▶︎ 𝓗𝓸𝓶𝓮 | 𝓘𝓼𝓬𝓸 𝓐𝓵𝓪𝓻𝓬𝓸𝓷 ◀︎

𝐓𝐞𝐧

— O que for mais seguro!

Ele dirigiu — com extremo cuidado — até sua casa, e quando chegaram, tiveram que correr até a porta, se molhando ainda mais.

Entraram na casa, e Isco logo foi buscar toalhas para eles se secarem, enquanto a garota pegava seu telefone para avisar a Clarice do imprevisto.

Depois de desligar a ligação, Camila viu o jogador entrando de volta em sua sala, com duas toalhas na mão.

— Acho melhor você tomar um banho quente! — falou para a garota.

— Não tenho roupa.

— Posso te emprestar uma camisa minha.

— Tudo bem, então.

O moreno levou a garota até seu quarto, onde a mostrou o banheiro, e fez com que ela se sentisse o mais à vontade possível.

🌼🌼🌼

Francisco e Camila conversavam e riam.

A garota se disponibilizou a fazer chocolate-quente para se aquecerem, e ele acabou aceitando.

Agora, os dois estavam com suas canecas nas mãos, sentados no sofá, se matando de rir com uma história qualquer da adolescência do espanhol.

E num piscar de olhos, a energia da casa acabou, fazendo com que Isco soltasse um grunhido, que a garota achou incrivelmente sexy.

— Isso é um saco! — ele falou, e ela concordou.

— Será que tem algum assunto que nós ainda não falamos sobre? — a garota perguntou, soltando uma risada.

Apesar da energia ter acabado, a casa ainda era iluminada pela luz da lua, por isso, a garota conseguia ver os olhos do jogador presos em sua boca.

Ela ia falar algo, mas não teve tempo, pois ele logo juntou os lábios dos dois, iniciando outro beijo super intenso.

ficaram alguns minutos trocando beijos, e quando pararam, estavam completamente ofegantes, mas felizes com o que estava acontecendo.

Ficaram alguns segundos em completo silêncio, até que a morena tomou uma decisão muito importante. Ela iria contar para ele.

— O site não contava tudo!

— O que? — ele disse.

— O site, onde vocês descobriram a verdade. Não contava tudo!

— Por que tá me dizendo isso?

— Porque você me disse que eu podia conversar com você quando me sentisse bem. — a mulher mordeu o lábio inferior. — E eu acho que tá na hora de conversar com isso com alguém que não seja a minha psicóloga.

— Não quero fazer você relembrar tudo! — ele disse, e ela sorriu.

— Não fica preocupado, apesar de serem lembranças ruins, eu agora consigo falar sobre isso sem me sentir mal, são só lembranças! — ela falou, e viu ele assentir, ainda com um pé atrás.

A verdade, era que Isco não sabia se estava pronto para saber o que havia acontecido naquele dia.

Saber o superficial, já havia o deixado incrivelmente mal, imagine depois de saber tudo o que o site não falava sobre, e ainda por cima da boca da garota?

Camila respirou fundo, e logo se pôs a contar.

▶︎𝐅𝐋𝐀𝐒𝐇𝐁𝐀𝐂𝐊 𝐎𝐍◀︎

A garota entrou em casa feliz, estava animada para almoçar com a irmã e o cunhado, morria de saudades de estar com eles.

— Amor, cheguei! — ela avisou, mas não ouviu resposta — Amor?

— Que bom que você chegou, temos que conversar! — ele disse, em um tom sério.

Ao olhar a face do namorado, Camila percebeu que aquele era mais um de seus ataques de fúria. Mas estava tudo bem, ele a amava. Certo?

Guilherme tirou seu telefone do bolso e abriu seu Instagram, colocando em uma daquelas páginas de fofoca.

Abriu uma foto da menina, onde ela abraçava um dos seus melhores amigos.

— Eu não mandei você se afastar desse garoto? — ele disse, em um tom raivoso.

— Gui, eu já te disse, nunca tive nada com o Vítor! — ela falou, na esperança de amenizar a situação.

— Você pode até conseguir mentir para os outros, mas pra mim não, vadia! — ele esbravejou — Você é uma piranha, e eu sei que você já deu pra ele, deve ter dado para o Rômulo e pro Lucca também.

O cara depositou o primeiro tapa na cara da garota.

E ela sentiu.

Sentiu a dor de todos os socos e chutes deferidos por seu corpo.

Sentiu dor ao tentar respirar, enquanto o homem praticamente a enforcava.

Sentiu dor quando tentou correr até a cozinha, depois de conseguir acertar o homem no meio das pernas.

Sentiu a pior dor da sua vida, quando o objeto cortante perfurou sua pele pela primeira vez.

Sentiu ser arrastada de volta para a sala, e logo depois, sentiu seu corpo ser perfurado mais duas vezes.

E então, parou de sentir.

▶︎𝐅𝐋𝐀𝐒𝐇𝐁𝐀𝐂𝐊 𝐎𝐅𝐅◀︎

Isco encarava a garota com lágrimas nos olhos, enquanto ela respirava fundo pela milésima vez.

Era fato que os dois já estavam envolvidos sentimentalmente, mesmo que não fosse nada muito profundo, e o pouco — ou melhor, o muito — que sentiam, já foi o suficiente para fazer o peito do jogador arder, só de imaginar a garota deitada sobre uma poça de seu próprio sangue.

Francisco se sentia incapaz, queria ter estado lá para ajudar a menina a passar por tudo aquilo. Ter estado lá para pega-lá em seus braços, e dizer que tudo ficaria bem. Estado lá para impedir que tamanha dor fosse causada a ela.

Ainda sem dizer nada, o moreno puxou a garota para seus braço, enquanto fungava e tentava controlar as lágrimas.

Ele deu um beijo na testa da menina, e aproveitou para sentir o cheiro do cabelo da garota, cheiro esse, que com certeza contribuiu para que conseguisse se acalmar.

— Queria ter estado com você, pra te ajudar a passar por tudo isso! — ele admitiu, e a garota abriu um sorriso lindo, diante a fala do mais velho.

— Você está aqui agora, e é isso que importa!