensasse não só no meu mundo, mas também no mundo dele. Apesar de brigarmos a maior parte do tempo, e eu dizer odiá-lo sempre, eu queria vê-lo feliz. Mesmo que não fosse comigo. Mesmo que isso doesse para sempre. Uma vez li em algum lugar um trecho que dizia: "Amar é saber que ninguém é dono de ninguém. Amar é aceitar que o outro é livre e que pode partir a qualquer momento. Amar é querer o bem do outro sempre, é torcer pelos sonhos e vibrar quando alcançá-los. Amar é sentir a alma do outro, e por isso, não fazer mal." Então, naquele momento, mesmo que eu não pudesse ter Justin comigo, eu não queria ter rancor e mágoas. Eu tinha que aceitar o fato de que nunca ficaria do lado dele como queria, porque sabia que ele não me escolheria no final das contas.

             Desde que nos conhecemos, nos odiávamos. Tantas foram as tentativas falhas de nossos pais, para tentar nos aproximar. Nada nunca funcionou, só fazia com que nos odiássemos mais e simplesmente do nada, eu me apaixono por ele. Podia ser qualquer ser humano, mas foi ele, aquele que eu sempre me fiz acreditar que odiava. Talvez eu o amasse desde que o vi pela primeira vez, só não quis aceitar e camuflei com raiva e rejeição. Estranho, não é?

              A única coisa de que tinha certeza era que tínhamos que nos resolver, definitivamente. Eu só tinha que tomar coragem para falar com ele. Nossas conversas sempre acabavam com eu chorando ou nós discutindo, eu sempre me deixava levar fácil demais pelas emoções e precisava me controlar.

             Os dias passaram tão rápido que quando eu vi já era o dia da apresentação, passei a semana toda isolada, me preparando. Se já não bastasse tantos problemas na vida, agora tinha esse. Eu odiava cantar em público. Minha mãe dizia que não era nada demais, mas era uma apresentação para todos naquele castelo, além de uma parte da corte inglesa presente. Eu estava apavorada.

            Na manhã daquele dia, fui ensaiar com Raul mais uma vez. Tínhamos feito isso a semana toda, Raul no piano e eu na voz e vice-versa. Meu medo era que eu já tinha um ótimo histórico de ensaiar as coisas e depois no dia, não dar certo.

             — Eu já disse o quanto gostei da letra dessa música? — Raul falou, lendo o papel em que eu tinha escrito uma música, inspirada no que estava passando ultimamente.

            Eu tinha essa mania, sempre que eu me sentia sufocada em meus pensamentos, escrevia um poema ou uma música que nunca, ninguém ouviria. Porém, dessa vez como estávamos sem ideias para o que cantar eu deixei que Raul lesse minhas músicas, ele se apaixonou por uma em especial, criando a melodia perfeita, além de escrever uma própria dele, que eu tocaria enquanto ele cantava. Isso tudo em menos de três dias.

            — Disse, umas dez vezes já. — eu ri, pegando a folha com a música dele. — Eu achei a sua maravilhosa, devia ter até um nome.

            — Hm, não sei... — coçou o queixo e me olhou com um sorriso nos lábios. — Que tal "Mercy"? — falou de um jeito misterioso e eu ri, relendo a música rapidamente.

            — Se encaixa perfeitamente, você é um gênio. — pisquei para ele que deu de ombros, fazendo cara de convencido. — Bom, preciso ir, tenho que desestressar um pouco.

             — Não se preocupe tanto, somos ótimos nisso. — deu um beijo em minha bochecha e eu balancei a cabeça, rindo.

             — Não tenho dúvidas disso. — deixei a folha em cima da mesa e sai do salão, onde estávamos.

            Almocei em meu quarto e de tarde tirei um tempo para descansar, o que era impossível já que minha cabeça estava a mil. Em poucas horas, Adele viria até meu quarto para começar a me arrumar. Peguei Hamlet para ler mais uma vez e consegui me distrair um pouco, até que ouvi uma batida na porta.

The Only One || Justin Bieber Onde histórias criam vida. Descubra agora