01 - I'm A Motherfucker

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Sei que ainda somos jovens, mas Normani e eu sempre estivemos juntas, e eu quero que seja assim pelo resto da minha vida. Eu não tenho dúvidas de que ela é a mulher com quem eu quero me casar e ter filhos. Eu a amo de verdade e quero um futuro sólido com ela, mesmo sabendo que essa vida fez com que ela tomasse algumas decisões que são difíceis de consertar... Como por exemplo as drogas... Por mais que ela estivesse limpa, eu temia que ela tivesse uma recaída.

Depois de muito escolher, finalmente achei a que mais combinava com ela. Não era algo extravagante, era simples, mas a simplicidade remetia ao nosso ponto de partida. Era a aliança perfeita.

Coloquei a aliança no bolso do casaco, e nesse mesmo momento ouvi um barulho de tiro. Sem pensar duas vezes, fui correndo em direção ao som. Quando cheguei, vi Normani parada segurando a arma enquanto observava um homem, provavelmente o segurança, ensanguentado no chão.

- Você está bem? - ela assentiu, veio até mim e me abraçou com força.

- M-me desculpa. - falou com a voz chorosa e eu fiquei sem entender absolutamente nada. Não era a primeira e nem seria a última vez em que uma de nós seria obrigada a matar alguém, por que ela estava assim?

- O que está acon... - me calei quando ela separou o abraço e aprontou sua arma para mim. - N-Normani? Amor, o que você está fazendo?

- Desculpa... - ela sussurrou e destravou a arma, e quase como um reflexo, eu fechei meus olhos com força. Ouvi o barulho do tiro e caí no chão. Eu gritava e gemia de dor enquanto lágrimas involuntárias escorriam pelo meu rosto. Por que ela fez isso comigo?

Abri meus olhos devagar. Estava tudo embaçado por conta das lágrimas, mas pude ver Normani colocando a arma dela do meu lado e a minha na mão do segurança. Ela quer que pareça que eu atirei nele e ele em mim... Filha da puta.

Normani olhou pra mim.

- E-eu sei que pode não parecer, m-mas eu te amo... - foi até o botão de emergência que tinha ali, apertou o mesmo e saiu, deixando as duas malas cheias de joias ali no chão.

A polícia e os paramédicos não demoraram muito para chegar. Eu fui levada para o hospital e a bala foi retirada do meu ombro. A polícia mal esperou eu descansar e já veio me interrogar, e a pergunta que eu neguei todas as vezes que me perguntaram foi "tinha mais alguém com você?". Se ela "não estava" na cena do crime, não sou eu quem vai por ela lá.

Dias atuais...

Pov Normani

Sei que o que fiz com Dinah foi horrível, mas eu tinha os meus motivos...

Lá estava eu, sentada enquanto batia minhas unhas impacientemente na mesa do tribunal. Eu já sabia qual seria o veredito, mas eu permanecia otimista. Meu advogado havia argumentado muito bem ao meu favor, então, de certa forma, eu acreditava que eu poderia me safar dessa, até porque eles não tinham nenhuma prova de que eu estive lá... Mas eles tinham a Dinah como testemunha... Mas que porra! Por que me dedurar depois de 6 anos? Por que ela não fez isso antes?

Me ajeitei na cadeira assim que vi o juiz voltar para o seu devido lugar. Ele se aproximou do microfone e me encarou.

- O Juri chegou ao veredito de que a réu, Normani Kordei, é culpada pelos seus atos e será sentenciada a 20 anos de prisão. - bateu o martelinho, e nesse mesmo momento meu coração errou a batida.

Fechei meus olhos e respirei fundo. Por mais que 20 anos não seja prisão perpétua e nem pena de morte, ainda assim era tempo demais... Durante toda a minha vida eu tomei cuidado para que isso não acontecesse e a Dinah conseguiu fuder tudo em pouquíssimo tempo.

Abri meus olhos e dois policiais estavam parados na minha frente. Me levantei e ergui as mãos para que eles pudessem me algemar.

Fui levada até a saída, onde um furgão branco esperava por mim. Abriram a porta e me fizeram entrar. Me sentei, fechei os olhos e encostei a minha cabeça no vidro blindado.

- Mandou bem, Hansen... - sussurrei apenas para que eu ouvisse.

Quando eu tinha 6 anos meus pais morreram em um acidente de carro. Eu fiquei completamente arrasada, eles eram tudo pra mim, mas o que me deixou pior ainda foi ter que ir para um orfanato. Viver em uma casa com várias outras crianças não é tão legal quanto parece, ainda mais quando todos são adotados e você fica pra trás. Você se sente um lixo...

Um dia eu vi uma menininha que não costumava se enturmar sentada em um canto da casa brincando com um ursinho de pelúcia. Eu fui até ela e me sentei ao seu lado. Ela me olhou e sorriu com seus dentinhos pequenininhos.

~Flashback on~

"- Oi, meu nome é Normani. - sorri pra ela.

- Oi, eu sou a Dinah. - deixou o ursinho de lado e dedicou toda a sua atenção à mim. - Eu tenho 6 anos e você?

- Tenho 7. - me encostei na parede. - Gostei do seu cabelo. - ela deu um sorrisinho tímido. - Tem muito tempo que você está aqui?

- Desde os 3 anos. - olhou para o ursinho. - As pessoas não querem me adotar porque eu sou diferente... - falou tristinha.

- Hey! - segurei em seu queixo e fiz ela me olhar. Comecei a fazer carinho em sua bochecha com o polegar. - A gente podia ser diferente juntas. - sorri e ela fez o mesmo."

A partir desse dia nós nos tornamos inseparáveis. Nós éramos mais que amigas, éramos irmãs. Eu me sentia bem ao lado dela, e ela se sentia bem ao meu lado.

Um dia eu pedi à ela para me contar por que ela era "diferente". Ela não disse nada, só segurou na minha mão e me puxou para trás do orfanato.

"- Isso é segredo, tá? - eu assenti e ela abaixou as calças. Eu olhei para aquilo meio confusa. Por que ela tinha um piu piu?

- Posso encostar? - ela ficou vermelha."

É muito errado querer pegar no piu piu da amiguinha? Eu não fui na maldade, até porque eu tinha 7 anos, era quase um anjo. Eu só estava curiosa.

"- Pode... - falou tímida. Eu me aproximei dela e quando ia encostar meu dedo, alguém pegou no meu braço e me afastou dela."

~Flashback off~

A gente levou um puta esporro. Naquela época eu não entendia o motivo, mas agora eu entendo...

Como punição, nós fomos proibidas de ficar juntas, mas eu nunca fui o tipo de pessoa que se importa com as regras. De dia a gente nem se falava, mas a gente passava a noite toda juntas em um lugar secreto que só eu e a Dinah conhecíamos.

Os anos foram se passando e nós continuávamos presas naquele orfanato, até que eu recebi uma notícia que me deixou de certa forma abalada. Tinha um casal querendo me adotar.

Quando eu contei pra Dinah, ela me abraçou com força e começou a chorar. Eu não podia deixar a Dinah, ela era parte de mim.

E foi aí que eu tive a brilhante ideia de fugir. Eu tinha 16 anos e ela 15, a gente já sabia se virar sozinhas.

Até que fugir não foi difícil, o complicado foi na hora que a fome apertou. Reviramos viárias latas de lixo para ver se tinha algo para comer, mas nunca tinha nada.

E foi a partir da fome que tudo começou. Nós fomos para uma lanchonete, pedimos o que queríamos, comemos, e saímos sem pagar. Eu me senti tão mal por não ter pago, mas depois de um tempo você acaba se acostumando.

- Chegamos. - abri meus olhos quando ouvi o policial falar. Ele abriu a porta do furgão e desceu. - Vem. - saí do furgão e fiquei parada olhando o meu mais novo lar. - Bem-vinda à prisão.

Welcome To Prison ● |Norminah|G!P|Where stories live. Discover now