- hmm, okay - virou para frente e continuou assistindo.

sera que eu o assustei? porra, eu sou um desastre, por que sou tão burro? mais que merda. A partir de agora botei em minha cabeça que deveria apenas assistir o filme e parar de encarar o menor, estava parecendo um psicopata.

já se passava mais de 2 horas de filme e estava passando a cena em que Peter Parker, Homem-aranha, estava se tornando pó, meus olhos estavam marejados e uma lágrima lutava para descer, mantive a pose de macho e olhei para o lado, tive a certeza que aquilo era a cena mais linda que já vi, deixava qualquer filme no chinelo. O garoto estava chorando, com grossas lágrimas descendo e com a bochechas vermelhas, mãos segurando seu queixo e olhos focados na tela, todos do cinema estavam aos nervos e emocionados, mas só aquele pequeno me tirou a atenção, o modo delicado de ele se expressar me tirou o foco, queria abracar ele e dizer que aquilo era apenas um filme e que logo eles voltariam... me contive.

O filme acabou, e estava na cena pós créditos, e como um bom fã da marvel continuei firmemente esperando, ele também estava lá, estava disposto a puxar assunto, uma pessoa legal como essa não aparece em toda esquina.

- Pelo visto você se emocionou bastante né? - perguntei, com um sorrisinho de canto de boca tirando assim toda sua atenção da tela e transferindo-a para mim. - não que isso seja ruim, é fof - é agora que eu apanho?

- aar, acho que é por que Gamora e Homem-Aranha sejam meus personagens favoritos, e vê-los morrendo assim, foi terrivelmente doloroso para meu psicólogo, err e obrigado pelo fofo - terminou rindo e colocando uma pipoca em sua boca.

- de nada! - ri e continuei olhando para ele - como você se chama? - vamos ao que interessa.

- Byun Baekhyun - sentou formalmente e se levantou, pois os créditos já haviam acabado - e você?

- Park Chanyeol, prazer. então, eu vou ir comer... quer vir comigo? - rápido e prático.

- Perdão, mas, tenho que voltar para casa, pois moro um pouco longe, e já são quase - tirou o celular do bolso - 23:30, preciso correr.

- Você vai embora de carro, trem, ônibus, uber? - disse descendo as escadas da sala junto com ele.

- Vou de ônibus - já fora da sala ele me respondeu.

-Será que posso te levar a estação? esta muito perigoso para andar sozinho, quanto mais pessoa, melhor. - disse com um sorriso simpático.

- E não é mais perigoso, andar com um desconhecido? - disse com um pouco de humor - mas, tudo bem, você é fã da Marvel, então eu confio 1%.

- Que ótimo - soltei um riso desconfiado - eu não faço mal a ninguém, olha, o tamanho assusta, mas por dentro eu sou pequeno como você. - disse isso e escutei uma gargalhada tão boa de ouvir, acalmou meu coração.

- Olha... eu prefiro você desse tamanho mesmo - disse rindo e andando para fora do cinema.

Andamos até a saída do shopping, e assunto não faltou, falamos sobre heróis, músicas, séries e até programas de culinária, minha bochecha esquentava toda vez que ele me olhava no fundo dos olhos, sentia minha mão trêmula e minha língua tropeçar. e só de pensar que estávamos próximos a estação de trem, eu sentia um grande aperto, queria poder levar ele pra casa, e dormir abraçado, fazer carinho em seu cabelo, beijar sua boca... CHANYEOL PARA, ele é apenas um desconhecido, um crush descartável, para de pensar essas coisas.

Chegamos na estação de ônibus, que ficava alguns minutos depois do shopping, ele disse que pegaria qualquer um que parasse, pois todos passavam em frente de sua casa, eu assenti e senti novamente um aperto.

- hm, ann você poderia me passar seu número? para mantermos contato - indaguei com medo da resposta.

- Claro! - tirou o celular do bolso e me disse alguns número, anotei e guardei meu celular.

- você namora? - ...

- não, e você? - ele parecia confiante em todas as respostas.

- não, também... está difícil arrumar uma namorada? - disse esperando um outro tipo de resposta.

- no caso, namorado, e sim, está difícil sim - quase soltei fogos quando escutei.

- mas, você é uma pessoa tão adorável, como pode ser difícil? é um privilégio isso sim, você deveria cobrar para beijar alguém - porra, o que eu estou dizendo.

- então já pode abrir a carteira - disse ele, subiu nas postas dos pés e me deu um selinho quente, fez meu corpo tremer, não sentia mais força para me manter em pé, quando tirei a coragem de um lugar inexistente e o puxei pela cintura e o beijei com intensidade, ele respondeu rápido e com vontade, deu permissão para eu poder viajar dentro de sua boca, explorar o céu, morder os lábios, foi como uma explosão de sentimentos, incomparáveis com outros que senti em toda minha vida, senti meu coração gritar e meu membro dar leves sinais de vida.

Paramos o beijo por falta de ar, nos olhamos, ambos com os lábios muito vermelhos e inchados, ainda não fora do meu aperto, queria ficar assim para sempre. porém nada dura para sempre, vi o farol de um ônibus se aproximar, disse que ele não precisava ir nesse e eu poderia pagar um uber, mas o mesmo recusou pois deveria chegar em casa cedo, e assim que chegar me mandaria mensagem para não me preocupar, eu assenti e logo vi ele subindo no ônibus e ficando cada vez mais longe.

Guerra InfinitaWhere stories live. Discover now