— Ana?- pigarrei.— Ana Clara?
— Sim, eu não roubei..- ela deu uma pausa. — Meu cunhado achou e pediu para mim te entregar.- esse Théo é demais. Sorri, ao perceber o que ele está tentando fazer.— Ouviu?
— Sim, eu ouvir sim. Tá tudo bem.
— Ok.
— Na escola você me devolve.
— Ok.- cocei minha cabeça, estava nervoso, queria conversar mais com ela, mas eu não sei prolongar uma conversa.—Então.. tchau.
— Tchau, Ana Clara.
*Ligação OFF*
Me joguei no sofá, com raiva de mim mesmo.
— Fala serio, João, tu chamou a mina de ladrona.- falei para mim mesmo.
— Que menina?- pus a mão no coração com o susto que a Maria me deu.
— Que susto, Maria.
— Foi pra testar seu coração.
— Conseguiu.
— Que menina você chamou de ladrona?- cocei minha cabeça.
— Aquela lá.
— Aquela lá não é nome de gente não.
— A da foto.
— Eu lembro o nome.. calma.- ela pareceu está tentando recordar.— Clara.
— Isso, Ana Clara.- ela se animou, pude ver pelo sorriso em seus lábios.
— Estava com ela, no telefone?- perguntou animada.
— Sim..- disse sem graça.
— Achei que ela fosse a impossível.
— E ela é..- disse desanimado.
— Meu garoto, nada é impossível, basta correr atrás.
— Ela não é garota pra mim, Maria.- ela sentou ao meu lado.
— Você é o melhor rapaz que eu já conheci, pode ter suas loucuras de vez em quando, mas se importa com os outros, respeita, é educado, protege á todos que ama, e até mesmo aqueles que não conhece, só por odiar injustiça.- ela deu uma pausa.— Sei que tem um buraquinho nesse coraçãozinho.- apontou para o meu peito.— Assim como sei que, é ela a mulher que nasceu para preencher esse buraco, você quer, mas tem medo, medo de machucá-la ou não ser bom o bastante, isso é amor.
— E se..- ela me cortou.
— Deixe de besteira, menino, você quer mas não corre atrás, mas esqueceu que tudo aquilo que está destinado, acontece, a vontade de Deus é ainda maior que a sua, esse celular seu, é a prova disso.- parece loucura, mas acredito muito nas coisas que a Maria me conta, a forma como, ela fala me arrepia, admiro sua fé, mesmo não crendo mais em nada.
— Obrigada, Maria.- dei um beijo na bochecha da mesma.— Agora, vai no forró mais tarde pra arranjar um nego.
— Que diabo de nego, menino.- ela jogou sua sandália em mim, saí correndo para meu quarto.
Sentei na cama, e levei meu notebook comigo, liguei o mesmo para acessar meu facebook. Não sou muito de rede social, entro poucas vezes e só para atualizar a página da Ana. Não, eu não sou um maníaco, doente, na verdade eu não faço ideia de quem eu seja, Ana me mudou sem querer, sem saber, me transformou em quem sou agora, um viadinho apaixonado e masoquista.
Ela foi marcada em uma foto com o Gabriel, suspirei fundo para não me irritar. Entrei no perfil do mané, e não me surpreendi com suas publicações, um verdadeiro nerd. Que saco! Eu deveria apoiar, deixar eles serem felizes, ele fazer ela feliz, o guri é nerd, inteligente, curtem as mesmas coisas, tem um futuro sem riscos, para oferecer a mesma, enquanto eu, sou um fodido, de vida fodida, mente fodida, passado fodido, e nem sei se eu posso oferecer um futuro digno para ela. Mas eu não consigo, não consigo ver ela sendo tocada, ou com outro, sinto uma coisa forte dentro de mim, só de lembrar daquele beijo dos dois, fico mal, meu coração se aperta.
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Titânio - feitos pra tudo suportar
Teen Fiction📌#31em ficção adolescente (08/05) 📌Erros ortográficos 📌Gírias não são erros ortográficos, fazem parte do vocabulário adolescente do livro. 📌 Repostando Esta história contém sexo, violência e drogas. (+18) Plagio é crime! Evitem conflitos com u...