15. Um fio de esperança

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— E quando isso aconteceu?

— Um dia depois de eu ter chego aqui. Quer mesmo fazer eu lembrar disso à cada segundo? Pois não é o que eu quero!

— Lembro que, depois que você se foi, meu pai disse que tiveram uma noite juntos. — Carl encarou-me — Vocês tiveram mesmo?

— Tivemos sim. Mas onde quer chegar com isso?

— Não é óbvio? E se esse filho não for do Negan e sim do meu pai? Seria um fio de esperança sobre você, não seria? — um quase sorriso surgiu nos lábios dele.

Aquilo se acendeu como uma chama dentro de mim.

E realmente, fazia sentido. Rick e eu tivemos uma noite linda como despedida.

— Pode ser que seja isso mesmo. E se for, as coisas vão mudar completamente!

— É possível que eu tenha outro irmão. — Carl riu com a ideia — Seria um máximo!

— Seria sim. — respirei fundo — Está tudo lindo, mas agora precisa ir. Ficar aqui pode custar sua vida.

— Não quer vir comigo? Meu pai ficaria feliz em te ver lá, ainda mais ao saber que existe uma possibilidade dele ser o pai do bebê.

— Você não pode contar nada à ele! Não ainda!

— E porque não?

— Não quero que ele crie expectativas, preciso ter certeza primeiro. — expliquei — Será que consegue voltar aqui mais vezes?

— Claro. Negan não faz ideia de como entrei aqui. Só me responde, como vai ter certeza disso? Digo, não há como fazer exame de DNA e...

— Não sei, preciso pensar. — constatei sentindo-me avulsa sobre aquilo — Agora vai! Por favor!

— Mas você...!

— Vai. Embora. Agora. — disse pausadamente pra ver se ele conseguia entendia.

— Tudo bem, eu vou. Vai ficar bem? — seu olhar zeloso sobre mim se solidificou, formando no cenho uma ruga vertical.

— Não vê que estou ótima? — fingi um sorriso, apenas por preguiça de ter que mostrar as milhares de razão pelas quais me tornei isso.

— Se você diz. — Carl deu um passo para trás e soltou um suspiro pesado, sabendo que não havia outra coisa a se fazer a não ser me obedecer.

— Pois é. — respirei fundo — Ainda está aqui?

Carl revirou os olhos, contrariado, mas caminhou até a janela por onde havia entrado e com cuidado, caminhou sobre as telhas tentando não chamar a atenção de ninguém.

RICK

Às vezes quando o sol se põe eu me aproximo da janela do meu quarto e penso nas mil e uma possibilidades de voltar a ter Alessa por aqui. Sei que, depois do que presenciei, será uma tarefa difícil, mas algo dentro do meu ser diz que as coisas vão se acertar, talvez demore um pouco, mas creio que um dia irá.

— Rick? — Michonne adentrou o recinto onde eu me encontrava com uma feição preocupada.

— Sim? — virei meu tronco e a encarei.

— Você sabe onde Carl está? — perguntou, fazendo com que uma súbita sensação estranha se apossasse de mim.

— Como assim se eu sei onde ele está? — fiquei de frente para ela por completo — Ele está por aí, não está?

— Eu fui procurar ele para se juntar ao Aaron na ronda de hoje e não o encontrei em lugar nenhum.

— Ele tem que estar em algum lugar! — corri para o lado de fora e o gritei — CARL!

— O que está acontecendo? — Maggie apareceu, sem entender nada do que estava acontecendo.

— Carl não está aqui! — Michonne respondeu por mim.

— E aonde ele poderia estar? — Maggie perguntou, mas infelizmente eu não poderia responder aquela pergunta.

— Rick... — Michonne tocou meu ombro e apontou com o queixo a direção contrária de onde eu estava — Ele está vindo.

Senti meu coração se acalmar dentro de mim e minha respiração se normalizar.

— Aonde é que você estava? — fui logo perguntando, averiguando de longe se algo havia acontecido com ele.

— Eu... eu fui ver a Alessa. — respondeu após uma pausa e eu franzi o cenho, achando aquilo uma tremenda loucura.

— Espera, como assim? — Maggie também esboçou a mesma expressão que eu.

— Ver a Alessa? — reforcei a pergunta. — Você ficou louco!?

— Eu precisava, está bem? Eu tinha que ver com os meus próprios olhos! — Carl disse enquanto nos olhava — E pai... — ele veio até mim — Ela continua lá, a mesma que chegou aqui há tempos atrás, só está um pouco perdida, mas nossa Alessa não morreu.

— Ela não é a mesma, e você deveria aceitar isso, garoto. — Daryl chegou dizendo após ouvir aquilo.

— Sei bem do que estou falando, eu a vi. — Carl retorquiu.

— Você não deveria ter ido lá, de qualquer forma. — falei, tendo sua atenção.

— Pai, Alessa continua sendo a mesma, sei disso. Confia em mim. As coisas vão se ajeitar.

— Garoto, ilusão não é algo que um apocalipse zumbi precisa. Obrigado. — Daryl já estava completamente descrente.

— EU A VI! — Carl gritou — AINDA EXISTE UM FIO DE ESPERANÇA!

Ela está viva | The Walking Dead Onde histórias criam vida. Descubra agora