O Sagitário De Samech

29 - O Sagitário

- Fale homem!

- Eu... Temos que sair daqui agora! Eu o vi! Eu o vi!

- Viu quem, homem? – perguntou Emerson, enquanto os outros se aproximavam, curiosos com o assustado Peter.

- Vocês sabem... Eu fico na torre, eu vejo tudo o que se aproxima num raio de um quilometro de distância – Peter parecia que ia explodir.

- Sim! O que houve? – perguntou Orejas.

- O Sagitário! Ele está vindo para cá!

- O que? – Erasmus deixou o cigarro cair de sua boca.

- Acredite Erasmus! Eu não vou esperar que duvidem de mim. Eu vi e este prédio é a única coisa que existe num raio de dez quilômetros!

- A-acho que eu sei o que ele quer! – disse Emerson, correndo até uma das salas e voltando em seguida. Trazia nas mãos um medalhão dourado.

- O que é? – perguntou o prefeito. – De onde saiu esta coisa?

- Hoje à tarde, isso apareceu na coleção de medalhões antigos, como que por mágica, na sala de Alex. Não acredito nessas historias e nem ele... Bem... Eu não acreditava!

- Não entendo. O que isso tem a ver com o Sagitário?

- Não importa, Peter – disse Emerson, colocando nervosamente o medalhão no pescoço do pequeno homem. Não é momento para esclarecimentos, é hora de agir!

- Qual o local mais distante que você pode imaginar?

- Eu não sei. A Sibéria?!

- Então vamos logo! – apressou-se Peter, ainda com os olhos arregalados.

- Mas eu não entendo! O que o sagitário da ilha Samech está fazendo aqui?!

- Como Peter disse, prefeito Liam... Não há tempo para perguntas! - o homem puxou um frasco com lingueste do bolso, pingando as gotas da poção. O chão se abriu sob seus pés e ambos foram engolidos.

Todos pararam por um instante. Até que Érica Sedwiz percebeu algo:

- Os senhores estão ouvindo esse barulho?

- Que barulho? – disse Liam. – Não ouço absolutamente nada!

- Eu ouço galopes! – afirmou Érica.

- Mulher, cale-se! – disse Jeikinstale, de forma rude. O homem careca era vigia, assim como Peter. Era do turno da tarde – Não ouço absolutamente nada!

As pessoas se dirigiram para as três grandes janelas do prédio, janelas que ficavam de frente para o campo, mesmo campo de onde Peter havia saído momentos antes.

- Pelo cajado de Óferes! – disse Erasmus. - O que é aquilo???

- Está vindo para cá – alguém gritou.

Orejas esfregou os olhos antes de arregalá-los exageradamente:

Erasmus, você está vendo o mesmo que eu?

- Não consigo acreditar no que meus olhos veem! Recuso-me!

O prefeito estava apavorado ao ver a enorme sombra que vinha em sua direção. Erasmus tentava falar algo com ele, mas Liam parecia petrificado. O prefeito suava frio e parecia não saber o que fazer, aliás ninguém sabia!