Mare de "sorte"

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Saio do meu apartamento e vou em direção a porta dela. Bato na porta e coloco as mãos dentro do bolso do meu moletom. Helena abre a porta e e sorri pra mim, aquele sorriso que eu adoro.

— Oi, Matthew.

— Oi, Helena — respondo, hipnotizado por ela.

— entra aí, tá frio aqui fora. 

Adentro seu apartamento, arrumado e com o seu perfume. Helena usa um moletom também, mas está de shorts e meias. Ela fica fofa desse jeito.

— Tá tudo bem? — ela pergunta. — Vi sua mãe mais cedo.

— Tá, tá sim. Eu acabei de vê-la.

Observo a reação de Helena, percebo ela corar e desviar o olhar. Ela sabe que minha mãe ia me contar algumas coisa, mas não vou constranger Helena tocando nesse assunto, vim aqui com outro propósito. Fica difícil me segurar diante dela, eu queria dizer de uma vez, mas acho que posso enrolar mais um pouco e fazer isso direito.

— Helena, sei que você anda meio sem tempo, mas, eu… eu queria saber se você topa sair comigo de novo — coço o pescoço, nervoso.

— Sim, eu topo.

Meu coração dispara, vejo ela ficar tímida, queria me aproximar e… caralho! Acho que vou ter um treco.

— Que ótimo. Bom, pode ser no sábado que vem.

— Tá perfeito pra mim — responde.

Fica um silêncio entre nós e vejo Helena sorri de novo, meiga. Suspiro, e balanço a cabeça por mania, minha franja não tem tamanho suficiente pra que eu a tire do rosto como sempre.

— Eu tenho que ir, preciso dar uma geral no meu apê — digo. 

— Tudo bem.

Ando de costas, olhando pra ela e saio do apartamento em seguida, feliz como nunca. Eu acho que vou mesmo ter um treco, agora de ansiedade. Chego no meu apê sorrindo como um idiota, até animado para a faxina. Vou tirando embalagens de salgadinhos e doces dos cantos, roupas sobre a cama e aspiro o chão no final, cantando junto com o meu iPod. No final me jogo na cama e encaro o teto como se ele fosse algo lindo de se olhar.

Me preparei durante três dias, ensaiando o que iria dizer, procurando o que vestir, pesquisando para onde eu a levaria e no final se desse tudo certo, eu finalmente beijaria Helena.

Mando uma mensagem para Helena no sábado de manhã, ela avisa que está trabalhando na sorveteria, ofereço minha campainha na volta pra casa e ele aceita. Pra passar o tempo até lá, pego um táxi e vou pra casa do Denis ensaiar.

— E então? Convidou a garota? — Denis pergunta, despojado no sofá comendo uma pizza de ontem.

— Convidei, vamos sair hoje à noite.

— Hum, é por isso que tava tocando que nem homem no ensaio — zomba.

— Vai se ferrar, Denis. — Mostro o dedo do meio. — Hoje vai ser o dia, nada pode dar errado — falo confiante. Não vou amarelar dessa vez.

— Olha, acho que isso pode fazer você explodir de tanta ansiedade, mas não vou me segurar mais. Alguém importante estava naquele festival e entrou em contato comigo, estão interessados na gente, cara.

— Tá zoando, né? — Me endireito no sofá, Denis só pode tá fazendo pegadinha pra me zoar.

— Não, é real, cara. Finalmente fomos notados.

Balanço a cabeça, descrente. O meu sonho está se realizando, a banda finalmente pode ter uma carreira, se eles realmente gostarem da gente. Uma onda de sorte está ao meu favor esses dias e não posso desperdiçar isso.

— Porra! Por que não me contou isso antes? — pergunto sorrindo, nem conseguia ficar bravo de verdade.

— Achei que você tava muito sobrecarregado por causa da garota, mas vendo que ela topou e você tá determinado, tá tudo bem contar agora. Preciso que você venha ensaiar mais vezes, logo eles vão marcar um ensaio e uma reunião com a gente — Denis explica.

— Já contou para os meninos?

— Não, pretendo fazer isso amanhã.

— A gente conversa melhor sobre isso depois, preciso ir embora — falo olhando a hora no celular.

— Ei! Boa sorte, mano. Vê se não vacila dessa vez, em?

— Pode deixar.

Passo numa floricultura e compro uma rosa vermelha. Não quero dar um buquê cheio de flores, uma rosa apenas basta pra colocar um sorriso no rosto de Helena. Espero na praça até dar a hora de ir buscá-la. Meu celular acabou a bateria e me xingo mentalmente por ter me esquecido de colocar pra carregar mais cedo. Decido ir pra sorveteria e esperaria lá se fosse preciso, mas quando chego, está fechada.

Olho em volta confuso, espero alguns minutos, mas Helena não aparece, decido ir para o prédio, provavelmente ela já foi embora. Caminho com mais pressa do que costumo, quase correndo na esperança de encontrá-la no caminho. Fico aliviado quando vejo seu cabelo curto quase chegando na entrada do prédio, mas logo fico incomodado com aquele cara ao lado dela. Faltavam alguns passos até chegar em Helena, quando de repente, eles se beijam.

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⏰ Última atualização: Nov 03 ⏰

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