Tomlinson observou Harry mexer mais vez nos anéis e também não deixou de notar o desdém no seu tom, não se sabe o motivo, mas Louis custou a acreditar em meia palavra do discurso.
— Tudo bem... sua explicação parece razoável.

Harry teve medo de Louis conseguir ouvir seu coração quebrando mais um pouco. Ele sabia que não seria certo começar nada com mentiras, mas nem ao menos começou. Foi apenas uma mentira jogada ao vento, como todas que vem contando.
— Aí você apareceu com Zayn e aquilo só... doeu, eu não sou bom em demonstrar e usava minha autoridade pra ter uma desculpa pra falar com você, como um menino idiota que puxa o cabelo da menina que gosta. Eu fui um babaca com você desde o primeiro dia, eu peço desculpas... desculpa por pedir desculpa.

Bom, essa parte não foi mentira.

— E eu vou entender se quiser ir embora da casa ou sair do emprego, mas eu conheço um monte de gente eu posso te arranjar outro emprego melhor que esse.
— Cala a boca. Desculpa mas só... cale-se.

Harry continuava prestando atenção nos dedos e Louis estava intrigado com isso.
— Olhe para mim Harry.

Styles olhou, mantendo a pose e fingindo não estar com a maior dor de cabeça que já teve.
— O que há com esses anéis? O que significam?

Styles demorou para assimilar a pergunta de Louis, ninguém ligava pra isso.
— B-bom. – Harry apontou para o do mindinho da mão direita que tem uma rosa detalhada. – Esse é sobre acreditar no amor e nas mudanças que ele é capaz de fazer nas nossas vidas. – Apontou para o próximo que tem o aro fino e uma pedra pequena, azul acinzentada no meio. – Esse aqui é um diamante feito com as cinzas do meu padrasto. Ele foi uma das melhores pessoas que eu já conheci na minha vida. – Então ele apontou para um com ursos em volta. – Esse anel é do orgulho gay, minha irmã quem me deu. – O próximo contém uma pedra vermelha no centro. – Esse é um rubi, e eu comprei porque eu achei ele muito bonito. – Harry soltou uma risada nasalada e Louis sorriu sincero. – Passando para a outra mão, Harry apontou para um anel com uma pedra verde água. – Esse me lembra os olhos da minha mãe. – O do lado tinha uma superfície chapada com siglas dentro. – Esse tem a sigla do meu nome, e da minha família gravados. – O dedo anelar esquerdo estava sem anel e ele foi para o último no mindinho que era um leão de ouro maciço. – Esse eu também comprei porque achei bonito.
— E qual o motivo de apenas o dedo anelar e polegares não terem anéis?
— A curiosidade matou o gato, Louis. – Louis coçou a nuca desconcertado. E Harry sorriu sem ele ver. – Eu só não gosto de anéis nos polegares e o anelar esquerdo eu estou guardando.

Louis o olhou rapidamente mas Harry ainda não tinha estruturas para isso e desviou o olhar para as prateleiras de livros.
— E-eu gostei de saber disso... sobre o-o significado d-dos seus anéis no caso, afinal não eram apenas para estarem lá.
— Nunca haviam me perguntado antes. – Harry percebeu que cairiam num silêncio confortável de mais, não há tal coisa, sempre terá algo que você quer dizer. – Estamos bem?
— Vai voltar a trabalhar? – Louis rebateu. E Harry sorriu ladino.
— Só se você ficar pra jantar.

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A sala de jantar da mansão fica no térreo. Tem duas, uma depois de uma porta nos fundos da sala de estar, que era para grandes eventos e outra menor conjugada à cozinha, onde Harry costumava fazer as refeições com Julie.

A cozinha estava a todo vapor, o fogão Cooktop industrial tinha um aspecto rústico e contrastava com o mármore claro onde estava em cima. Os balcões tomam grande parte da parede e dividem a sala no meio, formando uma cozinha americana. O cômodo da casa mais claro que Louis viu até agora. Há uma ilha no centro entre as bancadas, com banquetas em volta e uma estrutura suspensa no teto com panelas cor de cobre penduradas.

Four Years No Calls [EM REVISÃO]Onde histórias criam vida. Descubra agora