" O que fez de tão grave? "

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- E você é quem? O namorado dela por acaso?

- E se eu for - O cara caído no chão arregala os olhos, se levanta rapidamente e sai correndo. Sumindo do meu campo de visão - Babaca - Olho para meu irmão e Emma e eles me encaram seriamente. Aline estava sorrindo.

- Eu sabia! Você se lembrou de tudo! - Aline sorri e bate palminhas.

- Tudo o que?

- Tudo o que vocês viveram?

- Por que está falando isso?

- Uai, você acabou de ter um ataque de ciúmes.

- Claro que não. Era só que aquele cara estava forçando a barra demais.

- Imagina Rafael, sabemos o que você sentiu. Eu vi - Lorenzo diz colocando a mão no meu ombro.

- Eu não senti nada, ele estava sendo evasivo demais. Apenas.

- Obrigada Rafael - Emma sorri mudando de assunto e começando a caminhar novamente. E eu a acompanho.

[...]

- RAFAEL - Me assusto com a pessoa gritando meu nome enquanto eu caminhava pelo corredor em direção ao meu quarto.

- Emma - Viro em direção a ela, que sorri sem graça.

- Desculpe, eu sei que você não gosta que gritem, mais é que se eu não gritasse você não iria me ouvir...

- Tudo bem.

- Será que podemos conversar? - Seguimos em direção à sala e sentamos cada um em um sofá. Um de frente para o outro, aquela situação estava desconfortável. O que ela queria falar comigo? - Bom.

- Está nervosa Emma? - Digo sugestivamente.

- N-não, por que está dizendo isso?

- Suas mãos estão suando e seus ombros estão tensos.

- É impressão sua...

- Emma, eu era o presidente executivo de uma das maiores empresas de aviões do mundo. Eu entrevistava pessoas de maior currículo para trabalhar pra mim. E eu sempre intimidava elas. Então, eu basicamente sei do que estou falando.

- Não cansa de ser convencido - Ela sorri - Eu sei disso tudo, eu trabalhava para você Rafael - Finjo uma cara de surpresa.

- O que? Eu te contratei - Digo incrédulo.

- Você me deu um estágio remunerado, depois eu fui pro lugar da...

- De quem?

- Eu esqueci o nome dela, não sei se você vai se lembrar.

- No lugar da Laila?

- Justamente.

- Olha... Vivemos muitas coisas juntos - Digo surpreso.

- Você nem imagina o quanto...

- Bom, o que você queria falar comigo?

- Justamente sobre isso... A empresa. Por que vendeu a Colbab? - Falar da Colbab ainda era um assunto sério para mim. Eu vendi a empresa. Sim! Mais hoje eu já montei uma cooperativa quase tão grande quanto a Colbab, e faturo quase a mesma grana. Supondo também que o contrato que eu fiz com o Sheik foi de ser o vice- presidente e tomar conta total dos faturamentos.

Não quero que ele leve a minha empresa a falência.

Portanto, eu ainda tenho a Colbab, quando eu quero e a hora que eu quero.

- Bom, eu fundei outra cooperativa.

- Por que? Ela era tudo pra você. A empresa que seu pai sonhava - Fico ligeiramente surpreso, será que ela sabia sobre meu pai?

- Você sabe sobre meu pai?

- Não - Seu semblante muda - Você não confiou o suficiente em mim, para me contar.

- Eu deveria ter meus motivos.

- Claro que teve - Ela soou agressiva.

- Emmaa... Relaxa, eu não me lembro de nada, não vem descontar em mim - Levanto minhas mãos para o alto.

- Tem razão, me desculpe.

- Não acredita em mim, não é mesmo?

- Sinceramente? Não. Mais ao mesmo tempo, sei que você não teria coragem de fingir. Então estou no meio termo.

- Eu realmente não me lembro. Eu... Não faço ideia de quem seja você. E nem o quão significativa você era para mim - Sei que é agressivo demais dizer isso a ela. Mais quero que ela saiba que não significa nada para mim.

- Olha... Foi um erro vir conversar com você - Ela se levanta rapidamente para sair da sala. Mas eu a impeço.

- Você começou, agora termine - Ela respira fundo e torna ao seu assento.

- Eu sei o quanto a Colbab era importante para você, e quando li sobre a venda dela na internet eu não entendi. Desde que você chegou eu quis te questionar sobre isso, mas nunca tive coragem. Hoje eu tive...

- Olha, eu não vendi a Colbab por completo, eu nunca faria isso. Ainda sou o vice-presidente. E o contrato que o sheik assinou diz que eu posso ter a empresa de volta a qualquer hora. É por prazo determinado.

- Ou seja, você pode se tornar presidente e colocar a empresa no seu nome novamente?

- Exato - Sorrio.

- Nossa... Não esperava por isso.

- Emma, me conhecendo bem, do jeito que você diz que me conhece, já deveria saber que eu nunca venderia algo que meu pai deixou para mim.

- Eu deveria ter pensado nesta hipótese mesmo - Ficamos alguns segundos em silêncio, e minha cabeça doía violentamente, de tanto eu tentar me lembrar ou sentir algo por Emma. Mas nada - Sabe... - Ela me olha. Seus olhos estão vermelhos e lacrimejantes - Eu tenho que acostumar que pra você eu sou uma completa desconhecida. E que daqui a alguns dias você irá embora e que seguirá sua vida como se nada tivesse acontecido.

- Emma...

- Mais isso é o melhor mesmo. Eu só causei desgosto e arrependimento pra você.

- O que você fez de tão grave?

- ... N-não vale a pena voltar nisso. Só te deixaria com mais raiva de mim. E você nem me conhece.

- Olha, pode ser sincera. É melhor assim.

- Eu... Eu te trai Rafael - Olho para Emma espantado - Eu transei com outro homem. Na sua casa. Seu melhor amigo - Eu me levanto violentamente e encaro Emma totalmente frustrado.

- Você o que?... Que amigo?

- Não importa agora.

- Diga Emma.

- Eu não posso - Seguro seus ombros e ela me encara surpresa.

- Me diga que amigo - Pronúncio pausadamente.

As idiotices de um bilionárioOnde histórias criam vida. Descubra agora