Capítulo Extra - Parte 1

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Oi, oi!

Queria dizer que essa é só a primeira parte do extra que tive que dividir em 2. Acontece que foi ficando muito mais longo que eu esperava, e também a ansiedade se sobressaiu.

Senti muita falta dessa história, e acredito que muitas pessoas tenham achado o final meio rápido demais. Então, isso é um presente e um obrigada a cada pessoa que leu Flowers and Confessions, eu amo muito essa fanfic. Obrigada por tudo.

E boa leitura!

...

Sentado na beirada da janela, com um livro descansando no colo e um cigarro entre os lábios, Louis Tomlinson observava o céu estrelado sobre sua cabeça.
E assim como a rua lá embaixo, a casa era silenciosa e parcialmente escura, algo que traria calma se não fosse tão deprimente.

Quando a luz do corredor se acende, o homem se livra no filtro aceso que tragava e às pressas, o apaga no batente em que estava antes de jogá-lo janela abaixo. Não demora muito para que Harry surja, com os olhos fundos e a voz distante, ele enfia o rosto pela fresta da porta, buscando por Louis dentro do escritório.

— Estou indo para a cama.

Com o olhar baixo, o outro assente em resposta, folheando com a ponta dos dedos o livro que ainda tinha apoiado nas pernas.

— Boa noite.

— Boa noite, Louis.

Do outro lado do cômodo, o de olhos azuis levanta a cabeça e observa Harry encará-lo por um segundo ou dois antes de se afastar, fechando a porta ao sair.

Cansado, apesar de não ser exatamente algo físico, Louis se encosta na parede que tem atrás de si, sem ânimo.

A verdade é que ele já não sabia mais o que fazer. Harry estava deprimido e Louis já tinha tentado de tudo.

De início, ele se aproximou do namorado. Tentava conversar, queria fazê-lo rir, demonstrava seu amor como podia, e vendo que não resultava, decidiu dar espaço para Harry. Deixava ele em seu canto, não o incomodava ou o enchia de perguntas como acabou fazendo de início.
E quando saiu de casa por uma noite inteira, perdeu Harry por quase uma semana. Ele nem mesmo olhava Louis nos olhos.

Imaginando que se afastar acabava sendo pior, ele passou a mal deixar a casa. Louis ficava perto de Harry vinte e quatro horas por dia, ainda que não houvesse diálogo algum e o único momento em que ficava sem ele, era quando ia tomar banho e foi exatamente em um momento como esse que, minutos após deixar o banheiro, encontrou Harry rodeado de pílulas.

Talvez, mesmo se vivesse mil anos, Louis jamais seria capaz de se esquecer da angústia que tomou conta de si quando teve Harry desacordado e amolecido em seus braços, os lábios tão azuis quanto os olhos do namorado que ele costumava amar. Sua respiração era tão fraca que mal existia.

E desde então, Louis não tinha paz nem mesmo embaixo do chuveiro.

A verdade é que, talvez, Louis estivesse tão perdido e ferrado quanto Harry. Afinal, desde o início era seu namorado que coloria tudo, fosse divagando e dizendo coisas aleatórias que resultava em gargalhadas altas e exageradas, fosse desenhando e pintando florzinhas delicadas nas paredes de uma cela fria e mal iluminada em um presídio de segurança máxima.

De certa forma, aqueles tempos pareciam bem mais fáceis na visão de Louis.

Naquela época, Harry ainda o amava. E lá, Harry não tentava tirar a própria vida.

Flowers and Confessions | L.S. |Onde histórias criam vida. Descubra agora