Capítulo 30 - Um brinde aos adúlteros

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Ding dong

— Eu atendo. — Levantei rapidamente deixando minha comida de lado.

— Acho que já atenderam. — Eliza tentou me interferir.

— Não tem problema, eu vou ver quem é.

Foi um verdadeiro alívio sair daquele fogo cruzado, bom, o alívio durou três segundos e meio. No corredor que dava acesso a sala de jantar estava Lamartine, caminhando até mim com um buquê de rosas brancas na mão, vestia uma regata cinza e um short caqui bem despojado, dei três passinhos rápidos que para que ele ficasse numa distância segura da briga.

— Oi Henri. — ele me deu um beijo tão inesperado que mal respondi.

— L-Lamartine? O que faz aqui?

— Nossa, bom te ver também.

— Não, não! Quero dizer, sim, é ótimo te ver, mas... — não tinha um jeito diplomático de dizer isso — Por que você veio?

— Bom, eu queria uma ocasião em que seu pai e sua mãe estivessem juntos para eu poder, não sei como dizer isso, pedir a sua mão?

— A minha mão? Acha que eu sou alguma donzela dos livros de Jane Austin? Essas flores são para mim?

— Não, na verdade são para sua mãe.

Ele atravessou ao meu lado deixando-me plantado por alguns instantes naquele corredor.

— Merda.

O segui depois do básico não acredito que isso está acontecendo e já me deparei com uma mesa que encarava Lamartine com o básico mas quem diabos é você.

— Bom dia pessoal. — seu sorriso era capaz de conquistar e a resposta de alguns – e com alguns, quero dizer minha tia – fora imediatamente solicita.

— Bom dia bonitão. — Tia Mirian sabia ser indiscreta.

— Sem dúvida melhor agora. — Bruno sorriu tomando uma taça inteira num gole só.

— Gente, esse é o Lamartine Chermont... — engoli a seco antes de anunciar — Meu namorado.

A comoção foi geral, bom, pelo menos daqueles que ainda não sabiam e de Rubens, ele estava mais preocupado em colocar pra dentro o máximo de pães possíveis.

Minha mãe hiperventilou se segurando em seu namorado, mas sua expressão ofegante também carregava um sorriso surpreso. Lamartine sentou-se ao junto a mim e tentamos ser naturais. Ele já foi logo entregando o buquê para minha mãe, esta pareceu terminar de morrer no ato.

— Obrigado, você é muito gentil... M-ma-mas, como vocês começaram isso? Quando?

— É... — meu pai concordou — Quando?

— Bom — Lamartine tomou o fôlego — Oficialmente faz um mês e alguma coisa, mas já estamos nos conhecendo melhor a seis meses, e é por isso que eu estou aqui, vim pedir a benção de vocês dois para o nosso relacionamento.

— Oh meu querido, se é por isso minha benção você já tem, qualquer um que alegre o meu filho já é abençoado por mim. — mamãe estava mais reluzente que o sapatinho da cinderela.

Lamartine sorriu e virou-se para meu pai que estava com um olhar analítico sobre ele, tomou um gole de seu vinho antes de falar.

—Eu não sei, tem muitas questões aqui. Quero dizer, o que você está disposto a oferecer ao Henri? Ele está crescendo como pessoa ao seu lado? — Lamartine pareceu perder o tom corado de sua pele — O mais importante ainda, o dote, qual o seu dote?

O Brilho da TentaçãoOnde histórias criam vida. Descubra agora