- ''Ah, eu também estava pensando no que tem de errado com você.'' Ela adicionou.
- ''O que você quer dizer?''
- ''Oh, me poupe Lauren'' ela acena com a cabeça como se nem acreditasse, ''Você está prestes a se casar e mesmo assim eu acho que durante toda nossa vida eu nunca te vi tão pra baixo.''
Eu só acenei calada enquanto meus ombros caem derrotados. Eu meio que sinto vontade de chorar mas de jeito nenhum, Lauren Jauregui não chora, especialmente na frente de Ally, ela nunca esqueceria e me zoaria pro resto da vida.
- ''Eu acho que estou deprimida.'' Admiti baixinho, um pouco chocada por ter conseguido dizer isso.
Ally ''tranquila como um monge'' Brooke simplesmente inclina sua cabeça pra frente e toma outro gole de café. '' Vá ver um psicólogo então'' ela solta, como se fosse a coisa mais simples do mundo.
Rolo meus olhos pra ela ''Claro Ally! Eu não preciso de pílulas ou a porra de um psicólogo... Eu... vou ficar bem... eu só estou numa bad, talvez seja o trabalho de merda'' a frase sai mais como um questionamento pra mim mesma do que uma constatação.
- '' Talvez'', Ally fala num tom que sugere que ela não concorda com você, o que acaba te irritando. ''Mas você deveria marcar uma sessão de qualquer forma.''
Um gemido de frustração escapa meus lábios enquanto enfio mais café no meu organismo.
- ''Pra falar a verdade eu conheço alguém'', Ally fala suavemente, como se estivesse testando qual seria minha reação.
- ''Conhece alguém o que?'' Exaspero.
- ''Uma psicóloga'' Ally fala suavemente. '' Ela é uma das mais reconhecidas na profissão-.''
- ''Eu não preciso de uma psicóloga'' Interrompo. ''Além do mais, como você conhece uma...'' Eu finalmente me toca, e nós duas nos olhamos tristemente.
Troy. Troy Ogletree, o pai de Júlia (a filha de Ally) morreu num acidente de carro assim que a bebê nasceu. Eu nunca gostei muito de Troy, mas eu vi como Ally ficou abalada, o acidente a deixou sem ninguém, e sua filha sem um pai.
- ''Ela é muito boa sabia?'' Ally fala firmemente, talvez tentando fazer com que o desconforto por causa de Troy não durasse muito.
- ''Quem?''
- ''Camila'' ela sorri.
- ''Quem é Camila?'' eu pergunta irritada. Ally estava agindo muito estranho hoje. Eu só quero beber a porra do café em paz enquanto escuto ela reclamar sobre o sexismo no escritório e como ela é objetificada no trabalho e bla bla bla. Isso faz com que minha própria situação pareça suportável.
- ''A psicóloga. Karla Camila é o nome dela,'' Ally me informa. ''Ela trabalha no prédio em frente ao que você trabalha na verdade.''
- ''Que prédio?'' pergunto tentando lembrar se já vi alguma propaganda de psicólogo ou aconselhamento na fachada. ''O bloco de consultórios do outro lado?''
- ''Sim'' Ally acena positivamente. ''Ela é a melhor psicóloga de lá aparentemente, e eu posso certamente recomendá-la'', ela sorri suavemente como se estivesse relembrando de algo. ''Eu ouvi que ela não era convencional, mas ela era boa comigo... ela não é nenhuma psicóloga especializada em luto mas mesmo assim... ela me ajudou a entender certas coisas... e seguir em frente para conseguir começar a namorar novamente. Pode parecer idiota mas ela me lembrou de quem eu era antes de tudo isso.''
Encaro Ally. Não vou mentir e dizer que não notei a mudança em relação a um ano atrás na mulher. Ally estava tão presa em Troy mesmo depois de sua morte, mas então, do nada, no ano passado ela começou a sair em encontros novamente. Eu sempre me perguntei o que tinha acontecido com ela. Eu e Ally normalmente sempre compartilhamos as coisas uma com a outra, mas nós não são lá muito emotivas então eu entende o porque dela não ter me contado essas coisas.
- ''Ela é uma psicóloga como qualquer outra, mas ela tem especialização em relacionamentos e sexologia'' Ally fala casualmente.
Me engasguei um pouco com o café. ''Uma o que?'' cuspi. ''Uma sexóloga? Mas que porra é isso?
Ally acena.
- ''E que porra Brooke? O que te faz pensar que eu preciso de aconselhamento no meu relacionamento ou... na minha vida sexual ou qualquer que seja essa merda'' questiono irritada.
- ''Oh, então você quer dizer que tudo no seu relacionamento está completamente normal mesmo? Ah, e me diga, como estão as coisas entre você e Brad no quesito ''quarto'' ein?'' Ela pergunta como se já soubesse a resposta.
Abro minha boca pra responder mas nada sai.
- ''Veja bem'' ela começa suavemente, arrumando o sobretudo preto por cima do blazer de trabalho. ''Eu odeio te ver assim, e eu sei que as coisas entre você e Brad não são perfeitas. Eu acho que você está deprimida porque você não está realmente feliz com-.''
- ''Cala a boca'' a corto. ''O que você poderia saber? Eu estou feliz com o Brad.'' Insisti, por alguma razão me sentindo muito na defensiva sobre meu relacionamento.
- ''Eu nem ia dizer infeliz com o Brad, mas tanto faz, porque sendo assim você não se importará de ir pra psicóloga não é mesmo?'' Ally falou como se ela já tivesse decidido por mim. ''Eu tenho o número dela, eu posso mandá-la uma mensagem e perguntá-la se você pode ir durante a pausa para o almoço amanhã.''
- ''Mas normalmente nós viríamos aqui juntas para almoçar.''
- ''Exatamente, e amanhã eu só passaria mais uma hora te enchendo o saco sobre isso novamente'' Ally falou. ''Por favor Lauren, por mim?''
Rolei meus olhos para o olhar de cachorro que caiu da mudança que ela está me dando.
- ''Olha, você só tem que se encontrar com ela uma vez, se você decidir que não é pra você então tudo bem, você não precisará vê-la mais, mas a primeira sessão é de graça então...''
- ''Mesmo que eu quisesse vê-la ocasionalmente, eu não poderia realmente custear isso Ally'' contrapus, me sentindo orgulhosa de finalmente ter um argumento.
- ''Ela é uma amiga minha, eu conseguirei um desconto, e você poder pagar já que seus pais estão pagando pela maior parte do casamento mesmo'' ela falou enquanto pegava o celular do bolso.
-'' Eu não concordei com nada disso ainda Ally'' a aviso, olhando enquanto ela digita furiosamente no celular.
- ''Você vai Lauren'' ela fala sem dar espaço para mais retruques. ''Você não tem nada a perder, além de que, já está na hora de você fazer algo espontâneo.''
Me afundo na cadeira e cruzo meus braços. Será que eu nunca poderei decidir alguma coisa na minha vida pelo amor de deus?
O caminho de volta pra o meu trabalho no ar frio de Nova York é uma das poucas coisas que eu realmente aproveito na vida.
''Algo espontâneo'' murmuro pensativa pra mim mesma depois de um tempo enquanto me jogo no sofá de casa depois do trabalho.
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Terapia de Risco - CAMREN
RomanceLauren Jauregui está noiva de Brad Campbell, seu grande amor e namorado dos tempo de escola. Faltando apenas 3 meses para seu casamento (e adicionando ao fato de estar presa em um trabalho que odeia), Lauren começa a apresentar altos níveis de estre...
Algo espontâneo
Começar do início