Capítulo 25 "Então alguém recuperou a memória"

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-Pensei que tinha ido embora.

Levanto os pepeis.

-Claramente deu-me trabalho para terminar.

O casaco dele vai parar á mesa de Sam e ele tira-me os papeis da mão atirando-os para a outra ponta da minha secretária. Os seus movimentos são brutos e viro-me para ele ainda sentada na cadeira.

-Eu não aguento essa atitude de merda durante mais tempo por isso pode parar.

O seu rosto está contorcido em raiva e reparo que é isto que ele tem tentado evitar o dia inteiro, um confronto comigo. Eu descontrolo-o e ele detesta. Bom eu detesto o seu tom de voz altivo e a maneira como me sinto atraída por ele, por isso aparentemente estamos quites.

-Não é uma atitude de merda.- Digo-lhe levantando-me.- Sabe o que é que é uma atitude de merda?

Ele revira os olhos e estende as mãos num movimento que grita "explica-te lá", e bom, eu sou eu, impulsiva e raivosa com a maneira como ele disse que a minha atitude era uma merda. As minhas mãos voam para a sua cara e os meus lábios chocam nos dele, é uma explosão dentro de mim, o meu estomago contrai-se e as suas mãos voam para as minhas costas quando ele abre a boca e me incita a fazer o mesmo. Mr.Pella vira-nos e anda comigo até á parede fria de tijolo, a sua língua é tudo o que prometia ser e enquanto uma mão desce até ao meu traseiro a outra segura-me a cabeça no sitio, sinto os seus dedos no meu cabelo e deixo que os meus lhe façam o mesmo sentido os pequenos fio que se encaracolam nas pontas. Os dedos dele apertam-me e não quero parar de o beijar pois isso significaria ter que pensar no que estou a fazer. Ele puxa-me e senta-se na cadeira de Sam sem nunca deixar de me beijar, empurra-me para cima dele e fico sentada por cima do corpo rijo dele. Ele afasta-se para olhar para mim e sinto as suas mãos percorrem as minhas pernas.

-Essa foi uma atitude mesmo merdosa.- Ele diz e fico calada. O que é que estou a fazer? Ele não me dá tempo para pensar quando me volta a puxar e os lábios dele consomem os meus. Estou tão focada nisto que quando a o elevador faz barulho não oiço.

-Alguém? - A voz do segurança faz-me arregalar os olhos e conforma Pella força a cadeira para o corredor para ficarmos fora da vista do segurança um dos botões do meu casaco salta para o chão. Reviro os olhos á qualidade dos malditos casacos de malha.

-Shh.- Mr.Pella diz-me e penso na maneira como estamos neste momento, se fossemos apanhados agora eu estava feita, um bife na grelha pronto a ser devorado pelo pessoal que me escreveria a carta de despedimento.

O segurança desliga a luz e quando o oiço o elevador fechar-se todo o ar que estava acumulado nos meus pulmões foge, desabo sobre ele e sinto as mãos grandes passarem-me nas costas em círculos gentis. Porque é que da única vez em que tomo a iniciativa me acontece uma coisa destas?

Meto as mãos nos ombros dele e endireito-me, Pella levanta-se e passa as mãos pelo cabelo que agora está um completo desalinho. E agora o que é que digo? O que é que faço? Será que pareço uma criança de dois anos com demasiadas perguntas? Talvez.

-Então alguém recuperou a memória. - Ele diz-me enquanto desliga o meu computador e apanha as folhas que me tirou da mão. Estende-mas e começo a arrumar a minha mala em silencio absoluto.

-Sabe sinto-me bastante embaraçada por lhe ter saltado para cima, por isso se pudéssemos não falar seria ótimo, na verdade se pudéssemos esquecer esta parte do dia seria ainda melhor.

Visto o casaco e agarro na mala, tenho os papeis ao peito e vou até á porta das escadas na esperança que ele entenda que me enganei, que ele me estava a provocar e queria mostrar-lhe que podia ser muito, muito pior. No entanto ele vem atrás de mim.

Two ways to lie *Concluida*Onde histórias criam vida. Descubra agora