- Então você viu o Eren antes de ir à sala? Hum... -meus olhos contraem ao analisar o loiro, e chegando a uma única constatação, respiro fundo e continuo. -Então foi por isso que você foi até a sala de aula dar o recado, não é? Inventou aquela história de dar a notícia pessoalmente apenas porque estava supondo que o Eren estava transtornado por minha causa. Aliás, primeiro você disse que voltaria só na terça da semana que vem, depois mandou mensagem falando que viria amanhã, e no final chegou hoje. Você é louco, Erwin. -cuspo as palavras finais. Sim... minhas afirmações são reais e verídicas. Erwin Smith é louco, insano e perigoso.

Finalmente deixo sua sala e sigo em direção ao estacionamento. Em minha mente eu só sei de uma coisa, quero distância de Smith e para isso chamar um táxi para sumir daqui é o primeiro passo. Não quero sua carona e também não vou para os estúdios hoje. "Preciso pensar e também quero falar com o pirralho."

- Espere, Levi! Ainda não terminamos de conversar! - o tom de voz de Erwin chama a atenção das pessoas próximas ao local. Vejo alguns alunos e professores nos encarando, mas como não existe nada tão ruim que não possa piorar, percebo a turma de Mikasa com os olhos focados em nós, e dentre eles está Eren. "E eu pensando que não podia ficar pior.." Viro-me para o loiro e me exalto.

- Posso saber por que você está gritando? Perdeu a noção das coisas, seu louco?! - Sim... é nítido. Erwin claramente não está bem. Parece que não aceita o fato de eu ter olhos para outra pessoa. Durante muito tempo isso não me incomodou, até porque não tinha interesse nenhum em me envolver com outra pessoa. Na verdade ainda não sei se tenho esse interesse, a única coisa que tenho certeza é que depois de ter beijado Eren alguma coisa mudou e não consigo mais ter um caso com Erwin. É como se tocar no pirralho tivesse me purificado e eu não quero me sujar de novo.

- Desculpe baixinho, mas não consigo me conter. Além disso, posso saber porquê não está me esperando? Mike provavelmente já foi embora e eu não quero voltar sozinho. Sem falar que eu sempre levo você para os Studios ou mesmo para casa. Não é segredo pra ninguém que você detesta dirigir. - quanto a isso esse maldito tem razão. Eu realmente detesto dirigir. Só uso meu carro em casos de urgência, fora isso pego um táxi, uma carona com Erwin ou com a lunática da Hanji. Dando um suspiro que mostra claramente o quanto esse assunto já deu o que tinha que dar, olho para ele seriamente.

- Vou para casa, não estou me sentindo bem. E depois dessa nossa conversa prefiro ir sozinho. Espero realmente que você respeite a minha vontade, esse sempre foi nosso acordo desde o início. Continue me pressionando que eu largo os Studios e até mesmo a faculdade sem pensar duas vezes, Smith. - sinto seu olhar fixo em cada frase que eu pronuncio. Ele escuta cada palavra com um olhar de raiva e dor, e diante da situação prefiro dar o golpe de misericórdia para cortar o mau pela raiz de uma vez por todas. - Eu não me apego a nada... E quando digo nada isso inclui você também. - sei que minhas palavras são duras, mas preciso afastá-lo. Não era minha intenção machucá-lo, mas tenho plena consciência da obsessão que Smith tem por mim e não quero mais me envolver com alguém que me vê como sua propriedade. Percebo que ele vira o rosto na direção dos alunos que agora se aproximam e conforme Eren passa por nós, uma frase que não tem nada a ver com o assunto que estamos discutindo sai de sua boca.

- Na sua casa ou na minha, baixinho? - fico completamente em choque com isso. A princípio não entendo o que Erwin realmente quis dizer, mas não demoro a perceber suas intenções. Eren passa por nós completamente alterado e aperta os passos após ouvir a frase. Não consigo me conter.

- Como assim na sua casa ou na minha? Você pirou?! Acabei de dizer que não existe mais nada entre nós e que quero ir embora sozinho! Será que não consegue entender?! Não aja como se fôssemos namorados pois somos apenas amantes. Aliás, éramos! A partir de hoje seremos no máximo bons amigos ou continuaremos como colegas de trabalho. Não vou admitir que você fique me ridicularizando na frente dos alunos! Sempre achei que ninguém precisava saber do nosso envolvimento, você é que fazia questão de divulgar que estava romanticamente envolvido com um dos seus funcionários!

Mon PetitOnde histórias criam vida. Descubra agora