Luíz/ Vórtex

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Vórtex não quis intervir, não era preciso. Não importava quantos caíssem, o que precisavam era de tempo. O tele transportador percebeu  um menino espiando a luta das garotas. Era o japonês que Iludo usará para ter acesso ao quartel secreto dos heróis, para ser a porta de entrada para as sombras de Ariana. "Garoto babaca" — Vórtex sentiu raiva de alguém tão jovem e poderoso estar usando as suas habilidades para algo em vão.

Vulto observava tudo como se assistisse um filme de ação. Não percebeu quando Vórtex lhe atacou com um pedaço de madeira. O pequeno japonês caiu no chão, mas antes de receber outro golpe ficou intangível. Vulto atacou jogando Vórtex contra uma árvore, trocaram socos. Vórtex se tele transportava e aparecia atacando com fúria e o japonês fugia em uma nuvem de fumaça, rápida e ágil. "Verme!" — pensava buscando uma forma de vencer. Fugiu o quanto pode até que abriu um portal surpreendendo Vulto que entrou em um buraco para sair bem longe de tudo a sua volta. O mais distante possível.

Vórtex continuou sua missão de observar e ganhar o tempo que Ariana precisava. Do outro lado, na outra fogueira estavam o Gigante e a Aprendiz, eles observavam Iludo e planejavam atacá-la. Estavam com raiva dela por ser uma traidora.

— Vamos. — disse Aprendiz. A jovem  bonita, impulsiva, estava no limite de seus sentimentos e Vórtex podia ver o quanto isso fazia dela uma pessoa insegura. Alvo fácil.

Iludo estava cumprindo o plano como era combinado. Fingindo não perceber o ataque, quando os dois heróis  correram em sua direção, uma surpresa. Ela saiu do outro lado apagando a sua ilusão. Um buraco se abriu no chão tragando os dois heróis para metros de altura á baixo. Assim que Vórtex percebeu que  Escudo tinha apagado a fogueira, indicando o plano elaborado, fez o mesmo.

Dragão fez o sinal para que sua equipe atacasse a entrada da caverna. Lançou chamas para o alto e avançou. Disparou contra o homem crocodilo com toda a sua força. Estava quente,  Seu corpo fervia, mas nada parecia parar o brutamontes que avançou até socar o Dragão no meio da cara e o levando tonto ao chão. 

— Crianças. — disse Croco com sua voz gutural. Pegou  o jovem herói pela cabeça e o ergueu no ar como se fosse um brinquedo pronto pra ser quebrado. Um escudo de força foi lançado separando os dois. Vórtex sorriu. A luta estava ficando mais interessante.

Croco lançou um olhar para a jovem Escudo. Não tinham tido tempo de conversar na galeria, mas Croco a olhava de um jeito estranho. A heroína atacou impiedosa, a Quimera mal se movia. Vórtex sabia que não precisava intervir naquela luta. Croco iria jantar os tais, super heróis em um banquete sangrento.

Croco chegava cada vez mais perto. Escudo tentava atacar, mas era diferente. A quimera era muito poderosa tanto por fora quanto por dentro, sua mente era protegida de qualquer coisa que tentasse entrar nela. A jovem atacava em vão, Croco se cansou de brincar e girou batendo a sua longa calda na garota que fora arremessada longe. Vórtex começou a bater palmas.

A garota mesmo machucada se levantou. Croco então a pegou e a arremessou contra a pedreira que envolvia a caverna. Escudo sangrava por um pequeno corte em seu super cílio.  Croco avançou novamente, ele não iria parar até que abatesse a sua vítima para devorá- la. Outros golpes tiravam sangue que sujava os cabelos loiros de Escudo, ela mal conseguia gemer de dor. Vórtex sentiu um nó na garganta, queria que tudo fosse rápido.

Croco rosnava para Escudo, parecia um louco enfurecido. Ele ergueu seu braço para dar um golpe final quando um raio de fogo foi lançado contra ele. O Dragão estava de pé novamente. Agora o seu golpe era diferente, não era apenas chama queimando, era força plasmática, mais que o próprio fogo. O jovem Dragão estava com as vestes em chamas, seu olhar encontrou com Vórtex e o tempo foi apenas suficiente para fugir. O Dragão gritava alto e disparava com tanta raiva que abriria um buraco profundo em Croco que correu para as árvores que ainda não queimavam.

"Não se brinca com fogo" — pensou Vórtex de cima de uma árvore. "Ou melhor, com aquilo que pertence ao fogo". — concluiu ao ver o Dragão se debruçando sobre o corpo de Escudo.

O tempo tinha sido perdido, os heróis estavam aprendendo a lutar, deixando uma listra negra por entre as nuvens Vulto voltou, Gigante e  aprendiz corriam fugidos do buraco que não fora suficiente para pará-los, de repente  um barulho se expandiu assustando a todos. A entrada da caverna desabou. 

Vórtex encontrou com o olhar de Iludo. Os dois se alinharam juntamente com Manda que ainda estava meio zonza, Croco que tinha uma queimadura no braço esquerdo e se juntando a eles, Córtex com um semblante de triunfo no rosto. "Falta pouco" — disse Córtex em pensamento aos aliados.

Dez ExtraOrdinárioS divididos em dois grupos. Bem e mal, o que não se sabia era quem era o que. E se de fato esses rótulos os representavam. Herói ou vilão? Com aqueles olhares, com aquelas histórias, com tantas possibilidades, era impossível definir.

— Atacar! — gritou Vórtex.

Croco e Gigante se encontraram em um duelo de força bruta, socos fortes faziam estrondo. Saltando alto Aprendiz pegou Manda no ar e a jogou contra o chão. Iludo fez Escudo se arquear no chão com dor. Córtex paralisou Dragão. Vórtex tinha que ser rápido e pegou Vulto e o lançou contra as pedras antes que ele ficasse intangível. "Um garoto." — menospreza Vórtex que não hesitou em socar a criança.

Kenji sabia lutar, aprendeu e usou isso para se livrar dos brutamontes em sua escola, tinha perdido a sua avó, a mulher que o criara e estava tão carente que confiou em uma intrusa. Quando Vórtex atacou o japonês pegou em sua mão, antebraço e o atingiu com golpes rápidos e fortes. Nenhum brutamontes iria lhe bater novamente.

Aprendiz terminou rápido contra mulher vespa, ela percebeu Ricardo sendo controlado. Córtex o estava fazendo atacar os seus amigos, sua única família. Sofia sentiu falta do seu pai, uma dor no coração, mas não podia deixar que Ricardo fosse controlado novamente e jogou Córtex o mais longe que pode.

Escudo estava se sentindo quebrada com os ataques psíquicos de Iludo. Sentia medo, dor, raiva, tanto medo que gritava. Iludo atingia forte os sentimentos de ansiedade e depressão. Alice sabia exatamente o que era lhe dar com tais sentimentos e depois de um tempo se contorcendo de dor se levantou e a passos lentos alcançou Yoco, menina sem casa, sem pais. Sozinha no mundo. — Você ainda tem uma escolha. É isso que você quer?  — disse Alice fazendo Yoco olhar toda a luta a sua volta, todo cenário de violência desnecessária, quando eles deveriam estar se unindo para o seu lugar no mundo.

Uma árvore caiu sendo destruída quando Croco a atingiu, Gigante era muito forte, mas a Quimera não desistia e continuava atacando. Nada atingia o Gigante, sua pele impenetrável não deixava que ele sentisse dor, o controle de sua força o fazia ficar imóvel no chão. Precisava de apenas um golpe e mataria Croco, mas não era um assassino, apenas o lançou tão alto que Croco pareceu uma lagartixa voadora. Samuel se sentiu mal ao se lembrar o quanto fora tão fraco a sombra de sua irmã que o protegia de tudo, o seu por seguro.  Olhou para Alice no chão, exausta, quando estava  quase chegando perto dela, um raio de fogo o atingiu. Ricardo tentava afastá-lo de Alice que com o susto pulou para trás quando Samuel começou a socar em todas as direções fazendo a terra ceder em ondas de destruição. Vórtex apoiava a mão no ombro do irmão que controlava o Gigante invencível.  Aprendiz tentou lutar. Ela tinha aprendido o poder do Gigante, mas não era a original, não podia ser mais forte que ele. Tentou pará-lo em vão. Até sentir que nada era suficiente.

Dragão Vermelho percebeu Córtex brincando como se estivesse jogando um vídeo game. Um raio de fogo atingiu uma árvore que caiu em cima dos dois irmãos, que conseguiram fugir. O Gigante caiu no chão atordoado.

Vórtex se certificou que seu irmão estava bem, Córtex ainda estava lutando, usando a sua mente de telepata para o ler o pensamento do inimigo. Os heróis comemoravam a vitória, pela primeira vez sentiam o gosto do esforço que trabalharam para conquistar. De repente Sofia caiu tremendo com os olhos esbugalhados.

— Abram essa porta! Agora. — gritou o Dragão lançando raios de fogo plasmático contra a pedreira.

Vol. 1 Heróis do Amanhã - NOVA ERA   Onde histórias criam vida. Descubra agora