— Olá, me chamo Lauren. Sou uma das agentes que está cuidando de seu caso. — disse calma, ainda mantendo uma certa distância para evitar que a menor se asssustasse com algo.

— Lauren Jauregui? — perguntou, sua voz saiu tão baixa que quase não ouvi, seus olhos fitavam suas mãos desenharem círculos imaginários sobre a mesa. Ela parecia estar tentando evitar um contato visual.

— A própria.

Foi então que, seus olhos assustados e marejados foram de encontro aos meus. Senti meu peito apertar e minha garganta fechar ao cruzar nossos olhares, não lhe restou nada além da tristeza e tormenta.

Eu não entendo, que ser humano seria tão cruel a ponto de, literalmente, apagar a vida de uma pessoa para torná-la um verdadeiro "nada" de um dia para o outro?

— Por favor, não sinta pena. Eu não lembro nem meu próprio nome, eu não sou ninguém. Todos que falam comigo me enchem de perguntas que eu simplesmente não posso responder porque eu não me lembro e, então, se lamentam pela minha situação, sentem pena de mim. — disse com a voz falha.

— Ei, não pense assim. Vamos descobrir quem fez isso com você, eu vou descobrir quem fez isso com você. —  consolidei tentando transmitir confiança, me aproximando da jovem. —  Posso me sentar? —  perguntei ao apontar para a cadeira ao seu lado.

Me sentei ao seu lado logo que obtive um baixo "sim" como resposta e tentei aproximar minha mão das suas que agora repousavam em seu colo, a jovem pareceu se assustar com o movimento e recuou rapidamente.

—  Desculpe. Elas ainda doem, meu corpo inteiro está sensível a toques. —  explicou-se, intercalando seu olhar para mim e suas tatuagens espelhadas pelos braços.

—  Não se desculpe. Está tudo bem. —  respondi sincera, avaliando seus olhos castanhos que me fitavam. —  Eu só queria dizer que preciso muito que confie em mim. —  continuei, percebi que olhos da menor estudavam minha tatuagem no antebraço, ela parecia estar distraída.

—  Eu só quero saber o que está acontecendo, deixei que me furassem, que fizessem exames de todos os tipos comigo e... E-eu só quero saber... — protestou antes de voltar a derramar lágrimas.

—  Se acalme, por favor. Olhe para mim. —  pedi segurando seu rosto, para a minha surpresa, não houve recuações. — Vai ficar tudo bem, eu prometo. —  continuei, mas a menor parecia não estar ouvindo minhas palavras.

Assim que meus dedos tocaram seu rosto a jovem paralisou, olhava para um canto qualquer da sala e quase não piscava, seu maxilar estava travado e pude ver sua pele arrepiar ao sentir meu toque.

—  E-eu, Eu... Eu me lembrei de uma coisa. —  gaguejou, sem olhar para mim.

— O quê? Do que se lembrou? — perguntei, virando seu rosto com minhas mãos para que me olhasse.

—  Camila... —  sussurrou, me fitando com seus olhos arregalados. —  Meu nome... Meu nome é Camila.

Cuba, Havana. 5 years ago.
Flash back on.

—  Seu abuelito costumava dizer que você seria a salvadora de Cuba, sinto muito que ele não tenha aguentado p suficiente para te ver crescer.

— Não quero decepcioná-lo.

— E não vai... Camila, faça isso em outro lugar, sem armas aqui dentro, se lembra?

— Eu estou apenas carregando-as. É para a nossa proteção.

Sede do FBI, dias atuais.

Blindspot | Camren VersionOnde histórias criam vida. Descubra agora