Um dia nublado

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   O dia estava nublado, com nuvens acinzentadas sinalizando que ia chover. Mesmo naquele clima perfeito pra dormir – como eu pensava- não conseguia parar de pensar nela, e em sair com ela. Até que tomei coragem e a chamei.

   Mais tarde naquele dia ela respondera.

   Aceitou sair comigo – nunca entendi o porquê, ela é linda e eu? Bom eu sou engraçado.

   Eu estava tão nervoso que não sabia qual era o filme em questão, bom eu não fui por ele de qualquer forma. Ela chegou por volta das 15 horas – um pouco atrasada, mas valeu esperar cada minuto. Quando ela chegou parecia que o sol finalmente aparecera naquele dia de chuva.

   Seus cabelos cacheados eram encantadores. E seus olhos cativantes, quentes – não tão quentes quanto ela mesma. Aquela boca avermelhada gritava meu nome mesmo sem emitir uma palavra. Confesso que não sabia nada o que estava acontecendo ao redor, e nem mesmo quanto tempo eu fiquei desligado por sua causa.

   Ela se aproximou para me cumprimentar, timidamente.

- Oi, dissera enquanto ria de nervoso

-Oi, você ta fantástica , respondi de volta

- Eu sei , ela dissera com olha triunfante , você não ta nada mal também

   Eu não sabia o que dizer depois daquilo então só fomos à bilheteria comprar os ingressos. No caminho eu a parei e fiz uma pergunta.

- Não vamos comprar uma pipoca pra comer?

- Eu planejo comer outra coisa, respondera.

   A sala de cinema estava meio vazia, somente com alguns gatos pingados. Afinal aquele filme não tinha nada de especial, então além de alguns entusiastas do livro no qual o mesmo foi inspirado não havia ninguém, com exceção de nós.

   Assim que as luzes se apagaram eu coloquei meu braço ao redor dos seus ombros. Ela me fitou com olhar de aprovação – e sinceramente eu não pude resistir. Tentei beija-la e consegui.

   O Beijo foi quente e intenso. Meus lábios e os dela se misturavam ao ponto de serem confundidos. O ardor passava das nossas línguas até nossos dentes – Os quais eu usava para dar pequenas mordidas eu seus lábios avermelhados naturalmente. Ao final de uma sequência de beijos intensos foi finalizado com três selinhos carinhosos e afáveis.

   Ao final daquele beijo eu já não consegui me conter. Meu pau estava ansiando por ela. E ela percebeu. Olhou para mim com um sorriso malicioso, porém contido. Dei-lhe outro beijo enquanto passava minha mão pelo seu pescoço e coxa. Lentamente, eu peguei sua mão e a coloquei por cima da minha calça. Ela não conseguia parar de aperta-lo ao passo que que beijava seu pescoço, contendo sua vontade de gemer ela colocou sua mão por dentro da minha calça, sentindo meu calor.

 O filme finalmente havia começado e todos voltaram sua atenção à tela. Menos eu. Não consegui pensar em mais nada depois daquele lapso. Ela, para me provocar, desligou a sua atenção de mim – Quase por completo. Enquanto fingia prestar atenção em alguma cena lúdica, encostava sua mão as vezes na minha perna, como se fossem pequenos acidentes – Acidentes mais que planejados pra me deixar louco, creio eu.

    Eu não sabia como reagir àquilo, minha atenção era somente voltada para devolver pequenas caricias à ela, sem desrespeita-la por completo. No ápice do filme – acho que era alguma cena de romance ou coisa do gênero – virei-me a ela e decidi tomar alguma atitude, afinal só tinha poucos minutos pra decidir o que iria acontecer.

   Tentei disfarçar enquanto a abraçava pela sua cintura – Acho que ela sabia o que estava acontecendo ou prestes a acontecer e quis ver onde iria dar. Quando finalmente terminei de envolve-la a chamei.

   Seu olhar, mesmo no escuro do cinema, era penetrante – Sinceramente por um momento senti minha alma em prantos. Sempre perdia a compostura perante sua incrível presença. Decidi que palavras não eram apropriadas, afinal como poderia usar uma coisa tão limitada com tantas regras e índoles para descreve-la – Mas se tivesse que fazê-lo, seria como se o dourado do sol transbordasse todo seu calor como uma onda por todo o seu corpo.

  Quando sai daquele transe só conseguia sorrir – Me sentia um idiota para ser sincero.

   Por um momento perdi a reação, ficando apenas com um sorriso estampado no rosto. Mas aquilo foi suficiente para ela – Talvez ela gostasse de mim afinal. Ela se aproximou do meu rosto, permitindo-me sentir seu calor latente. Nossos olhos se fecharam sem que percebêssemos e quando me dei conta sua boca já estava se envolvendo com a minha, mais e mais, novamente a um pouco de se tornarem uma.

   A cada pequena mordida que dava em meus lábios sabia o que devia fazer em seguida, era quase um padrão: Beijar intensamente, morder com raiva, selar com carinho e me deixa ansiando por mais e mais. Cheguei a um ponto quase instintivo, quase como se tivesse nascido sabendo como, perfeitamente, fazer tudo aquilo. Ao mesmo passo, minha mão corria por todo o seu corpo, envolta em delicadeza e vontade. Não me permitia violar além de suas roupas, não ali – Mas confesso que morria de vontade. 

   Minhas mãos corriam desde seus cabelos até suas mãos – E confesso que essa era a melhor parte. Eram quentes e macias, como seus lábios e todo o seu corpo na verdade. 

   Ela reagira depois de algum tempo – Não sei quanto exatamente. Mas quando decidiu passar sua mão pelos meus cabelos, puxando-os, sabia o que queria. Queria ela, de todas as formas possíveis e imagináveis. Eu estava em êxtase – Não sabia nem mais onde estava, me perdi completamente nela e acredito que ela em mim. Quando finalmente sua mão repousou inquieta sobre minha calça, com uma vontade exalante de afagar meu pau, as luzes do cinema se acenderam.

   Fiquei surpreso e depois de algum tempo não era de se estranhar que as atenções caíssem sob nós. E como poderíamos disfarçar aquilo? Todo aquele fervor. – Esse provavelmente foi um dos piores momentos da minha vida, dividido em duas partes: Parar de ter aqueles lábios deliciosos e insaciáveis e ter que levantar com a calça completamente marcada.

   A decepção era visível a qualquer um. Meus olhos, que a alguns minutos atrás – Ou horas, ficava inundado por todo um brilho apaixonado se esvaiu.

   Ela tomou minha mão com um sorriso no rosto e disse:
- Você não acha que acabou por aqui, não ?


You and IWhere stories live. Discover now