Chapter 01

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Eu vou te dar um aviso justo que eu
Eu não sou um santo, mas eu poderia ser se eu tentar
|Billy Raffoul - I'm Not A Saint|

Eu vou te dar um aviso justo que euEu não sou um santo, mas eu poderia ser se eu tentar|Billy Raffoul - I'm Not A Saint|

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Desci do carro depois que Odin estacionou o veículo em frente a um monumento luxuoso e bastante conhecido por mim. O clube Luxius só era conhecido por quem gostava de jogos de azar, e apenas milionários entravam, uma vez que as apostas eram altas, a ponto de a pessoa sair mais rica ou sucumbir à falência.

Eu prometi nunca mais voltar ali quando quase perdi todo o dinheiro que meu irmão e eu ganhamos depois de muita luta para chegar aonde estávamos. Se bem que parte da nossa fortuna viera daquele lugar. Isso era algo que, de todos da nossa família, apenas Jace sabia.

Definitivamente, eu não era tão santo quanto a mídia pensava. Isso porque tinha ótimos advogados e ainda tinha Odin. As pessoas só sabiam o que eu queria que elas soubessem. Quando se era filho de um dos homens mais ricos do país e dono de uma das melhores agências musicais da cidade, pessoas tentando saber mais sobre minha vida eram o que não faltava. Todavia, como eu disse, as pessoas achavam que me conheciam, mas elas não sabiam da missa o terço.

— Senhor — Odin chamou-me.

Com um ar imponente, caminhei até a entrada do clube. Por fora, parecia apenas uma casa noturna onde só os VIPs entravam, mas por ser um dos poucos cassinos ilegais de Nova York, por dentro era o verdadeiro antro do pecado. Acreditava que era por isso que a maior parte da clientela fosse composta por políticos corruptos. Porém, como assinávamos um contrato de sigilo, nada do que acontecia lá dentro ficava exposto para os de fora. Se isso ocorresse, a pessoa não pagaria a multa por violar as regras com dinheiro, e sim com a própria vida, afinal, morto não fala. Os donos não estavam para brincadeiras e levavam aquela regra bem a sério.

Eu conheci aquele lugar muito antes de decidir administrar uma agência de músicas ao lado do meu irmão. Uma mulher me apresentou, e ela foi a minha ruína por isso. No início, jogava por esporte como todo jogador de azar iniciante, mas depois as coisas foram ficando feias quando a coisa toda se tornou um vício. Ganhei e perdi muito dinheiro naquele lugar, e eu não teria parado se eu quase não tivesse levado meu irmão e a mim à falência. Jace era mais calmo que eu, mas com certeza me mataria por isso.

A sorte foi que consegui recuperar o dinheiro. Quando contei isso ao Jace, ele ficou furioso, porém, resolveu me ajudar e, com o tempo, consegui controlar minha vontade de jogar. Na época, eu achava mesmo que jogava só por diversão, contudo, ao quase perder nossa fortuna e ser xingado por meu irmão por todos os nomes feios em todos os idiomas que ele conhecia, entendi que precisava de ajuda antes que eu me tornasse mais um desses perdedores que deviam a própria vida aos donos dos cassinos.

Tinha mais de um ano que eu não colocava os pés ali, e teria continuado sem colocar se não tivessem marcado uma reunião comigo logo naquele local.

Se Jace soubesse que fui parar naquele lugar, depois de toda ajuda que ele me deu para aprender a me conter, tinha certeza de que ele tentaria colocar a merda para fora de mim, como se ele fosse o irmão mais velho. E o pior seria que eu nem poderia contestar. Sabia que estava errado; eu não devia estar ali. Porém, por mais irônico que fosse, pior seria se eu não estivesse. O homem que me chamou não era confiável e eu precisava saber o que o verme queria comigo.

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