-Você tá sorrindo, mais está preocupado Saulo, você nasceu de mim meu amor te conheceu. - fala me olhando. - O que está acontecendo para querer nós todos perto de você?

-Mamma... - eu tento escapar da conversa mais ela não deixa.

-Quem está te atormentando?

-Dimitri, mamma ele é meu problema...

Eu desabafo com ela como a muito tempo não fazia, ali na mesa na cozinha onde só está nós dois, eu descarrego toda minhas frustrações, arrependimentos, dúvidas, medos e inseguranças.

-Você lembra o que eu te disse depois que me contou que tinha entrado para máfia?

-É um caminho sem volta, você pode sair mas sempre será perseguido pelo passado que você construiu. - falo do mesmo jeito que ela me disse a anos atrás.

-Você casou com a mulher que ele amava, até ai tudo bem. -da de ombros. - E depois? Você matou o irmão dele. Isso é motivo suficiente para ter o ódio de alguém.

-Mamma...

-Você matou pessoas inocentes, pais de família, filhos, irmãos, mães, não importa. Matou para fazer as vontades da máfia. - ela passa a mão no meu rosto. - Eu estou muito feliz que você tenham saído e esteja tomando outro rumo, mas o passado mal resolvido sempre volta e você precisa lidar com ele.

Porra!

Doí saber que o que ela diz é a realidade e isso só me faz ver que sou um homem horrível, não mereço minha família, amigos e nem a mulher que eu amo.

-Eu sou ruim mãe, sou o capeta quando eu quero e não tenho dó de matar. - falo com sinceridade. - Se entra no meu caminho eu elimino como se fosse uma pedra no meu sapato. - balanço a cabeça. - Eu não mereço vocês, não mereço a Dulce mãe...

-Cala essa boca. - fala alto comigo. - Você é um homem bom só fez escolhas erradas por dinheiro. Eu não quero ver você preso ou morto, então me faça um grande favor pela última vez na sua vida.

-Qual?

-Mate esse filho da puta de uma vez e quem mais for preciso, quero paz na minha vida e não quero ver você preso por esse maldito. - fala me deixando espantado. - Antes ele que você meu filho, eu abomino isso mas não te quero morto, eu morreria junto.

-Eu te amo mãe! - abraço ela.

-Eu também te amo meu bebê. - beija meu rosto. - Seu pai, você e seus irmãos são a razão da minha vida, não quero ver vocês sofrendo.

A vontade de chorar é muito grande, eu não seguro e depois de muitos anos eu choro com colo da minha mãe.

[...]

Depois do meu desabafo eu subo para quarto onde Dulce já se encontra.

Eu entro no quarto e vejo ela na cama ao celular.

-Vitor você não tem mesmo o que fazer? Me ligar do outro lado do mundo... - ela ri. - Se eu to com saudade de você? Talvez sim... Vitor já conversamos sobre... Te amo com amigo seu idiota... - ela ri. - Tá bom vai lá, beijos Vi.

Ela nota minha presença no quarto depois que desliga o celular.

-Amor que susto! - fala ao me ver parado na porta. - Tá ai a muito tempo?

-E se tivesse? Eu ia escutar algo que não posso? - pergunto com raiva. - Preciso de um banho.

Eu vou para o banheiro e deixo ela na cama estática com meu ataque.

Coração Rendido - Livro BônusOnde histórias criam vida. Descubra agora