✝·Prólogo·✝

Começar do início
                                    

Também me lembro de após ter fugido da fazenda do meu vô eu me encontrar com John, fiquei um mês com ele e ai ele me trouxe pra cá. Me levanto e vou andando, com uma certa dificuldade já que estava fraca e desnutrida, até a porta, coloco meu ouvido encostado nela e tento ouvir algo do lado de fora, ouço passos apressados e logo depois uma mulher gritando

— Arrume suas coisas o mais rápido possível, Carl — Tento ouvir outra coisa, mas nada acontece

Um tempo depois ouço a porta ser destrancada e aberta,vejo um dos homens que estava sempre aplicando algo em mim

— Corra — Não espero ele dizer novamente e me ponho a correr, saio pelas portas dos fundos, que nunca era trancada nem mesmo por aquele... Computador? Enfim, sabia disso, pois uma garota havia me contado antes de ser morta por tentar fugir, continuo correndo pelas ruas desertas de Atlanta até que ouço uma explosão e então parece que brotou gente do bueiro, o que aconteceu com eles? Por que estão com pedaços do corpo faltando? Eu estou maluca, eles grunhiram como se estivessem se comprimentando ou conversando e simplesmente me ignoraram, seguindo o barulho da explosão. Estou bugada!!

Após algumas horas de caminhada eu chego em meu destino, a fazenda dos meus avós. Abro meu melhor sorriso ao ver que a casa continuava intacta, a porta estava aberta então imagino que vovó esteja no celeiro

Ao chegar no celeiro o pavor, a dor da perda e o desespero tomam conta de mim, então eu apenas grito, grito de raiva por perder tanto tempo achando que iria encontrar o restante da minha família, grito por ter esperanças de que poderia dormir mas um dia ao lado da minha vó, grito por que sei que todos que eu mais amo e amei na minha curta vida já morreram, grito por querer que ela repare na minha existência e acabe com tudo isso logo, que acabe com meu sofrimento, mas ela apenas me olha e volta a sua refeição, matando o ultimo porco que tínhamos, vou até onde ela estava e vejo que tinha uma faca na lateral de sua barriga, puxo ela de lá fazendo com sangue escorrese do corte, reparo que ela estava com a barriga aberta e com metade dos órgãos saltando pra fora, fecho os olhos e empurro a faca contra sua têmpora, a matando definitivamente

Volto pra dentro da casa e vejo meu vô morto, mais lágrimas caem dos meus olhos, embaçando a minha visão, depois de finalmente me acalmar eu me levanto e vou até a dispensa, onde vários suprimentos estavam.

Pego uma mochila e coloco eles lá, junto uma adaga e uma pistola com silenciador, já que meu vô sempre acreditou que isso iria acontecer — quer dizer, pelo que vejo  aqui estamos no meio do apocalipse — ele se preparou e nos preparou, pagou aulas de defesa pessoal e nos ensinou a atirar, mas o dinheiro dele acabou com todas essas aulas e ele não teve a chance de comprar armas pra gente.

Pego a gasolina que ficava guardado no celeiro e jogo por todos os cômodos da casa, ao chegar na entrada, acendo um fósforo e jogo dentro da casa, vendo o fogo se espalhar e destruir a casa em que eu vivi, a casa que um dia eu sonhei em viver e cuidar da minha família

Pra qualquer um que me ver vai pensar, “por que tem uma garotinha esta jogando fogo nessa casa, ela quer morrer?”, sim eu quero, mas não vou porque eu sei que todos os que morreram esperam uma cura, um motivo que mostre que sua morte não foi em vão, e mesmo tendo 10 anos, eu vou dar um jeito de descobrir essa cura. Nem que eu demore 50 anos, eu não vou desistir até encontrar essa cura

Sinto algo se enroscar na minha mão e olho pro lado assustada, me acalmo e abro um sorriso ao ver Bonbon, meu segundo melhor amigo aqui, o primeiro está morto

— Bonbon? O que faz aqui querido, estava me esperando? — Brinco com ele e vejo ele relinchar, acaricio sua cabeça e puxo sua corda até o celeiro, vejo que mais nenhum animal sobreviveu, então incendeio o celeiro também

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